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Narrativa Diária

Não escrever um romance na «horizontal», com a narrativa de peripécias que entretêm. Escrevê-lo na «vertical», com a vivência intensa do que se sente e perturba. Vergílio Ferreira

Narrativa Diária

Ter | 26.01.16

«Podíamos arranjar uma candidata mais engraçadinha...»

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 (foto do Expresso)

O candidato do PCP Edgar Silva foi uma má escolha e a modesta pontuação alcançada nestas eleições presidenciais vem demonstrar isso mesmo. Os comunistas ganhariam mais, na minha opinião, em ter apoiado ou Carvalho da Silva ou Sampaio da Nóvoa.

Acresce que Edgar Silva não fez uma boa campanha e o eleitorado comunista, embora fiel, sabe distinguir «o trigo do joio» e cedo percebeu que o candidato do PCP não era para a ser levado muito a sério e fintou a disciplina de voto imposta pelo partido e votou em Nóvoa, em Marcelo ou dividiu-se pela abstenção. Basta analisar os resultados eleitorais nos distritos de Beja e Setúbal, por exemplo.

O resultado alcançado pelo candidato do PCP foi tão mau que nem dá direito a receber subvenção estatal para cobrir despesas da campanha, ao que julgo saber uma das mais onerosas, o que não deixará de gerar uma dificuldade acrescida no PCP e seus dirigentes na digestão dos resultados obtidos, por todas as consequências que daí resultarão.

Só isso explica a desorientação do Secretário-Geral do PCP, Jerónimo de Sousa, na noite eleitoral, que o levou a ter a seguinte reação face aos resultados de Edgar Silva: «Podíamos arranjar uma candidata mais engraçadinha e com um discurso mais populista» (...) «são opções e não quero critica-las» (...) «Não somos capazes de mudar. Fazemos sempre a mesma opção por uma forma séria de fazer política». 

A frase dirigida diretamente à candidata do BE para além de sexista e machista é manifestamente infeliz e revela algum ressabiamento.

Pois é pena que o PCP não consiga mudar e trilhe o mesmo caminho há 40 anos e continue a ser o mesmo partido monolítico e retrógrado, quando tudo muda a nossa volta.

Não é pois de admirar que continuem a somar derrotas eleitorais (salvam-se as autárquicas). Depois de terem descido nas últimas legislativas viram agora a candidata do BE conseguir o dobro da votação do candidato comunista.

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