Não escrever um romance na «horizontal», com a narrativa de peripécias que entretêm. Escrevê-lo na «vertical», com a vivência intensa do que se sente e perturba.
Vergílio Ferreira
A última edição da prestigiada revista Análise Social foi suspensa e os exemplares já impressos vão ser destruídos, segundo uma decisão do diretor do Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade de Lisboa, José Luís Cardoso, num um puro ato de censura.
Alegadamente a razão para esta edição da “Análise Social” não ter chegado a sair da tipografia ficou a dever-se à capa do referido número da Análise Social remeter para um pequeno estudo sobre a importância dos murais como forma de protesto atual, assinado por Ricardo Campos, investigador do Universidade Aberta, que tem os graffitis como uma das suas áreas de investigação.
Contradizendo os argumentos de José Luís Cardoso, Pina Cabral, diretor da Revista, defende que «a preservação e publicação de material desta natureza, não fere em nada a seriedade científica da revista». Pelo contrário, «existe mesmo uma volumosa e respeitável tradição nas ciências sociais de estudar e preservar as formas públicas reprimidas de manifestação de insatisfação popular», acrescenta o antropólogo social.
Mas para José Luís Cardoso, o ensaio é de «mau gosto e uma ofensa a instituições e pessoas». Para retirar o artigo A luta voltou ao muro da edição 212 da revista, o diretor do ICS argumenta também que este ensaio visual «não passa pelo processo de avaliação científica», ao contrário dos restantes artigos da Análise Social», o que é estranho porque todos os artigos científicos são objeto de uma peer review, isto é uma revisão feita pelos seus pares.
Mas tudo isto é inconcebível! Desde quando um qualquer diretor de um Instituto pode condicionar a liberdade académica de alguém em função da sua própria orientação no campo académico, intelectual ou ideológico?
Hoje é comemora-se o Dia Nacional de Prevenção do Cancro da Mama e a Liga Portuguesa Contra o Cancro, como entidade que há mais anos desenvolve atividades de medicina preventiva nesta área, irá promover a nível nacional um conjunto de iniciativas que visam a sensibilização para este problema.
O cancro da mama é o tipo de cancro mais comum entre as mulheres correspondendo à segunda causa de morte por cancro. Em Portugal, anualmente são destetados cerca de 4500 novos casos e 1500 mulheres não sobrevivem. Mas atenção os homens também podem desenvolver a doença!
É uma das doenças com maior impacto na nossa sociedade, não só por ser frequentemente associada a uma imagem de fatalidade, mas também porque agride um órgão simbólico na maternidade e na feminilidade.
São conhecidos alguns fatores de risco associados aos estilos de vida e a características reprodutivas inerentes à vida moderna e ocidentalizada.
A grande dificuldade em diminuir a prevalência de fatores de risco para o cancro da mama justifica uma prevenção secundária, isto é, que sejam concretizados procedimentos e atitudes de um diagnóstico precoce, que incluem um controlo rigoroso e periódico por mamografia e ecografia, recorrendo ao aconselhamento pelo Médico Assistente, sobretudo a partir dos 40-45 anos.
Este verão inusitado convida a uns passeios ao ar livre. Por isso, nada melhor que uma viagem de tuk-tuk pelos bairros históricos de Lisboa.
Os tuk-tuk , muito comuns nas grandes cidades asiáticas como Banguecoque (Tailândia), chegaram a Lisboa em 2012. Devido à sua grande mobilidade transformaram-se num veículo privilegiado para trilhar os caminhos estreitos e sinuosos da cidade lisboeta e conhecer os principais miradouros e monumentos alfacinhas.
Durante hora e meia caminhei por alguns dos bairros típicos de Lisboa. Foi interessante regressar aos pontos mais emblemáticos desta bela cidade que cada vez acolhe mais turistas.
E este é, claramente, um serviço vocacionado para os turistas, mas por que não sermos turistas na nossa própria cidade, através de uma viagem diferente?
O percurso arrancou da Praça da Figueira seguindo para o largo da Sé de Lisboa, depois para o miradouro das Portas do Sol. De lá, o tuk tuk subiu a colina da Graça, para atingir dois dos mais singulares miradouros da cidade: o da Graça e o da Senhora do Monte. Aproveitamos para descer, durante uns minutos, tirar umas fotos e assim admirar uma vista desafogada sobre o rio Tejo.
Na Graça tivemos possibilidade de conhecer uma das vilas deste bairro típico - a Vila Berta – um tipo de arquitetura industrial, com habitações em banda, separadas por rua interior e varandas coloridas a darem um toque muito especial ao conjunto, outrora habitadas pelos operários que a poucos metros tinham a sua oficina. Hoje reabilitadas e bem conservadas.
O icónico bairro de Alfama e as suas vielas são outro ponto de visita obrigatório nos circuitos realizados pelos tuk tuk. Para lá entrar, o veículo tem de contornar os pilaretes instalados à entrada desta «zona de acesso automóvel condicionado». Em Alfama há várias tasquinhas onde é possível petiscar ao som do fado
O Castelo de S. Jorge, a Feira da Ladra, o Panteão Nacional foram também pontos altos do percurso.
O tuk-tuk regressou ainda ao centro da cidade, cruzando o Rossio e Martim Moniz, para se encaminhar depois até ao Bairro da Mouraria. O percurso seguiu para os Campos Mártires da Pátria, mas ainda houve tempo para uma paragem no jardim do Torel. Em baixo pudemos observar a ‘praia’ urbana inaugurada este verão, e onde durante o mês de Agosto, acolhe banhistas e que tem vista para a cidade.
O tuk-tuk acolhe seis pessoas, e permite fazer paragens, sempre que solicitadas pelos passageiros, garantindo a personalização do percurso. O passeio durou cerca de 90 minutos, é conduzido por um driver que vai prestando algumas informações sobre os percursos e sobre os monumentos.
O preço depende do circuito escolhido. Não é propriamente uma ‘pechincha’, mas como «um dia não são dias» valeu bem a pena. Sem dúvida, uma perspetiva diferente de ver e conhecer a capital.
Na passada sexta-feira, o jackpot do Euromilhões no valor de 190 milhões de euros saiu a um apostador(a) português que registou o boletim em Castelo Branco.
Até à data o prémio não foi reclamado. Mas se ninguém reivindicar o boletim premiado, o valor reverterá a favor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e, nesse caso, sairá um Jackpot a Santana Lopes, na qualidade de Provedor da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (entidade gestora dos jogos sociais concedidos pelo Estado) já que os cofres da Santa Casa iriam ficar com um bónus extra de 190 milhões de euros e ver assim o seu orçamento duplicar.
Sabia-se que a reforma da fiscalidade verde iria implicar gastos adicionais para a generalidade dos cidadãos, apesar do governar negar.
No que toca ao combustíveis e pese embora o valor barril de petróleo ter diminuído nos mercados internacionais, o certo é que em 2015, os combustíveis vão ficar mais caros, na sequência das decisões tomadas no OE 2015 e da chamada fiscalidade verde sobre os produtos petrolíferos. Prevê-se uma repercussão no preço dos combustíveis que será suportada pelos consumidores finais.
A Galp estima que a gasolina suba 6,5 cêntimos por litro e que o gasóleo aumente 5,1 cêntimos por litro. Os portugueses vão pagar mais 2,46 cêntimos por litro com o aumento da Contribuição de Serviço Rodoviário (CSR) e mais 1,5 cêntimos por litro com a nova taxa de carbono. A isto há que adicionar, na gasolina, mais 2,5 cêntimos por litro por via da recente obrigatoriedade de introduzir álcool no produto final e, no gasóleo, mais 1,5 cêntimos por litro por via da obrigatoriedade de incorporar mais biodiesel.
O agravamento dos impostos e da carga de taxas do custo dos combustíveis terá seguramente impacto em todos os sectores da sociedade que deles dependem, direta ou indiretamente.
Onde está a neutralidade fiscal? É esta a pergunta que os contribuintes e os representantes da indústria, do comércio e dos serviços colocam, perante as propostas dos novos impostos verdes que irão aumentar os combustíveis, taxar voos, cobrar por sacos de plástico e elevar a tributação sobre os automóveis.
Portugal, à semelhança de quase toda a União Europeia, atrasa os relógios no próximo domingo e entra na chamada «hora de Inverno», ainda que os últimos dias pareçam indiciar que é o Verão que está a chegar.
Na madrugada de domingo, os relógios atrasam 60 minutos, às 02h00, no continente e na Região Autónoma da Madeira, e nos Açores, atrasam o mesmo tempo, mas à 01h00.
Portugal passa assim a estar alinhado com o tempo universal, o que significa que está no fuso horário 0 igual ao do meridiano de Greenwich, que se convencionou usar como marcador para o tempo.
A mudança da hora acontece em todos os países da União Europeia, ao mesmo momento, mas outros países que não fazem parte do grupo dos "28" escolheram seguir as mesmas normas.
Na Europa, a norma começou na altura da I Guerra Mundial e teve como objetivo poupar combustível numa altura em que este era racionado. Atualmente já não há um impacto económico, mas apenas social, já que os horários de trabalho coincidem mais com a luz solar. Ainda assim, a União Europeia reavalia a manutenção dos horários de verão e de inverno de cinco em cinco anos.
Hoje a questão não é polémica em Portugal. É certo vai escurecer mais cedo, mas também é bom despertar com a luz do dia.
Ultimamente os dias andaram intermitentes, entre o verão e o outono. Chuva e mais chuva, regada com uma brisa quente, mas agora, eis que o verão decidiu instalar-se em pleno outono, já com o chão repleto de folhas caídas das árvores que se despem ao ritmo da estação.
Vem para nos fazer sorrir (nada como o bom tempo para melhorar a nossa disposição), para nos despertar da nostalgia do tempo cinzento, para nos livrar da chuva que teimava em não nos largar e para nos forçar a roupas leves, típicas da estação do calor.
Mas como este «verão outonal» é «sol de pouca dura», desfrutemo-lo em toda a sua plenitude, até por que daqui a dois meses é Natal.
O filme “Os Maias”, uma adaptação cinematográfica de João Botelho do romance de Eça de Queirós é o filme português mais visto do ano. "Enganei-me e fiz um blockbuster", diz João Botelho.
Nas salas de cinema desde o passado dia 11 de Setembro, o sucesso do filme está também a repercutir-se na venda do livro. É que desde a estreia do filme, o número de exemplares vendidos do romance aumentou quase 50% por cento.