Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Narrativa Diária

Não escrever um romance na «horizontal», com a narrativa de peripécias que entretêm. Escrevê-lo na «vertical», com a vivência intensa do que se sente e perturba. Vergílio Ferreira

Narrativa Diária

Seg | 29.02.16

E à quinta foi de vez!

ng6070002.jpg

Leonardo DiCaprio venceu finalmente o Óscar de melhor ator, pela personagem que interpretou em The Revenant (O Renascido) de Alejandro G. Iñárritu, também galardoado com o Óscar de melhor realizador, onde DiCaprio protagonizou a vida do explorador Hugh Glass que procura vingança após ter sido enterrado vivo quando foi atacado violentamente por um urso.

The Revenant conseguiu arrecadar três Óscares - Melhor Ator, Melhor Realizador e Melhor Fotografia –mas, em termos numéricos foi Mad Max: Estrada da Fúria que venceu seis estatuetas O Melhor Filme foi O Caso Spotlight que também ganhou na categoria de melhor argumento adaptado.

Entre os restantes vencedores, destaque para Mark Rylance (Ponte de Espiões) que venceu o Óscar para Melhor Ator Secundário, deixando para trás Mark Ruffalo, Christian Bale, Tom Hardy ou Sylvester Stallone.

Entre as atrizes, Brie Larson (Quarto) foi a escolhida no papel principal, enquanto Alicia Vikander (A Rapariga Dinamarquesa) foi a melhor num papel secundário.

Confira aqui os vencedores da noite.

Dom | 28.02.16

Noite de Óscares 2016

19305098_VUoKm.jpeg

A 88ª edição dos Óscares ocorre neste domingo, diretamente de Los Angeles, com apresentação do comediante Chris Rock. A cerimónia será transmitida em Portugal pela SIC e pela SIC Caras, a partir da meia noite.

Mas as nomeações aos prémios mais distintos do mundo da 7ª arte estão a gerar controvérsia. Tudo por que, pelo segundo ano consecutivo, nenhum ator negro foi nomeado nas categorias de representação. Assim, a atriz Jada Pinkett Smith e o realizador Spike Lee já anunciaram que não vão estar presentes na cerimónia . Na sequência das nomeações, a própria presidente da Academia de Artes Cinematográficas, Cheryl Boone Isaacs, afro-americana, reconheceu a desilusão. «Claro que estou desiludida, mas isto não pode tirar a grandiosidade [dos filmes nomeados]. Foi um ótimo ano no cinema. Nunca sabemos o que vai aparecer no papel até vermos», afirmou. Já Charlotte Rampling, que está nomeada para o Óscar de Melhor Atriz pelo seu desempenho em 45 anos, pronunciou-se sobre o boicote à cerimónia dos Óscares. Defende a atriz que o boicote aos Óscares é «racismo contra brancos». «É difícil saber se é o caso, mas talvez os atores negros não mereçam estar na reta final», acrescentou ainda a atriz, recusando a ideia de impor quotas para minorias nos prémios de cinema. «Porquê classificar as pessoas?», argumentou Rampling. 

O desfile na passadeira vermelha antecede a grade noite dos óscares. As estrelas de Hollywood levam meses a escolher o modelo perfeito para desfilar na red carpet da grande noite do cinema norte-americano. São escolhidas as grandes criações de prestigiadas casas da moda e a preparação vai até ao mais ínfimo pormenor. Nada é deixado ao acaso.

O filme O Renascido, de Alejandro Gonzalez Iñárritu indicado em 12 categorias, é considerado o grande favorito da noite, mas há outros que também podem surpreender, a saber: Mad Max: A Estrada da Fúria, de George Miller, tem dez nomeações, Perdido em Marte, de Ridley Scott, sete nomeações, A Ponte dos Espiões, de Steven Spielberg e O Caso Spotlight, de Tom McCarthy, seis nomeações, A Queda de Wall Street, de Adam McKay, cinco nomeações, Quarto, de Lenny Abrahamson, quatro nomeações e Brooklyn, de John Crowley, três nomeações (conheça aqui as nomeações).

O prémio para melhor filme é sempre a ocasião mais aguardada da noite, mas este ano haverá outro momento vivido com grande expectativa - a atribuição do Óscar de Melhor Ator - saber se Leonardo DiCaprio levará, ao fim de cinco nomeações, a tão desejada estatueta dourada para casa.

No ano passado, depois de o ator ter falhado uma vez mais o óscar de melhor ator - estava nomeado por O Lobo de Wall Street -, as reações nas redes sociais subiram de tom com críticas dirigidas à Academia, elogios a DiCaprio, muitas piadas e até montagens em jeito de paródia foram feitas. É que a estatueta foge às mão do ator de Titanic ou O Aviador há vários anos. E se os fãs anseiam ver DiCaprio premiado, o desejo é também partilhado por muitos críticos e profissionais da indústria cinematográfica, os quais entendem que o ator já merecia um Óscar pelos seus desempenhos. 

Será desta que Leonardo DiCaprio consegue alcançar o famigerado prémio? Saberemos amanhã.

Sab | 27.02.16

Os cartazes polémicos do Bloco de Esqueda

19305064_uka5Q.jpeg

O Bloco de Esquerda pretende lançar uma campanha com a finalidade de assinalar a discriminação que existia com a adoção de casais homossexuais e que fez com que esta lei só fosse aprovada no passado dia 10 de fevereiro.

Para o efeito, o BE pretende colocar vários cartazes pelo país semelhantes ao da imagem supra. Mas, nas redes sociais a polémica já está instalada há dois ou três dias.

O Bloco de Esquerda dá a seguinte explicação para a escolha do cartaz: «A ideia do cartaz com a imagem de Jesus Cristo não pretende ofender nem a Igreja nem a religião, garante a deputada do BE Sandra Cunha. É apenas, diz, uma forma de “mostrar às pessoas” que “sempre existiram famílias diferentes” e que essa não é uma realidade “nova nem recente”. Os dois pais a que se refere o cartaz são, especifica a deputada, “o pai espiritual e o pai terreno” de Jesus Cristo. Sandra Cunha sabe que “provavelmente” o cartaz vai gerar polémica, mas considera-a “bem-vinda”, porque faz com que as pessoas discutam o tema, defende» (Público, 26/02).

É um argumento que vale o que vale. Mas, certo é que nem no seio do BE os cartazes obtiveram consenso. Por exemplo, no Facebook, Marisa Matias, a ex-candidata presidencial apoiada pelo Bloco de Esquerda assumiu que o cartaz em causa «saiu ao lado da intenção que se pretendia. Que foi um erro».

Na verdade, promover uma discussão através de um ataque soez ao nível dos valores e às convicções religiosas de muitos portugueses era escusado, até porque os temas que se prendem com a religião, sempre foram entendidos, ainda que tacitamente, que deviam estar à margem do debate político. Por outro lado, também não se entende a oportunidade escolhida de uma campanha (que obviamente tem os seus custos) para promover algo que já foi conseguido.

Por tudo isto esta campanha que mexe com as crenças religiosas é de muito mau gosto e portanto completamente dispensável, porque se trata de uma afronta totalmente gratuita e desnecessária.

Sex | 26.02.16

Sporting diz adeus à Liga Europa

scp-9557363409.jpg

Dissemos adeus à Liga Europa com a sensação de que poderíamos fazer um pouco mais. Depois da derrota em Alvalade por 0-1, os leões voltaram a perder na Alemanha por 3-1. Belarabi voltou a ser o «carrasco» da defesa leonina, mas João Mário ainda devolveu a esperança aos sportinguistas. No segundo tempo, o Bayer puxou dos galões e acabou por se apurar, com justiça. Resta agora aos comandados de Jesus lutar pelo campeonato português.

Depois do Sporting sair da Liga dos Campeões, Jorge Jesus fez uma aposta clara e perfeitamente assumida no campeonato português e que, por enquanto, está a correr acima das expetativas, com a liderança incontestável da prova.

Jesus sabe que está a um pequeno passo para passar de grande treinador a treinador imortalizado no futebol português. Se conseguir, na primeira época em Alvalade, sagrar-se campeão nacional num ano em que o FC Porto apostou todas as fichas, ninguém terá qualquer argumento para calar o ego sempre enorme do treinador leonino.

Mas passar essa mensagem poderá ser arriscado, porque concentra toda a pressão no campeonato, o que só vai aumentar a ansiedade dos jogadores, da equipa técnica, da estrutura e dos adeptos. E também a desilusão será maior caso não venhamos a ser campeões.

Seg | 22.02.16

Leonor Teles venceu o Urso de Ouro

 

1032754.jpg

A realizadora Leonor Teles venceu no sábado o Urso de Ouro da competição de curtas-metragens do Festival Internacional de Cinema de Berlim, pelo filme «Balada de um Batráquio».

O filme de Leonor Teles expõe comportamentos xenófobos em relação a membros da etnia cigana em Portugal. A curta-metragem aborda a prática, comum em Portugal, do uso de sapos de cerâmica, por lojistas e proprietários de cafés e restaurantes, para evitarem a entrada nos seus estabelecimentos de membros da comunidade cigana, que têm várias superstições ligadas ao animal.

Uma verdadeira lufada de ar fresco nas chamadas passadeiras vermelhas do cinema!... Uma miúda com uma simplicidade genuína e uma espontaneidade quase comovente, a dizer que nunca lhe passou pela cabeça que «um filme tão parvo» ganhasse o Urso de Ouro. Mas a verdade é que ganhou! E certamente que isso lhe abrirá portas para mais facilmente mostrar o que vale.

Sab | 20.02.16

Umberto Eco (1932-2016)

large_150111-235052_to110115spe_1923-kqj-1200x900@

O mundo hoje foi surpreendido com a morte de Umberto Eco. O escritor que nasceu a 5 de janeiro de 1932, em Alessandria, no noroeste de Itália foi um dos mais importantes escritores do século XX. Escritor, filósofo, professor universitário, conquistou um lugar de destaque na cultura italiana nos últimos 50 anos.

Umberto Eco estreou-se na ficção em 1980 com O Nome da Rosa, livro premiado com Prémio Strega, em 1981, que mais tarde viria a ser adaptado ao cinema pelo realizador Jean Jacques Annaud, tendo Sean Connery como ator principal. Seguiram-se, O Pêndulo de Foucault, A ilha do dia antes, Baudolino, A misteriosa chama da rainha Loana e O cemitério de Praga.

A sua última obra, intitulada Numero Zero foi editada no ano passado e coloca questões sobre jornalismo e as novas plataformas digitais, escolhendo como cenário narrativo a redação de um jornal diário.

Dos mais influentes pensadores sobre a sociedade atual e da cultura de massas a nível internacional, foi uma das personalidades mais carismáticas do pensamento semiótico. Deixou um legado no campo da semiótica e da teoria da comunicação com O Desenvolvimento da Estética Medieval, publicado em 1959, e transformou a crítica da arte em meados da década de 60 com Obra Aberta, de 1962, e Apocalípticos e Integrados, de 1964. Integrou-se na Escola Sociológica Europeia, a par de nomes como Edgar Morin, Jean Baudrillard e Roland Barthes.

Umberto Eco, que lecionou nas universidades norte-americanas de Yale e Harvard, assim como no Collège de France, é autor de uma vasta bibliografia ensaísta, citando-se, entre outros, O signo, Os limites da interpretação, Kant e o ornitorrinco e Como se faz uma tese em Ciências Humanas. Dirigiu e compilou obras como História da beleza, História do feio e História das terras e dos lugares lendários.

Sex | 19.02.16

Cavaco Silva condecora Sousa Lara

 img_890x500$2015_10_22_21_10_48_266298.jpg

Para fim de festa e à laia de despedida, Cavaco Silva consegue achincalhar ainda mais a função presidencial.

Só deste modo se compreende que tenha condecorado António Sousa Lara com a Ordem do Infante D. Henrique, destinada a premiar todos aqueles que tenham «prestado serviços relevantes a Portugal, no país e no estrangeiro».

E que serviços relevantes foram esses? Enquanto subsecretário de Estado da Cultura 1992 vetou a apresentação do livro de José Saramago, O Evangelho Segundo Jesus Cristo, à candidatura a um prémio europeu, por considerar que atentava contra a moral cristã. O escritor viria a ser galardoado em 1998 com o prémio Nobel.

Na sequência desta decisão, qualificada por Saramago como um ato de censura feito por Sousa Lara e pelo então primeiro-ministro, Cavaco Silva, o escritor acabaria por entrar em litígio com o Estado português, optando por ir viver de forma permanente para a ilha espanhola de Lanzarote. No entender de Saramago, o veto à sua obra decorreu de uma retaliação do Governo PSD às suas posições e convicções ideológicas.

Também como vice-reitor da Universidade Moderna, António Sousa Lara foi condenado a dois anos e meio de prisão, pena que ficou suspensa por dois anos.

Quem será o próximo galardoado? Dias Loureiro? Duarte Lima ou Oliveira e Costa?

Está à vista a necessidade de alterar a constituição e limitar os poderes aos presidentes em final do mandato. Tal como existem impedimentos constitucionais relativos ao fim do exercício da magistratura presidencial, também a capacidade de distribuição de prebendas deveria estar incluída nesse pacote de limitações.

Pág. 1/3