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Narrativa Diária

Não escrever um romance na «horizontal», com a narrativa de peripécias que entretêm. Escrevê-lo na «vertical», com a vivência intensa do que se sente e perturba. Vergílio Ferreira

Narrativa Diária

Sab | 30.04.16

«Morrer é mais difícil do que parece»

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Paulo Varela Gomes morreu, hoje, depois de lhe ter sido diagnosticado um cancro há quatro anos.Filho do coronel João Varela Gomes e de Maria Eugénia Varela Gomes, ambos ligados ao golpe de Beja, em 1961, e torturados pela PIDE, nunca deixou de se envolver na política de forma ativa. Ainda professor no ensino secundário foi um militante ativo do PCP juntamente com Miguel Portas, de quem era muito próximo, e com que viria a fundar o movimento Política XXI, uma das correntes políticas que estaria na génese do Bloco de Esquerda.

Em Maio de 2015, publicou na revista Granta um texto intitulado «Morrer é mais difícil do que parece», um verdadeiro tratado de humanidade e um testemunho impressionante que descreve a sua forma de lidar com a doença oncológica, desde que lhe foi diagnosticada, num estádio já muito avançado, até à fase quase terminal, onde refere:

«A vida é muito menos cheia de prosápia do que a morte. É uma espécie de maré pacífica, um grande e largo rio. Na vida é sempre manhã e está um tempo esplêndido. Ao contrário da morte, o amor, que é o outro nome da vida, não me deixa morrer às primeiras: obriga-me a pensar nas pessoas, nos animais e nas plantas de quem gosto e que vou abandonar. Quando a vida manda mais em mim do que a morte, amo os que me amam, e cresce de repente no meu coração a maré da vida.»

Entretanto durante estes quatro anos, Paulo Varela Gomes, professor associado no Departamento de Arquitetura da Faculdade de Ciência e Tecnologia da Universidade de Coimbra, autor de uma obra de investigação importante no campo da história da arquitetura e da arte, deixou as lides académicas, mas não baixou os braços e dedicou-se exclusivamente à literatura, tendo inclusive publicado quatro romances — «O Verão de 2012», «Hotel» (Prémio PEN Narrativa 2015) e «Era Uma Vez em Goa» — e um volume de crónicas — «Ouro e Cinza”. O último livro, intitulado «Passos Perdidos» foi publicado em Fevereiro deste ano.

Qui | 28.04.16

O «Sequeira» está finalmente no lugar certo!

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O Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA) lançou o crowdfunding ‘Vamos Pôr O Sequeira no Lugar Certo’. O objetivo era adquirir a obra A Adoração dos Magos, em exposição temporária no museu e conseguir angariar os 600 mil euros para o efeito.

A campanha começou a 27 de Outubro do ano passado e terminava no sábado, dia 30 de Abril. A meta dos 600 mil euros foi ultrapassada três dias antes do prazo. Ao todo, contribuíram 172 entidades, mais de 15 mil particulares, anónimos e em grupos, o que tornou a iniciativa um caso de sucesso face às campanhas internacionais.

Inédita em Portugal, a campanha de angariação de fundos para a aquisição de uma obra de arte para um museu público «atingiu uma escala insólita e esmagadora», segundo o diretor do Museu Nacional de Arte Antiga (MNAA) o que permitiu adquirir o quadro, pintado por Domingos Sequeira em 1837.O ministro da Cultura, Luís Castro Mendes, considerou também a iniciativa, um exemplo de um «movimento de apropriação da cultura pelos cidadãos».

A obra-prima, que completa assim o acervo de desenhos e pinturas do seu autor, fica exposta no átrio do MNAA até ao fim do mês de Abril e será depois alvo de trabalhos de conservação e restauro.O quadro ficará doravante como património cultural do país, depois de ter estado cerca de 200 anos em mãos de privados.

Na Noite dos Museus, agendada para 21 de Maio, será reapresentada ao público, num evento organizado no museu. Em Julho, integrará finalmente a nova exposição permanente que está a ser preparada no terceiro piso daquela instituição, na rua das Janelas Verdes.

Qui | 28.04.16

Tagliatelli com salmão

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 (imagem tirada da NET)

Adoro massas e já percebi que os meus leitores também! É um ingrediente delicioso que tem mil e uma utilizações, além de que se prepara muito rapidamente. 

 

Ingredientes:

2 tranches de salmão

1 cebola pequena

2 dentes de alho 

300g de massa tagliatelli fresca

350ml de natas de cozinha (podem ser light ou soja)

sal e pimenta q.b

gotas de limão

azeite q.b

 

Preparação:

De véspera tinha grelhado tranches de salmão que comi com batatas e legumes. No próprio dia, coloquei um tacho ao lume com sal e um fio de azeite. Ao levantar fervura juntei a massa e deixe cozer cerca até estar al dente. Reservei.

Numa frigideira, tipo WoK, pus o azeite, a cebola e os alhos, picados finamente, e deixei refogar alguns minutos. Juntei um pouco de tomate (apenas para dar cor) de seguida as natas, e gotas de limão. Quando as natas ficaram espessas, adicionei o salmão cortado em bocados grossos e juntei a massa.

Envolvi com cuidado de forma a não desmanchar o salmão. Finalmente, adicionei uns coentros picados.

Uma delícia!

Qua | 27.04.16

Espanha vai novamente a votos

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Em Espanha o impasse continua. Os partidos políticos mostram-se incapazes de chegar a entendimentos a fim de viabilizarem a formação de um governo. Neste contexto o rei de Espanha informou que será necessário dissolver o Parlamento e convocar novas eleições legislativas. Os espanhóis irão às urnas em 26 de junho, seis meses após as últimas eleições legislativas.

Ao contrário de Portugal, onde a esquerda fez um esforço para se sentar à mesa das negociações e chegar a uma plataforma de entendimento, com cedências de ambas as partes, em Espanha, essa possibilidade não foi conseguida e a realização de eleições, parece uma inevitabilidade, ainda que as sondagens mostrem que 80% dos espanhóis se opõe a este cenário,

Mas voltar a eleições resolveria o problema político? As próximas eleições espanholas serão vividas num contexto de um profundo esgotamento político. Recorde-se que quase todo o ano de 2015 foi preenchido com campanhas eleitorais. Depois os protagonistas políticos são os mesmos e estando os espanhóis contra a marcação de eleições, poderá existir uma elevada taxa de abstenção, punindo a incapacidade de diálogo e entendimento entre partidos políticos, antevendo-se que o impasse corra o risco de se manter, mesmo após este ato eleitoral.

Seg | 25.04.16

25 de Abril, Sempre!

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Passaram 42 anos sobre o  25 de Abril de 1974,  uma das datas mais marcantes da História recente do nosso País. Para além de todas as movimentações militares que marcaram este dia e das modificações políticas, económicas e sociais que se seguiram, o 25 de Abril de 1974 também teve um grande impacto nas alterações culturais do nosso país nos últimos 40 anos.

Mas as promessas de Abril não se cumpriram todas, dizem alguns. Mas quais promessas? Abril não prometeu nada, cada um de nós é que sonhou com um país diferente, após a revolução e criou expectativas. No entanto, e ao contrário do que diz, a revolução de Abril melhorou e muito a situação do país, em todas as áreas. Não estamos como gostaríamos, pois, mas estamos muito melhor do que estávamos, isso é inegável! 

Senão vejamos:liberdade de expressão e de pensamento sob qualquer forma; liberdade de manifestação; liberdade de reunião e de associação; liberdade de organização politica; liberdade sindical; salário mínimo nacional; subsídio de férias e de Natal; fim da guerra colonial e reconhecimento do direito à independência dos povos colonizados; igualdade de direitos; eleições livres e direito de voto aos maiores de 18 anos; direito à justiça; independência e dignificação do poder judicial; direito à educação; direito à cultura; direito à habitação; direito ao trabalho; direito à reforma; direito à saúde; direito à greve; poder local democrático; politica social essencialmente na defesa dos interesses da classe trabalhadora e aumento da qualidade da vida de todos os portugueses, entre outras conquistas.

Cabe também a cada um de nós fazer a nossa parte e contribuir para um país melhor. Como disse um dia JFK: «Não perguntes o que o país pode fazer por ti, pergunta antes o que podes tu fazer pelo teu país».

Dom | 24.04.16

Erro fotográfico

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A presidência holandesa da União Europeia, reunida na 6ª feira em Amesterdão, entregou um documento às delegações e à imprensa internacionais, no qual identificava os ministros das Finanças presentes na reunião do Eurogrupo.

Porém, no espaço reservado à fotografia do ministro das Finanças português, Mário Centeno, aparece uma imagem do jornalista da SIC, José Gomes Ferreira.

O erro foi detetado pelos diversos jornalistas portugueses presentes na reunião e surpreendeu a delegação portuguesa do Ministério das Finanças que pediu explicações à Presidência holandesa. O lapso foi entretanto corrigido.
Falta apurar ainda como aconteceu esta gaffe, tendo em conta que na página da Internet do Ministério das Finanças português está disponível uma fotografia do ministro da tutela, sendo que na aplicação para telemóvel da presidência holandesa da União Europeia também consta a fotografia correta.
Curiosamente, em tempos, o jornalista da SIC, publicou um livro intitulado «O meu programa de Governo» e chegou até a correr uma petição nas redes sociais que apelava para José Gomes Ferreira se candidatar a primeiro-ministro, dai talvez o engano da presidência holandesa da União Europeia.
Estes equívocos só revelam a falta de respeito, de consideração e de importância que a União Europeia dá a pequenos países como Portugal. Nem sequer sabem quem são os seus governantes. Sim, porque não estou a ver trocarem o nome do ministro das finanças alemão ou francês. Rigor é bom, mas só para aplicar aos outros países.

Sex | 22.04.16

Prince (1958-2016)

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Este ano não está a ser fácil. Depois de David Bowie, ontem foi mais um dia triste para o panorama musical: morreu Prince, aos 57 anos. O cantor encontrava-se na sua residência e estúdio de gravação, conhecido como Paisley Park, no estado de Minnesota (EUA). A causa da morte ainda é desconhecida, mas sabe-se que há uma semana, terá sido levado de urgência para o hospital, depois de o seu avião privado ter feito uma aterragem de emergência. Porém, pouco depois, Prince recuperou, teve alta, e garantiu aos fãs que estava bem.

Nascido em Minneapolis, em 1958, Prince Rogers Nelson era considerado um dos nomes mais influentes da música pop, citado por dezenas de artistas pelo talento e capacidade criativa, abrangendo diversos estilos musicais, em particular soul, funk e R&B. Lançou o clássico álbum Purple Rain em 1984, sendo considerado por diversas listas importantes como um dos melhores discos de todos os tempos. Dois anos depois lançaria o clássico Kiss, canção mais icônica do cantor, que ficou no top mundial durante várias semanas. Desde então, tornou-se muito influente da indústria musical e sempre procurou inovar a cada novo trabalho.

Da sua vasta carreira o músico contabilizou: um Óscar, dois Globos de Ouro, sete Grammys, uma atuação no Super Bowl de 2007, a referência na Hall of Fame em 2004.

Em Portugal, o seu quarto e último espetáculo foi em 2013, num concerto que teve lugar no Coliseu dos Recreios, em Lisboa.

Prince era dos nomes mais marcantes da Pop. Um génio, multifacetado, músico prodigioso e de vários instrumentos. Perfeccionista, fanático pelo seu trabalho, com uma enorme capacidade de se reinventar e de supreender sempre. Desapareceu aos 57 anos, mas para os seus fãs e apreciadores do seu género musical será certamente eterno. 

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