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Narrativa Diária

Não escrever um romance na «horizontal», com a narrativa de peripécias que entretêm. Escrevê-lo na «vertical», com a vivência intensa do que se sente e perturba. Vergílio Ferreira

Narrativa Diária

Qua | 31.12.14

Bom 2015!

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Desejo-vos um grande 2015! Desejo-vos saúde, paz e amor. Desejo ainda que o próximo ano seja generoso e simpático e que vos dê mil motivos para sorrir!

Deixo-vos este poema maravilhoso de Carlos Drummond de Andrade:

 

Que a felicidade não dependa do tempo, nem da paisagem, nem da sorte, nem do dinheiro.

Que ela possa vir com toda simplicidade, de dentro para fora, de cada um para todos.
Que as pessoas saibam falar, calar, e acima de tudo ouvir.

Que tenham amor ou então sintam falta de não tê-lo.

Que tenham ideais e medo de perdê-los.
Que amem ao próximo e respeitem sua dor.
Para que tenhamos certeza de que: Ser feliz sem motivo é a mais autêntica forma de felicidade.

Ter | 30.12.14

A pesada herança de Jardim

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Alberto João Jardim permaneceu quase 40 anos na presidência do Governo Regional da Madeira como líder do PSD/Madeira.

O senhor que se segue é Miguel Albuquerque. O ex-presidente da Câmara do Funchal  venceu as eleições por 65% dos votos, depois de derrotar o candidato apoiado por Jardim.

O novo líder do PSD/Madeira quererá distanciar-se do consulado de Alberto João Jardim, dentro da velha tradição do PSD de se renovar das cinzas, contudo a herança é pesada porque deriva dos métodos caciqueiros de exercício do poder na Região e ainda de uma enorme teia de interesses sob a capa de 'obra feita', embora executada sem rigor e sem contexto. 

Na verdade, o legado político que Jardim deixa na Madeira não passa de um presente envenenado. O  novo líder do PSD regional vai herdar uma dívida superior a 13 milhões de euros, contraída pelo partido e pela Fundação Social Democrata da Madeira, até agora presididas por Alberto João Jardim.

O caso da Madeira não é um caso de sucesso, dado que o aumento da de riqueza na região não ter qualquer correspondência com o aumento brutal da despesa. A Madeira é o pior exemplo do que pode ser uma economia dependente do Estado. O arquipélago não tem empresas competitivas. As regras de mercado pura e simplesmente não funcionam, sendo substituídas por uma teia de influências.

Com estas manobras, Jardim acabou por arrastar a população madeirense para um dramático período de sacrifícios e de insuportável retrocesso económico e social (o desemprego na Madeira é catastrófico) impossíveis de disfarçar, pese embora as truculências verbais e o empolamento de ameaças e a forma autoritária e prepotente como fez o seu caminho político.

Só o tempo dirá que futuro terá o arquipélago. Veremos se Miguel Albuquerque conseguirá mudar a rota e levar o barco a bom porto.

Dom | 28.12.14

José António Saraiva dixit

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«Felizmente, nunca fui sondado para qualquer condecoração. Apesar de ter  dirigido durante 23 anos o maior jornal de referência do país, que nesse longo período manteve uma independência e um prestígio reconhecidos por (quase) todos, tendo triplicado as vendas e a influência. E, depois de sair, participei com colegas de profissão na fundação de outro semanário, cuja qualidade e coragem está à vista de toda a gente».

José António Saraiva -  Sol - 25.12.2014

Dom | 28.12.14

Fantasias de Natal

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O primeiro-ministro afirmou na sua costumeira mensagem natalícia, certamente motivado pelo boas condições meteorológicas que se têm feito sentir durante esta quadra,  que «este será o primeiro Natal desde há muitos anos em que Portugal tem um horizonte aberto, sem acumulação de nuvens negras».

Passos Coelho foi mesmo mais longe ao prever que o próximo ano trará uma assinalável recuperação do poder de compra dos portugueses; a economia irá crescer mais que o previsto; desemprego vai descer significativamente; as contas nacionais estarão controladas e as contas externas financiam agora a economia como não se via há vinte anos. Apetece perguntar a que país se refere o primeiro-ministro, já que a Portugal não é com certeza.

Passos Coelho num discurso puramente eleitoralista esforça-se para transmitir um discurso otimista, tentando esconder debaixo do tapete as nuvens negras das tempestades que caíram sobre o país durante estes três anos, esquecendo que as únicas ‘boas abertas’ que tivemos foram-nos dadas pelo Tribunal Constitucional, contra a vontade de Passos Coelho e do seu governo.

Bem sabemos que há eleições daqui a meses mas não era necessário tanta fantasia.

Sab | 27.12.14

Marco Silva fica, mas....

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Depois das notícias vindas a público que davam como certa a saída Marco Silva, eis que ao final tarde  de ontem, o presidente do Sporting, numa intervenção na Sporting TV, reagiu aos rumores, que se fizeram ouvir nos últimos dias, admitindo que existem «problemas legítimos». No entanto, garantiu, Marco Silva irá estar ao comando da equipa técnica leonina, pelo menos, no encontro frente ao Guimarães para a Taça da Liga e assegura que as decisões que tenham de vir a ser tomadas serão feitas no seu devido momento, estando uma assembleia geral marcada para o próximo mês. A ameaça de forte contestação na sequência do despedimento do treinador pesou e fez com que Bruno de Carvalho arrepiasse caminho.

O que se conclui neste momento é que vive-se uma espécie de ‘paz podre’ em Alvalade.

Marco Silva fica, mas todos percebemos que a relação entre treinador e presidente nunca mais será a mesma. Marco Silva será a partir de agora um treinador a prazo. É certo que tem os jogadores do seu lado e grande parte dos adeptos, mas isso pode não ser suficiente. Marco Silva está literalmente refém dos resultados. Das duas, uma: ou o SCP embala num ciclo de vitórias retumbante e, nesse caso, o treinador passará imediatamente de «besta a bestial» e apagará esta «nuvem negra» que passou este Natal por Alvalade; ou se porventura o SCP claudicar e apresentar resultados menos conseguidos, o mais certo é que as relações entre presidente e treinador voltem a ‘azedar’ e lhe seja apontada a porta de saída.

Este processo foi, de facto, muito mal conduzido pela atual direção leonina e de pessoas próximas da direção (refiro-me concretamente a José Eduardo).

Bruno de Carvalho não pode falar em estabilidade e depois não criar condições para que a mesma se concretize. Não se pode disparar em todas as direções, porque isso criará inevitavelmente instabilidade em todos os setores, inclusive nos jogadores. Foram demasiadas as ‘guerras' compradas pelo presidente do Sporting. Quer com os principais rivais, quer com antigos dirigentes leoninos, quer com as federações, quer a nível interno, com o treinador.

Bruno de Carvalho como líder do clube leonino deve assumir o que de errado se passa no Sporting e reagir internamente. Falar com o treinador e com os jogadores, se necessário, no recato e não mandar recados através da comunicação social.

Tem sobretudo de ser o próprio a assegurar estabilidade e criar as condições à equipa técnica e aos jogadores para que as vitórias apareçam. Neste capítulo o presidente leonino tem falhado redondamente. Um líder forte e consensual é aquele que consegue envolver todos no seu projeto e não aquele que impõe à força as suas ideias.

Bruno de Carvalho terá muito provavelmente mudar de atitude, sob pena de ser o próximo alvo a abater.

Sex | 26.12.14

Boyhood - Momentos de Uma Vida

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Richard Linklater é um realizador de que gosto particularmente, muito por culpa da saga “Before…” (Antes do Amanhecer/Anoitecer/da Meia Noite) criada pelo realizador e interpretada pelos atores Julie Delpy e Ethan Hawke. Esta trilogia representa tudo aquilo que eu aprecio  num filme: fluidez na narrativa, interpretação muito personalizada e emoção q.b.

Tudo isto seriam razões mais que suficientes para ir ver o filme: Boyhood -Momentos de Uma Vida, de Richard Linklater. Mas o que Linklater consegue neste filme é mais do que um projeto interessante, é algo único do ponto de vista cinematográfico.

O filme foi gravado ao longo de 12 anos de vida real e permite-nos acompanhar o crecimento de uma criança dos dos 6 aos 18 anos. Anualmente, o realizador filmava cerca de uma semana com os atores. O processo começou em 2002 e terminou em 2014. Os anos passam de cena em cena, de uma forma tão natural, quanto bem conseguida. Pelo meio, vicissitudes de uma família desestruturada (controvérsias familiares, casamentos instáveis, segundos casamentos, novas escolas, amores e desamores), de onde Mason emerge para fazer o seu caminho.

O resultado é algo muito mais natural e sociologicamente relevante do que qualquer filme até agora conseguiu: o relacionamento humano e os efeitos inexoráveis do tempo, em que os atores literalmente crescem, mesmo à frente dos nossos olhos.

Trata-se, no fundo, de um filme sobre a simplicidade. E nesses momentos, através destas personagens intensas, brilham os atores que lhe dão vida: Ellar Coltrane (o protagonista), Patricia Arquette (a mãe), Ethan Hawke (o pai) e Lorelei Linklater (a filha do realizador e irmã mais velha do jovem protagonista).

Considerada uma previsão do que pode acontecer nos Oscares, em 2015, «Boyhood – Momentos de uma vida», de Richard Liklater, foi considerado o melhor filme do ano pela Associação de Críticos de Cinema de Los Angeles.

Dom | 21.12.14

Estamos oficialmente no Inverno

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Começou hoje oficialmente o Inverno. A estação mais fria do ano. Apesar dos dias soalheiros, com o sol brilhar está um frio polar. A boa notícia é que não há chuva, mas as temperaturas caíram bastante e podem atingir valores negativos na região interior norte.

O dia de hoje, 21 de Dezembro, é o dia mais curto do ano e, obviamente a noite mais longa do ano. Esta data marca o início do inverno – solstício de inverno – no hemisfério norte e do verão no hemisfério sul. Este é a altura do ano em que os raios solares atingem o hemisfério Norte com maior inclinação. Ou seja, corresponde ao dia em que o Sol faz o seu trajeto mais próximo do horizonte.

Desde a antiguidade que se celebra o solstício, estando o Natal relacionado com a cristianização desta festa que simbolizava o renascimento, o reinício, o sol e o momento em que a luz vencia a escuridão, porque a partir daqui os dias voltam a ser maiores. 

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