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Narrativa Diária

Não escrever um romance na «horizontal», com a narrativa de peripécias que entretêm. Escrevê-lo na «vertical», com a vivência intensa do que se sente e perturba. Vergílio Ferreira

Narrativa Diária

Seg | 27.06.16

Double trouble para os ingleses

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Depois da derrota da Espanha com a Itália, agora foi a vez de a Inglaterra dizer um novo adeus à Europa ao serem derrotadas no Euro 2016 pela surpreendente Islândia. Os ingleses parecem estar a levar o Brexit demasiado a sério!

A Islândia é, para já, a equipa sensação deste campeonato da Europa. Afinal parece que Portugal não defrontou uma equipa assim tão fraca!

Sex | 24.06.16

O Brexit venceu

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O Brexit ganhou, depois de 51,9% dos britânicos votaram a favor da saída do Reino Unido da União Europeia. Na sequência do resultado do referendo britânico, o primeiro-ministro britânico já anunciou a sua demissão. O povo seguiu outra estratégia e precisa de um novo primeiro-ministro para acionar o artigo 50º do tratado de Lisboa, declarou Cameron.

 

A vitória do Brexit vai «exigir, acima de tudo, uma liderança forte, determinada e dedicada», que prepare «uma negociação com a União Europeia». Porém, não vai haver «mudanças imediatas», ou seja, nas próximas semanas, na vida das pessoas, nomeadamente nos imigrantes ou nos turistas, que continuarão a viajar segundo as mesmas regras, tranquilizou o primeiro-ministro britânico.

 

Cameron afirmou que não será ele a encetar esse processo de saída da UE, mas ficará no cargo durante mais três meses até ao congresso do partido conservador. Outubro é o calendário apontado para a saída do poder do homem que decidiu propor o referendo à saída da Europa, para apaziguar um partido conservador cada vez mais eurocético.

 

Boris Johnson, o antigo presidente da Câmara de Londres, é o mais do que provável candidato à substituição de David Cameron na liderança dos Tories, a quem caberá desencadear o processo para a saída da União Europeia, o que poderá levar dois ou três anos.

 

Os mercados já reagiram depois de conhecidos os resultados do referendo britânico. Nos mercados cambiais a libra esterlina caiu para níveis não vistos desde 1985. A dada altura, a moeda britânica chegou mesmo a perder mais de 10% do seu valor para estabilizar em torno dos 8,5%. O setor bancário foi particularmente atingido com o Barclays e RBS a perderem 25% do seu valor.

 

Relativamente ao euro, a libra perdeu cerca de 7%. O euro por sua vez recuou 3,3% face ao dólar, a maior queda desde a criação da moeda única europeia.

 

Na Alemanha, o índice DAX abria a perder cerca de 10%. Em Paris movimento idêntico com um recuo de cerca de 8%.

 

Em Portugal, os juros das Obrigações do Tesouro de Portugal a 10 anos dispararam 32 pontos base para 3,44%. As Obrigações a 10 anos são a medida base para avaliar o risco soberano de Portugal e a subida reflete a reação de um brusco movimento de fuga de ativos de risco, estas Obrigações do Tesouro alcançaram rapidamente esta manhã valores bem próximos de máximos desde há quatro meses, em fevereiro.

 

Os futuros apontam para que vários índices europeus abram a cair mais de 10%, depois das quedas de 8% das bolsas asiáticas. É o futuro da União Europeia no seu todo que está em jogo e os investidores estão a acusar evidente apreensão.

Qui | 23.06.16

Polémica à volta de um microfone

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Cristiano Ronaldo protagonizou um momento insólito ontem de manhã durante o passeio matinal da equipa.  Ronaldo foi abordado por um repórter da CMTV, que lhe perguntou: «preparado para este jogo?».

 

CR7, numa atitude certamente irrefletida, arrancou o microfone das mãos do jornalista e atirou-o para um lago próximo. Na verdade não foi um gesto bonito, mas a CMTV e o CM não têm sido propriamente corretos para com o jogador.

 

São sobejamente conhecidas as polémicas que envolvem Cristiano Ronaldo e o grupo Correio da Manhã. Para além de reiteradamente o CM devassar a vida privada de Ronaldo, a CMTV terá alegadamente passado uma peça com o  pai do Cristiano, já falecido, onde o senhor aparecia embriagado, falando dos problemas que terá causado à família Aveiro -  é pelo menos esta a versão que circula nas redes sociais e que terá desencadeado o acontecimento.

 

Ora, a ser verdade, que motivos levam um órgão de comunicação social para trazer à colação assuntos do foro privado, que só ao próprio e à família dizem respeito, para mais numa altura em que o Capitão da nossa Seleção precisava de estar concentrado e focado no jogo? Obviamente que uma notícia como esta não tem qualquer interesse a não ser desestabilizar o jogador.

 

Por isso, em parte, percebo a atitude do jogador. Simbolicamente, Cristiano Ronaldo, mandou ao charco a vulgaridade de um canal e de um grupo editorial que pratica um jornalismo de sarjeta. Há momentos que têm que se entendidos pela carga simbólica que encerram.

 

O incidente, contudo, não parece ter afetado Ronaldo que fez um jogo fantástico frente à Hungria, conseguindo que Portugal se apurasse para os oitavos de final, com muito sofrimento à mistura, é certo, (depois de ter estado três vezes em desvantagem), tornando-se no primeiro jogador a marcar em quatro edições do Campeonato da Europa.

Qua | 22.06.16

As contas do Euro 2016 para Portugal

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Hoje Portugal defronta a Hungria. A seleção magiar entra em campo já apurada para oitavos de final. Uma vitória da equipa nacional poderá assegurar o 1º lugar para a seleção portuguesa e neste caso defrontará o segundo classificado do Grupo E (Bélgica, Suécia ou Irlanda), uma vez que a Itália já assegurou o primeiro e jogará com a Espanha.

 

Se Portugal ficar em segundo do Grupo, atrás dos islandeses, com quatro pontos, a Seleção jogará no dia 27 com a Inglaterra, segunda do Grupo B.

 

O empate garante a Portugal um dos melhores terceiros lugares e consequentemente o passaporte até Lens, a fim de defrontar a Croácia, no dia 25, como vencedor do Grupo D.

Abre-se, assim, uma janela de oportunidade para Portugal. Quem disse que ficar em terceiro lugar era um mau resultado?

Ter | 21.06.16

O melhores adeptos do Euro 2016

Dentro de campo os irlandeses podem não ser os melhores, mas fora das quatro linhas os adeptos da República da Irlanda são os maiores.

Enquanto há adeptos que causam distúrbios e perturbações, outros preferem deliciar-nos com  pequenos gestos e boa disposição: levantar um jornalista húngaro como se fosse um troféu; cantar uma música dos Abba com suecos e mandá-los para casa junto das suas mulheres sexys; trocar o pneu do carro de um senhor francês já com alguma idade; cantar para uma freira num comboio; adormecer um bebé francês no metro ou cantar juntamente com os polícias são algumas das peripécias protagonizadas por estes adeptos irlandeses.

Muito bom!

 

Seg | 20.06.16

A Caixa, com certeza

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«O primeiro-ministro, António Costa, admitiu, na passada quarta-feira, que o plano de reestruturação da Caixa Geral de Depósitos inclui a saída de funcionários por motivo de reforma, e defendeu a possibilidade de serem encerrados balcões no estrangeiro, em posições que não sejam "estrategicamente relevantes" para o país. Lá se vai a Caixa no Vaticano. Já percebemos que há menos na Caixa do que nós imaginávamos.

A Caixa Geral de Depósitos tem sido, ao longo de décadas, uma espécie de Casa do Artista do Bloco Central (mas num condomínio de luxo). O pessoal do arco da governação arranja ali um arco onde se abrigar quando está retirado dos palcos políticos. De Varas a Cardonas, passando por Nogueiras Leites, a Caixa é o abrigo na dura estrada da vida dos favores políticos. - Está de chuva? Vai para a Caixa e espera que passe. A vida é uma incerteza menos para quem tem a Caixa com certeza. A ideia que tenho da CGD é que é um banco que funciona tão bem que metade da administração não tem de fazer nada.

O mais curioso deste tema, Caixa Geral de Depósitos, é o facto de a ex-coligação governamental, de repente, estar preocupada com a saúde da Caixa. Já lá vai o tempo em que Maria Luís, sobre a CGD poder levar rombo com o Fundo de Resolução no Novo Banco, dizia: "A CGD pode sentir um impacto: é o preço de ter um banco público." Sem espinhas. E o Presidente, Cavaco Silva, garantia, a propósito do mesmo tema: "É errado dizer-se que pela via de redução dos lucros da CGD os contribuintes podem vir a suportar custos." Era a caixa da Joana, agora é a de Pandora.

Posto isto, a minha proposta para ajudar a recuperar financeiramente o nosso banco é vender o edifício-sede da Caixa Geral de Depósitos na Avenida João XXI. Deve dar uma boa ajuda em termos financeiros, não só no que se poupa como no que se ganha.

Vejamos. A nível de espaço, suponho que equivale a cinco Jerónimos. Dava um bom Continente, por exemplo. Juntamente com a Muralha da China, e o ordenado do Mexia na EDP, é a única coisa que se vê, a olho nu, da Lua. A CGD podia, por exemplo, vender a sede da João XXI à Câmara para fazer a nova Mesquita de Lisboa. Desta vez, sem chatices (nem expropriações), até porque o edifício, em termos arquitectónicos, já tem um formato que não exige grandes mudanças. É pôr um crescente na abóbada principal e siga. Depois não digam que o Quadros não contribui. Claro que o maior problema desta solução é a dificuldade que um muçulmano sente ao ter de dizer: "Vou ali à Mesquita João XXI."»

 

João Quadros

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