PS volta a cair nas intenções de voto
Se as eleições fossem hoje, de acordo com uma sondagem efetuada pela CESOP - Universidade Católica para a Antena 1, a RTP, o Jornal de Notícias e o Diário de Notícias, nos dias 13, 14, 15 e 16 de junho de 2015, a coligação de direita Portugal à Frente, encabeçada por Passos Coelho e Paulo Portas garantiria 38% dos votos, enquanto o PS de António Costa não conseguiria mais do que 37%. O PCP estabiliza nos 10%, enquanto o Bloco de Esquerda duplica o seu resultado para os 8%.
Recorde-se que que em outubro do ano passado, após as Primárias, aquando do anterior Barómetro da Universidade Católica, Antonio Costa desfrutava ainda do estado de graça e Jose Sócrates ainda não tinha sido detido, os socialistas registavam uma vantagem de 13 pontos sobre a soma de PSD e CDS. Oito meses depois, e quando faltam apenas quatro para as eleições legislativas, o cenário alterou-se ainda que seja necessária alguma prudência na leitura da sondagem e na extrapolação dos resultados, uma vez que a diferença percentual entre as duas forças políticas está dentro da margem de erro da sondagem (3%) e o número de indecisos seja mais elevado do que outubro de 2014 (são agora 26% quando em outubro passado eram apenas 20%).
A explicação para a debacle do PS poderá ser imputada à falta de credibilidade das propostas socialistas ou à dificuldade de Costa conseguir fazer passar as suas mensagens, muito embora o líder socialista continue a ser o mais reconhecido na presente sondagem - quer quanto a nota conseguida (8,6 valores), quer quanto ao número de avaliações positivas (52% dos inquiridos).
Os desenvolvimentos do Caso Marquês, envolvendo o anterior primeiro-ministro, José Sócrates, poderão também ter contribuído para a queda do PS e para subida da coligação de Direita, assim como a situação de instabilidade da Grécia, numa altura em que o braço de ferro entre o Syriza e os credores europeus se acentuou e, com isso, a consequente ameaça de uma saída do euro.
As sondagens valem o que valem. Mas os seus resultados deviam preocupar o PS, porque como mostra a ciência política, se os eleitores não vislumbrarem uma diferença no campo ideológico entre o governo e a oposição, tende a votar pelo seguro, no que já conhecem, ou seja em quem está no poder. Foi justamente o que aconteceu no Reino Unido, com a forte penalização dos trabalhistas que não se diferenciavam dos conservadores.