Não escrever um romance na «horizontal», com a narrativa de peripécias que entretêm. Escrevê-lo na «vertical», com a vivência intensa do que se sente e perturba.
Vergílio Ferreira
Só um FC Porto quase perfeito em todos os momentos da partida, poderia ambicionar discutir a eliminatória no Allianz Arena. E, infelizmente, esse FC Porto ontem não apareceu. Sabíamos de antemão que o jogo de ontem não ia ser fácil e que os alemães eram favoritos para garantir o apuramento para as meias-finais, mas perder por 6-1 era inimaginável.
Os bávaros assumiram a iniciativa do jogo desde os primeiros minutos. Forçados a correr atrás do prejuízo, empurraram os azuis e brancos para o seu meio-campo e o FC Porto foi literalmente massacrado durante 27 minutos, momento em que os alemães chegaram ao 3-0. Sem capacidade de controlo das operações e desfalecidos no plano emocional, os portistas sofreram outros dois golos antes do intervalo que tardava em chegar. No fim da primeira parte o marcador assinalava 5-0 a favor do Bayern.
Depois, na minha perspetiva, o treinador do FC Porto abordou mal o jogo. Face às ausências de Danilo e Alex Sandro, titulares habituais, afastados por castigo, Lopetegui foi forçado a fazer adaptações na defesa. Diego Reis e Martins Indy ocuparam esses lugares, sendo que Reis foi um flop. Aos 33 minutos, Lopetegui, reconhecendo o erro, troco-o por Ricardo Pereira.
Para a segunda parte e certamente já a pensar no jogo do próximo domingo, Lopetegui fez descansar Quaresma e lançou para o seu lugar Rúben Neves, alterando o sistema tático (colocou Maicon, Casemiro e Marcano na defesa). Surpreendentemente, a segunda metade do jogo foi bastante melhor que a primeira. Os portistas conseguiram maior eficácia: trocar melhor a bola no meio campo adversário e chegar com maior perigo à baliza de Manuel Neuer.
A ganhar por 5-0 o Bayern sentiu que a eliminatória estava ganha e baixou o ritmo de jogo. Nessa fase o FC Porto aproveitou e reduziu por Jackson Martinez, ficando a dois golos do apuramento. É evidente que marcar dois golos em Munique com o ascendente germânico em alta era quase impossível, mas a verdade é que logo depois Jackson ficou a centímetros de voltar a marcar e reabrir de novo a eliminatória.
O Bayern apercebendo-se disso voltou a carregar. Após a expulsão de Marcano, acabou mesmo por fazer o sexto golo, num livre direto, superiormente batido por Xabi Alonso e acabou com o jogo, para desilusão de milhões de Portistas por esse mundo fora que viram o sonho europeu ontem esfumar-se em Munique.
Foi, sem dúvida, uma pesada derrota que poderá ter repercussões no jogo de domingo, na Luz, frente ao Benfica.
Os episódios trágicos à volta do fluxo de imigrantes sucedem-se exterminando milhares de vidas. Os fluxos migratórios da África para a Europa têm aumentado consideravelmente nos últimos anos. A sobrelotação e a falta de condições das embarcações levam muitas vezes à morte de centenas de pessoas.
Em 2014 registaram-se 3.279 mortes no Mediterrâneo, segundo dados da Organização Internacional para as Migrações (OIM). Foi o ano mais mortífero desde 2000.
Mas 2015 afigura-se ainda pior. A OIM assinalou já este ano cerca de 1.600 mortes, 700 dos quais de migrantes que naufragaram no domingo ao largo da Líbia. Relatos de um sobrevivente deram conta que a embarcação transportaria perto de mil pessoas a bordo. As vítimas são pessoas que vivendo num universo de desespero, de guerras, doenças, perseguições, explorações, discriminações e violência procuram a esperança em outro continente.
Do Papa à União Europeia são muitas as vozes que reclamam soluções para um fenómeno que teima em alastrar-se. Mas lamentar só não chega. Este drama reclama prevenção, mediante uma atitude concertada e firme da comunidade internacional.
O comissário europeu para a Migração, Dimitris Avramopoulos, apresentou um plano com 10 ações imediatas para prevenir novas tragédias no Mediterrâneo, ancoradas no «reforço do financiamento e meios disponíveis de patrulha; esforço sistemático para capturar embarcações utilizadas pelos traficantes de seres humanos; encontros regulares entre instituições como Europol, Frontex e Eurojust; projetos-piloto de reinstalação de requerentes de asilo e intensificação do diálogo com os países do norte de África», entre outras ações com carácter de urgência.
Os chefes de estado e de governo dos 28 Estados-membros da União Europeia agendaram um Conselho Europeu extraordinário para a próxima quinta-feira, em Bruxelas, para debater o problema e desencadear soluções que consigam travar o tráfico humano.. Há desafios que só podem ser adequadamente respondidos se houver uma abordagem cooperativa, como é o caso dos fluxos migratórios.
Hoje, 20 de abril, às 12h00, os Centros de investigação, as faculdades, o Pavilhão do Conhecimento vão parar as suas atividades normais durante cinco minutos. Por essa altura acontece também uma concentração em frente das portas principais das respetivas instituições.
A ideia da comunidade científica portuguesa é homenagear o antigo ministro da Ciência, segundo garantiu um grupo de cientistas e investigadores em comunicado - «O professor Mariano Gago impulsionou e marcou profundamente a ciência em Portugal nas últimas décadas, contribuindo decisivamente enquanto presidente da Fundação para a Ciência e Tecnologia e ministro da Ciência para o desenvolvimento do sistema científico nacional em muitas das suas vertentes», adiantou o mesmo grupo, citado pela agência Lusa.
Passos Coelho decidiu voltar a colocar a descida da Taxa Social Única (TSU) na agenda política. O primeiro-ministro manifestou a intenção de reduzir a TSU paga pelas empresas sem no entanto rever o valor pago pelos trabalhadores.
A descida da TSU que as empresas pagam teria sempre de ser compensada com uma subida da contribuição paga pelos trabalhadores ou com uma subida de outro imposto qualquer, sob pena de existir um défice nas contas da Segurança Social.
Passos diz que a descida da TSU é necessária porque «precisamos como de pão para a boca de aumentar o investimento e criar emprego». O objetivo da criação de postos de trabalho pela redução da TSU das empresas pode estar cheia de boas intensões mas não passará disso mesmo.
Se estimarmos o valor que a Segurança Social vai perder com a redução da TSU das empresas na ordem dos milhares de milhões de euros ficamos a pensar quantas centenas de milhar de postos de trabalho teriam que ser criados para compensar a perda de verbas.
A verdadeira dimensão desta medida está ainda pouco clara mas não irá com certeza ter impacto significativo na tal criação de emprego. O que irá ter é o efeito da descapitalização, ainda mais, da Segurança Social.
Todos concordam que é demasiado arriscado anunciar o aumento das contribuições dos trabalhadores ao mesmo tempo que se anuncia a descida dos encargos para as empresas, ainda para mais em ano de eleições legislativas. Como se pode, então, explicar que o Primeiro-Ministro escolha este momento para recolocar a questão na sua agenda política?
Não sei se é coragem, mera subserviência a grupos económicos ou pura idiotice, mas penso que qualquer medida anunciada por Passos Coelho por melhores que sejam as intensões traz sempre «água no bico».
Morreu José Mariano Gago hoje, em Lisboa, aos 66 anos, vítima de cancro. Foi ministro da Ciência e da Tecnologia, de 1995 a 2002, do XII e XIII Governos Constitucionais, liderados por António Guterres, e ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, em governos do Partido Socialista, liderados por José Sócrates, de 2005 a 2011.
Licenciado em Engenharia Eletrotécnica, pelo Instituto Superior Técnico e doutorado em Física pela Faculdade de Ciências da Universidade de Paris, foi bolseiro do Instituto de Alta Cultura, no Laboratório de Física Nuclear e de Altas Tecnologias da École Polytechnique, de 1971 a 1976, e da Organização Europeia de Pesquisa Nuclear, de 1976 a 1978. Mariano Gago foi também presidente da Junta Nacional de Investigação Científica e Tecnológica, entre 1986 e 1989, e dirigiu o Laboratório de Instrumentação e Física Experimental de Partículas, em Lisboa.
O ex-ministro foi um dos responsáveis pela criação da Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica, gestora da rede de Centros Ciência Viva e publicou vários trabalhos, entre os quais "Homens e Ofícios" (1978, 1982) e "Manifesto para a Ciência em Portugal" (1990).
Enquanto ministro, Mariano Gago determinou o encerramento da Universidade Moderna por «falta de viabilidade económico-financeira e grave degradação institucional» e da Universidade Independente, invocando vazio de poder na direção, instabilidade, falta de qualificação dos professores e ausência de rigor na apreciação das candidaturas.
Como ministro privilegiou ainda protocolos com grandes instituições norte-americanas para programas de investigação avançada, nomeadamente com o Massachussets Institute Tecnology (MIT), Carnegie Mellon University (CMU) e Universidade do Texas em Austin.
Foi, sem sombra de dúvidas, um dos melhores ministros que Portugal teve. Discreto, low profile, mas de enorme eficiência. Com Mariano Gago à frente da pasta da Ciência Tecnologia a inovação científica portuguesa ganhou uma nova dinâmica e a investigação científica foi dignificada.
Como bem referiu Carlos Fiolhais «Há uma ciência antes de Mariano Gago, que era muito pequena, e uma ciência depois de Mariano Gago, que é muito maior. Ele pôs a ciência no país. Há um Portugal antes e um Portugal depois»
Pela marca profunda deixada na Ciência em Portugal, o seu desaparecimento constitui uma perda irreparável para a Ciência e Ensino Superior.
Ontem fez-se história no Dragão. A máxima de que «no futebol são onze contra onze e no fim ganha a Alemanha» caiu por terra e quem ganhou foi o FC Porto.
A estratégia bávara desabou aos três minutos quando Neuer fez penalty que Quaresma concretizou e logo depois marcou o segundo golo. Aliás, Ricardo Quarema foi o homem do jogo. Fez um jogo brilhante!
Mas toda a equipa foi enorme, os jogadores trabalharam muito, souberam sofrer, aproveitar os erros do adversário e com uma exibição incrível banalizaram o portentoso Bayern.
Grande vitória do Porto por 3-1que até podia ter sido mais expressiva, caso o árbitro tivesse expulsado o guarda-redes, Manuel Neuer logo no início do jogo. Um árbitro que teve um critério disciplinar tendencioso que prejudicou claramente a equipa nacional.
O 3-1 não garante nada, é certo, mas em Munique tudo é possível e o FC Porto merece passar à próxima fase.
A modelo Gisele Bündchen fará esta semana o seu último desfile para a marca Colcci durante a São Paulo Fashion Week, pondo fim a uma carreira como modelo que já dura há 20 anos e revelou as razões que a levaram a abandonar as passadeiras: «aprendi a sentir o meu corpo. Automaticamente, o meu corpo diz se o que faço vale a pena e ele pediu-me para parar. Eu respeito o meu corpo e tenho o privilégio de poder parar», explicou a modelo brasileira, em entrevista ao jornal «Folha de São Paulo».
«Não é uma aposentadoria, porque vou continuar a trabalhar, apenas não será na passarela. Além disso, não descarto desfilar, porque já estou nesta área há 20 anos e agora quero criar espaço para me focar em outros projetos e também passar mais tempo com a minha família». Mãe de dois filhos e casada com o ídolo do futebol americano Tom Brady, do New England Patriots, a modelo de 34 anos é, segundo a revista Forbes, a mais bem paga do mundo e ostenta esse título há oito anos.
Estreou-se como modelo aos 14 anos. Ao longo de duas décadas, criou uma carreira sólida que hoje é refletida em grandes campanhas, como a da Chanel. A longo dos anos trabalhou para outras marcas como Alexander Wang, Balenciaga, Valentino, Victoria's Secret, Versace e Louis Vuitton.
«1 hora e 35 minutos» é uma reportagem de Ana Leal que passou esta semana na TVI, que de forma nua e crua, demonstra as fragilidades do SNS. As imagens recolhidas com uma câmara oculta, durante um mês, em 15 hospitais, fazem lembrar um cenário terceiro mundista, com macas amontoadas pelos corredores e doentes que esperam e desesperam horas sem fim para serem observados.
Instado a comentar o Secretário de Estado Adjunto da Saúde, Leal da Costa, teve a distinta lata de afirmar: «É uma reportagem que só vem confirmar a opinião que eu tenho, que os serviços de urgência em Portugal funcionam muito bem, é uma experiência que confirma que tem picos de afluência, como nós já sabíamos, durante a noite os serviços tendem a encher-se, durante o dia tendem a estar mais vazios, por força da própria orgânica do sistema», afirmou Leal da Cunha aos jornalistas.
«O testemunho dos médicos que eu ouvi, com o devido respeito, conheço-os há bastante tempo, alguns deles são reputados e reconhecidos militantes do Partido Comunista e da oposição, alguns candidatos a deputados. São pessoas que eu tenho gosto de conhecer há muito tempo e que obviamente estão politicamente motivadas para fazer algumas afirmações, que são opiniões. Nada daquilo é demonstrado», reiterou.
Perante isto, aconselha-se uma visita urgente de Fernando Leal da Silva ao oftalmologista. Mas mais que mudar de lentes e de secretários de Estado, temos que mudar urgentemente de governo. Este executivo já ultrapassou todos os limites do razoável.
Morreu, aos 87 anos, o escritor alemão Günter Grass, Prémio Nobel da Literatura em 1999.
Mais conhecido pelos romances que escreveu, Günter Grass ficou também conhecido como poeta. Menos conhecida era a sua faceta como artista plástico, nomeadamente escultor. A carreira de romancista começou em 1959, com a publicação de «O Tambor». O livro foi bastante polémico na altura, mas acabou por ser um sucesso estrondoso, tendo sido traduzido em várias línguas e adaptado para o cinema. Quatro décadas depois foi a pedra angular do Prémio Nobel da Literatura.
Autor de outros títulos como Meu Século (1999) ou A Passo de Caranguejo (2002) deixa uma obra em que a temática da alemã é central, em particular através da pesada herança do nazismo.
Hillary Clinton, 67 anos é candidata às eleições presidenciais de 2016 nos Estados Unidos da América (EUA). A antiga secretária de Estado norte-americana anunciou, neste domingo, através da rede social Twitter, que é candidata à nomeação democrata: « «Sou candidata à presidência. Os americanos precisam de um campeão todos os dias e eu quero ser esse campeão», disse a mulher do antigo presidente Clinton.
Esta é a segunda vez que Hillary Clinton se candidata à presidência dos EUA. Hillary Clinton é a primeira candidata democrata à sucessão de Barack Obama. Em 2008 também entrou na corrida nas primárias, mas acabou vencida pelo agora Presidente norte-americano. O partido republicano já tem dois candidatos oficiais: Ted Cruz e Rand Paul. As eleições presidenciais estão marcadas para a primeira terça-feira de Novembro de 2016.