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Narrativa Diária

Não escrever um romance na «horizontal», com a narrativa de peripécias que entretêm. Escrevê-lo na «vertical», com a vivência intensa do que se sente e perturba. Vergílio Ferreira

Narrativa Diária

Sex | 22.11.13

Forças de Segurança manifestam-se no Parlamento

 

 (imagem do Público) 

Maior manifestação de forças de segurança juntou efetivos da PSP, GNR, SEF, ASAE, PJ e PM. Esta mobilização significa, segundo o vice-presidente da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP), que os orçamentos previstos para o setor da segurança interna «podem pôr em causa não só a questão socioprofissional, mas também o funcionamento das instituições». A Organização afirma que foi a maior manifestação de sempre.  Em frente à AR, o ambiente foi de tensão. As forças de segurança derrubaram as barreiras de segurança e subiram a escadaria do Parlamento num ato simbólico.

Como se sabe, as forças de segurança são  um pilar basilar no funcionamento das instituições democráticas em qualquer sociedade. Numa altura em que a contestação social sobe de tom, o resultado e consequências imprevisíveis das medidas que interferem com a segurança das pessoas e do país serão da inteira responsabilidade do Executivo.

Qui | 21.11.13

Dia Mundial da Televisão

 

 A «caixa que mudou o mundo» veio transformar o sentido da história nacional e mundial. As suas influências desde o seu aparecimento foram fulcrais para os paradigmas sociais que hoje vivemos. A forma de percecionar «o país e o mundo» permitiu mudar formas de estar e de  pensar, sendo, ainda, o meio de comunicação que mais influi na formação de opinião pública, tendo em conta que «uma imagem vale mais que mil palavras».

A TV controla e monopoliza as grandes questões da atualidade, os grandes debates, as noticias mais importantes, os grandes acontecimentos, as maiores confirmações e tantos outros assuntos que têm presença assídua nos ecrãs. O fato é que esta «caixa mágica» desempenha um papel importante na vida das pessoas. A televisão é o veículo de comunicação por excelência  com maior alcance e visibilidade no país e o meio de entretenimento e informação mais utilizado.

Qua | 20.11.13

Boicote à Pepsi

A marca de bebidas, que tem Messi como um dos seus rostos publicitários, publicou ontem, antes do jogo Suécia-Portugal,  uma imagem, onde um boneco vestido com as cores da seleção nacional e com o número 7 (o de Cristiano Ronaldo, precisamente), está amarrado e amordaçado a uma linha de comboio.

Na campanha destinada aos consumidores suecos e difundida através das redes sociais da Pepsi, lia-se (em sueco)  «Vamos passar por cima de Portugal!» . Além dessa imagem, a famosa marca norte-americana publicou mais duas imagens onde Ronaldo ficou com a «cabeça esmagada» por uma lata e outra onde foi vitima de vodu.  

A Pepsi  já pediu desculpas a Cristiano Ronaldo após esta polémica o que fica sempre bem nestas coisas. Mas, na minha opinião é escasso. Este assunto não deveria ficar pela aceitação de desculpas. Afinal, a Pepsi já arrecadou enormes dividendos com esta  campanha.  E não é só o mau gosto e a falta de respeito que estão em causa. As imagens reproduzidas simbolizam atos de extrema violência que precisam ser levados às instâncias jurídicas competentes e aplicadas sanções exemplares, para que situações do género não se repitam. Já não apreciava muito esta marca, mas agora é que vou mesmo deixar de beber.

Ter | 19.11.13

Má despesa pública

Nos tempos em vivemos o Estado deveria ser o primeiro a dar o exemplo e assumir uma maior austeridade no seu funcionamento interno, mas não. Ficamos a saber pelo Prof. Luís Valadares Tavares, ontem no programa Olhos nos Olhos da TVI 24, que a despesa das administrações públicas, de 2011 para 2012, aumentou dois mil milhões de euros, numa altura em que o País passa por várias dificuldades económicas  e se pede enormes sacrifícios aos portugueses. Valadares Tavares justificou estes números  com a «aquisição de bens e serviços, como informática, automóveis, viagens, serviços de segurança e limpeza», tendo por base dados do Ministério das Finanças. Isto no ano em que as despesas com pessoal diminuíram consideravelmente, devido aos cortes efetuados nos salários e nas pensões.  

Segundo o professor do Instituto Superior Técnico, «o problema está nos institutos e empresas públicas», porque se trata de uma «administração menos controlada e com maior autonomia». Se tal aumento não tivesse acontecido provavelmente o défice podia ter sido menor, concluiu.  Na perspetiva de Valadares Tavares falta no nosso país, à semelhança do que acontece em países nórdicos e anglo-saxónicos, um organismo autónomo da DGO, responsável pela gestão da despesa pública e da reforma do Estado como existe por exemplo na Irlanda, o que obriga a que os gastos com as aquisições de bens e serviços tenham que ser muito bem fundamentados.

Ter | 19.11.13

Porque 2013 está a ser melhor que 2012

«2013 foi melhor do que 2012, mas era bom perceber que, se o Governo tivesse feito o que queria, cortar os 2 subsídios a funcionários e pensionistas, provavelmente não estaria agora a festejar o regresso ao crescimento económico, pois a recessão teria sido bem mais forte, como foi em 2012.A estranha conclusão é esta: este Governo beneficiou, não das suas políticas desejadas, mas daquilo que foi obrigado a fazer contrariado. E é pena que ainda não tenha aprendido a lição, e que anuncie para 2014 mais cortes na despesa. Já devia ter percebido que isso é pior para a economia do país, e no limite para o próprio Governo». Domingos Amaral.

Seg | 18.11.13

Parabéns, Rato Mickey

  

 (Imagem retirada da Net)

O rato mais famoso do mundo está hoje de parabéns.O Rato Mickey celebra hoje 85 anos. A sua primeira aparição ocorreu em “Steamboat Willie”, a 18 de Novembro de 1928, em Nova Iorque. Foi o primeiro filme de animação sonorizado. “Steamboat Willie” era uma paródia a um filme de Buster Keaton, que dá a conhecer um pequeno roedor, preto, de calções e sapatos. Imaginado por Walt Disney, foi, no entanto, o desenhador norte-americano UB Iwerks que lhe definiu os traços. Celebrizado inicialmente como Mortimer Mouse, antes de conhecer a denominação definitiva de Mickey. Em Portugal as histórias do rato Mickey surgiram pela primeira vez a 21 de Novembro de 1935 numa revista intitulada Mickey que subsistiu até finais de 1936. Nos anos 1950 surgiu a Rato Mickey, editada pela Agência Portuguesa de Revistas. A história do cinema, de animação e da banda desenhada têm várias outras personagens inspiradas no célebre rato, como Jerry, Mighty Mouse, Speedy Gonzalez, Stuart Little e o mais recente Ratatui. Mas o Rato Mickey é o mais conhecido, sendo mesmo considerado a personificação da Disney como instituição de magia e fantasia.

Seg | 18.11.13

Portugal dos Pequeninos

«A ministra das finanças olha para a irlanda e anima-se. Se lá correu “bem” o memorando funciona, esta política funciona, nós também não precisaremos, talvez, de um “programa cautelar”. De resto, temos um trimestre que diz tudo sem estudo: 0,2% de crescimento.

Machete, por seu turno, sabe que com juros a 4, 5% da dívida podemos ir a mercados (?).

Este é o Portugal dos pequeninos.

Em duas coisas: comparamos o incomparável e analisamos o estado estrutural de um país com números respeitantes a três meses, desde que bonzinhos, mas sem qualquer estudo acerca do significado desses números: a que se devem, quais os setores em causa na descida do desemprego, se há alguma coisa que possa ser analisada em termos efetivamente estruturais, de durabilidade.

Portugal dos pequeninos escuta mensagens contraditórias do governo porque o governo emite mensagens à medida de notícias pontuais, como a notícia da recuperação da Irlanda, que não quer programa cautelar, donde o oráculo do momento a dizer que nós vamos bem, como eles.

Isto não é ignorância, é desnorte remendado. A ministra das finanças sabe que o que se passou na irlanda não foi, não é, e nunca será comparável com Portugal. Dos pequeninos.

A ministra das finanças sabe que a estrutura económica, os níveis de pobreza, os níveis de qualificação na irlanda são outros que, numa pátria de menos de 5 milhões de habitantes, ajudam bastante a que um programa de assistência não tenha o impacto monstruoso que o programa de austeridade aplicado ao Portugal tem.

A ministra das finanças sabe bem que as causas da assistência financeira à irlanda em nada se assemelham com as causas do pedido de resgate português.

A ministra das finanças sabe que a irlanda nunca se pôs de gatas perante os seus credores, sabe que o povo irlandês está representado com quem se realmente se senta à mesa para discutir e não apenas para ouvir e comer.

A ministra das finanças sabe que as medidas de austeridade aplicadas à Irlanda nada têm que ver com as medidas de austeridade aplicadas a Portugal. Dos pequeninos.

A ministra das finanças sabe também que os 0,2% que nos tiram da recessão, nesta análise pontual elevada a estrutural, que o OE em discussão tem tudo para fazer explodir com a notícia.

Convinha ter uma ideia estrutural para Portugal, que não reduziu a dívida, que não reduziu o défice e que falhou em todas as metas.

A ministra das finanças se tivesse uma visão estrutural do país – que a troica se atire a uma abstração já é letal, mas convinha que quem governa o concreto, Portugal, soubesse do que fala – teria de chegar à conclusão de Gaspar: esta política não funciona e evidentemente um programa cautelar (seja lá o que isso for) é a certidão de óbito da tal da política de austeridade na qual estava incluído como objetivo o regresso aos mercados no final do programa, e não depois dele.

E vivemos assim, com um relatório do FMI a bater no TC, a dizer de baixar ainda mais os salários, isto e outras loucuras numa visão que vai até 2016, ano que não teremos mais, espero, esta ministra das finanças e este governo.

A lógica do empobrecimento da população tem método: o FMI bate na função pública, chamando-a de privilegiada em relação aos privados; depois de empobrecida a função pública, exige menos salários para os privados, talvez para nivelar; ataca-se as pensões, com o mesmo método, para depois se baixar as reformas e dar cabo da segurança social. Isto é ideologia pura, maoista, e abraçada por este governo.

Estão a conseguir. Os mais ricos de Portugal estão mais ricos e a restante população está mais pobre. A pobreza, hoje, no Portugal dos três em três meses, é insuportável.

Tudo o resto é essa coisa do desnorte remediado com declarações pontuais sobre comparações incomparáveis e sobre números que dizem nada de nada sobre Portugal.

Vale a pena ler o relatório da organização internacional do trabalho, esse pilar do qual fazemos parte, que explica fundamentadamente como em momentos destes as medidas a tomar são as opostas às tomadas.

Vale a pena desligar a televisão e não ouvir passos, nem Passos, nem Machete, nem Barroso, que gostava que existissem mais Alemanha na Europa, o que congelaria as relações económicas entre países, vale a pena desligar a televisão quando nos ofendem.

Certo é que entre a OIT e um técnico do FMI o governo sabe quem prefere ouvir»

Isabel Moreira - Blogue Aspirina B