Não escrever um romance na «horizontal», com a narrativa de peripécias que entretêm. Escrevê-lo na «vertical», com a vivência intensa do que se sente e perturba.
Vergílio Ferreira
O novo ano lunar chinês inicia-se a 31 de janeiro, marcando o início do Ano do Cavalo no zodíaco chinês. Conhecido como Festival da Primavera, o Ano Novo Chinês marca o fim do inverno,sendo o feriado mais importante em toda a Ásia. A data é assinalada com diversos rituais e tradições, como a dança dos dragões, fogos-de-artifício, jantares especiais em família, visitas aos amigos, troca de presentes e muita decorações em tons vermelhos por ser considerada uma cor auspiciosa.
2014 é um ano de Cavalo de madeira – no horóscopo chinês há 12 signos, identificados por animais, sendo que cada um rege um ano, repetindo-se em ciclos de 12 anos. Há também cinco elementos, que dão um tom específico ao signo de cada ano: madeira, fogo, terra, metal e água.
O Cavalo rege o mês de junho, o dia 17 de cada mês, a direção Sul e período das 11h00 às 13h00 que é o horário do pico do sol. Por isso é conotado com o calor, com a energia, com o verão e com tudo que é quente. Dentro da teoria dos cinco elementos chineses (água, fogo, terra, madeira, metal), o Cavalo está inserido no Grupo de Fogo. O último ano de Cavalo de madeira foi em 1954, há 60 anos.
Juntando os elementos Fogo e a Madeira que regerão o ano, podemos prever que teremos muita «lenha para queimar» em 2014. Essa combinação dos elementos remete-nos para a imagem de uma fogueira, onde a madeira alimenta o fogo, que por sua vez reduz tudo em cinzas e que retorna ao solo firme e seguro. Essas são características que encontraremos durante o ano segundo a astrologia chinesa. A imprensa chinesa destaca várias guerras entre a China e o Japão que se iniciaram em anos do Cavalo de madeira (Jiawu), como a de 1894, em que os japoneses derrotaram a frota da dinastia Qing (1644-1911), sendo a primeira vez que o Império do Meio foi batido pelos Trono do Crisântemo. Isto para dizer que, de acordo com a astrologia chinesa, o ano não será pacífico.
Os tempos estão definitivamente a mudar e o Papa Francisco continua a derrubar barreiras sociais e culturais. Depois de ser considerado a personalidade do ano de 2013 pela influente revista Time, é agora capa da mais recente edição da revista americana Rolling Stone, incontornável revista da cultura pop norte-americana desde 1967.
A fotografia de Francisco a sorrir é acompanhada pelo título de uma conhecida canção de Bob Dylan: The times they are a-changin.
A revista traça um longo perfil do Papa Francisco, com o subtítulo «Por dentro da suave revolução do Papa». No artigo, o sumo pontífice é descrito como sendo radicalmente diferente do seu antecessor e responsável por mudanças na forma como católicos e não católicos veem a igreja.
Rui Pedro desapareceu há 11 anos de Lousada. Mas, por mais tempo que passe, a sua mãe não desiste de o procurar, e nem o tempo lhe tem atenuado a dor estampada no seu rosto. Hoje, Rui Pedro celebra 27 anos e em jeito de homenagem foi lançada uma campanha de sensibilização para que o caso não caia no esquecimento. No vídeo aparece a mãe juntamente com os atores Ana Padrão e Paulo Pires com o mesmo objetivo de sempre: encontrá-lo. O vídeo é brutal.
A sondagem das eleições europeias dão uma vitória à coligação PSD/CDS com 37,1% das intenções de voto, contra os 35,5% de votos do PS. Obviamente que esta intenção de voto a cerca de quatro meses do sufrágio eleitoral vale o que vale, e atá lá muita coisa ainda pode acontecer.
Contudo, a manterem-se estes resultados, alguma coisa vai ter que mudar no PS, e provavelmente António Costa terá que «ir a jogo». António Costa é uma das poucas pessoas dentro do aparelho socialista capazes de encabeçar essa alternativa. É um homem experiente, inteligente, que tem governado (a meu ver, muito bem) o município de Lisboa, tem provas dadas como ministro (foi um bom ministro da Justiça) e tem a credibilidade que falta a Seguro.
Se Costa não avançar, e Seguro for a votos contra Passos Coelho, acho que o PS pode arriscar a mais inacreditável derrota política de sempre, contra um governo mais fragilizado e contestado de sempre. Não porque os portugueses gostem muito de Passos Coelho, mas por que não confiam em António José Seguro.
Outro aspeto não menos importante prende-se com número de abstenções que se situa nos 60%. É certo que as eleições europeias são, em regra, aquelas onde se regista um maior número de abstencionistas e de votos nulos ou em branco. Ou porque os portugueses ainda não entendem o peso e a importância da UE, ou porque os cidadãos portugueses continuam alheados da política ou por estarem completamente desiludidos com o rumo do país. Mas independentemente das razões subjacentes isto deveria preocupar os decisores políticos.
Hoje, no seu comentário na TVI, Marcelo Rebelo de Sousa propunha a alteração da duração do mandato presidencial de 5 para 7 anos e devendo, na sua opinião, o presidente da Republica realizar apenas um mandato e dava como exemplo o caso francês.
O Bloco de Esquerda teve uma ascensão meteórica devido à ousadia dos seus militantes em pisar terrenos outrora exclusivos aos partidos ditos tradicionais, com a vantagem de trazer ao espaço público uma mensagem de modernidade, bem construída, arejada, sem a lengalenga dos discursos mainstream. Por outro lado, o discurso do seu líder, Francisco Louçã, foi uma pedrada no charco. Louçã afirmou-se, com mais ou menos demagogia, como um dos mais carismáticos líderes políticos nacionais da última década, sendo o principal responsável pelo nascimento, afirmação e crescimento do partido que chegou a ser a quarta força parlamentar com 16 deputados na Assembleia da República.
Francisco Louçã era um político sagaz, calculista que falava muito para além das fronteiras partidárias e até da zona ideológica dos bloquistas. Com o apoio manifesto da comunicação social, o Bloco pegou em alguns temas, em matéria de costumes e tendências sociais, caso do aborto, das drogas leves e do casamento homossexual e recolocou-os na agenda política. Enquanto estes temas marcaram a agenda, o partido foi marcando pontos no espectro político, até ao momento em que começou a perder terreno, tendência que se tem vindo a acentuar e que parece ter vindo para ficar.
Com a saída de Louçã, o desafio que se colocava a quem se lhe seguisse era, antes de mais, manter o partido como um bloco unido, mas sem perder a sua coerência. A sugestão feita pelo próprio Francisco Louçã de que a próxima liderança deveria ser bicéfala era sintomática do estado latente de desagregação do partido. Os deputados João Semedo e Catarina Martins pareciam significar a tentativa de contentar as muitas sensibilidades existentes no Bloco. Acontece que com a saída do seu líder histórico, emergiram os tiques e vícios estruturais das pequenas fações que constituem o partido. Os temas sociais que o BE introduziu na discussão política são hoje pacíficos, até para grande parte da direita. Os sinais de modernidade que os bloquistas haviam trazido à política portuguesa pareciam esgotados. E outros manifestamente inadequados. Mas, nenhum parece ter sido tão desajustado como a liderança bicéfala que sucedeu a Louçã, na tentativa de superar as restantes forças partidárias em demonstrações de igualdade de género, que manifestamente não resultou, por mais sonantes que sejam as intervenções de Catarina Martins e por mais experiente, respeitável e estimável que seja João Semedo. E não resulta porque dispersa a mensagem e induz uma ideia de fragmentação na opinião pública, quebrando a identificação dos portugueses com o projeto bloquista.
Acresce que com a saída dos seus elementos mais mediáticos e ativos, Daniel Oliveira, Rui Tavares e agora de Ana Drago o BE ficará como muito pouca margem de manobra.
Sem uma implantação forte no poder local e no mundo do trabalho e uma presença apagada no mundo sindical, as atuações do BE parecem ir a reboque dos discursos do Partido Comunista que obviamente lhe ganha em experiência e implantaçao social.
No futuro, apenas uma convergência com outras forças de esquerdas (3D e Livre) poderá evitar um futuro trágico do BE. Uma refundação do partido a partir de um acordo entre as três correntes existentes, não muito diferente, afinal, daquilo que esteve na génese do BE.
Já tinha refletido há tempos aqui no blog sobre as praxes académicas. Pacheco Pereira fá-lo aqui, obviamente de forma mais sagaz e eloquente. Seria porventura a altura ideal para o ministro da Educação, Nuno Crato, impor medidas restritivas às universidades sobre este tema. Não vou tão longe como Vasco Pulido Valente que sugere mesmo, no seu artigo no Público o encerramento da Universidade Lusófona. Mas um apuramento de responsabilidades, com certeza.
Há blogues que visito diariamente (ou quase), outros semanalmente, alguns de vez em quando. Dentro desta última categoria está o "Pais de Quatro”, o blogue do João Miguel Tavares, escrito por ele e pela mulher. Têm quatro filhos. Uma família numerosa portanto, facto que não é novidade para quem o acompanha nas crónicas do Público ou no Governo Sombra. O blogue é um convite a entrarmos um bocadinho mais neste seu mundo. Aborda temas relacionados com a sua vida familiar com perspicácia e inteligência. Escreve bem e tem um sentido de humor apuradíssimo que muitas vezes me faz rir até às lágrimas. Gosto do João Miguel Tavares, apesar de nem sempre concordar com as suas opiniões, mas o blogue é muito engraçado, dispõe bem e vale mesmo a pena uma visita.
Depois do vídeo promocional das advogadas, as redes sociais e a blogosfera foram invadidas nos últimos dias com comentários acerca do look escolhido pela assessora do de Cavaco Silva para assuntos da Juventude e Desporto, Carla Mouro, para receber Cristiano Ronaldo, durante a sua condecoração, no último dia 20, no Palácio de Belém.
Segundo a CARAS a dita assessora escolheu o modelo na loja de Fernando Póvoas, na Avenida da Liberdade, em Lisboa. «Trata-se de um vestido de linha clássica assinado por Elisabetta Franchi, em que a transparência da camisa contrasta com a mini-saia com aplicação de franjas. O vestido custa cerca de 431 euros, mas Carla da Cruz Mouro aproveitou a época de saldos para o comprar por metade do preço». Alguma imprensa chegou a ponto de ouvir a opinião de especialistas em imagem e protocolo, a fim de indagar se a indumentária seria adequada à ocasião. Por dias as notícias da crise, da austeridade e do referendo ficam subsumidas pelo cumprimento da saia de carla Mouro.