Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Narrativa Diária

Não escrever um romance na «horizontal», com a narrativa de peripécias que entretêm. Escrevê-lo na «vertical», com a vivência intensa do que se sente e perturba. Vergílio Ferreira

Narrativa Diária

Dom | 03.11.13

Peça fatura e ganhe um carro

 

O Fisco vai sortear automóveis todas as semanas. O sorteio é promovido pela Autoridade Tributária mas apenas é válido para as faturas que apresentem número de contribuinte (número de identificação fiscal – NIF) e sejam requeridas por consumidores finais. Isto é, ficam de fora deste jogo os contribuintes coletivos (empresas). Com esta medida, o Governo pretende combater a fuga aos impostos, a economia paralela e incentivar os portugueses a declararem as suas compras. De acordo com o semanário Expresso, são válidos os recibos fiscais de todo o tipo de bens e serviços, não se limitando apenas às faturas que se incluem em sectores que dão benefício fiscal em  sede de IRS, caso da habitação, restaurantes, salões de beleza, reparação de veículos, etc.

Já estou a imaginar os sorteios semanais, divulgados na RTP, em horário nobre, com a populaça sentada em frente à TV, enquanto a tômbola gira, esperando impacientemente que o telefone toque. Depois, a apresentadora de sorriso rasgado estabelece a ligação com o nº sorteado e anuncia ao feliz contemplado (que mal pode acreditar!) o veículo que acabou de ganhar. Imaginam um serão mais animado? Isto virou mesmo um festim bacoco!

Dom | 03.11.13

José Sócrates em Alta Definição

 

 

  (foto retirada da NET)

José Sócrates foi o convidado do programa “Alta Definição”, na SIC, apresentado por Daniel Oliveira. O formato do programa apela às emoções e sentimentos dos entrevistados, levando-os a falar do seu lado mais intimista, onde os entrevistados vão desvendando os seus gostos, o seu percurso de vida, num registo muito humano, em que Daniel coloca questões sensíveis, mas de um modo subtil e empático, sem nunca perder a elegância nem o bom senso.

Mas, Sócrates desde o início deixou claro que não iria alinhar nesse registo. «Não gostaria de falar de coisas íntimas, está a insistir...», respondeu o ex-primeiro-ministro quando questionado a falar sobre a perda de familiares, nomeadamente do irmão. Ainda assim, este foi o momento onde Sócrates mais se expôs, comentando que «temos de nos habituar às perdas. O amor fraternal não é substituído nunca. É único». Depois, quando inquirido sobre o que é ser filho de um político, Sócrates, foi perentório. «Não estou aqui para fazer psicanálise sobre a família dos políticos e não falo sobre os meus filhos exatamente porque os protejo». Esta postura do ex-primeiro ministro motivou comentários no Facebook, designadamente a Daniel Oliveira pela escolha do entrevistado o que até originou uma nota do autor do programa.

Com um discurso pensado e calculista, José Sócrates centrou a conversa na “tortura”, tema do seu livro. A maioria dos espetadores não gostou, certamente esperavam que o ex-primeiro ministro fizesse algumas confissões, partilhas e desabafos pessoais. Sócrates não quis ir por aí. E foi pena, talvez tivesse aqui uma oportunidade de se reconciliar com alguns portugueses.

 

Sex | 01.11.13

O ilusionismo político de Portas

«Se a ideia fosse orientar uma reforma, este documento não surgiria já na fase final da legislatura, repleto de ideias genéricas, sem medidas concretas nem calendários; se o propósito fosse suscitar um debate sério, não seria anunciado na véspera do início da discussão de um Orçamento cujas medidas são totalmente contrárias ao preconizado no guião; e se o objectivo fosse promover consensos, não dedicaria dezenas de páginas a agredir o Tribunal Constitucional e o Partido Socialista, ressuscitando até a questão, já resolvida, da constitucionalização da chamada "regra de ouro".
O guião do dr. Paulo Portas, ninguém se engane, visa apenas desempenhar uma tripla função eleitoral: de justificação, de propaganda e de ilusionismo político».

 

Pedro Siva Pereira - Jornal Económico, hoje.

Sex | 01.11.13

Dia de Todos os Santos

Hoje é FERIADO! Foi-nos roubado mas não deixa de ser FERIADO!

O Dia de Todos os Santos destina-se a prestar homenagem a todos os santos, conhecidos e desconhecidos e começou a ser praticado por cristãos no Século II, em sagração dos santos que haviam sido martirizados. A comemoração regular só começaria, no entanto, em 609 ou 610, por decisão do Papa Bonifácio III, mas a mudança para 1 de novembro só ocorreria durante a vigência do Papa Gregório III (731-741), desconhecendo-se a razão da escolha desta data para tal celebração.

Em Portugal, a data era um dos dois feriados religiosos que desapareceu do calendário português, pelo menos durante cinco anos, na sequência do acordo entre o Governo e a Santa Sé. O dia é ainda assinalado com a romaria aos cemitérios, antecipando o Dia de Finados que se comemora amanhã e com o peditório, feito pelas crianças, do «Pão Por Deus», uma tradição que remonta a 1756, um ano depois do violento sismo que a 1 de novembro devastou a cidade de Lisboa. A pobreza que atingia a grande maioria da população de Lisboa na altura agravou-se com a destruição causada pelo abalo. Passado um ano sobre a catástrofe, os habitantes aproveitaram a comemoração do feriado do Dia de Todos os Santos e saíram pelas ruas, de porta em Porta, pedindo «Pão por Deus» para lhes mitigar a fome, agravada pela destruição do terramoto. Esta tradição, hoje, é mais usual do interior do país. Nos centros urbanos a comemoração é o Halloween ou «Dia das Bruxas», importado dos EUA. Este é o resultado da mescla de muitas tradições, levada por colonos, no século XVIII, para os Estados Unidos e ali integradas de modo peculiar na sua cultura e que se comemora na noite de 31 de Outubro.

Pág. 5/5