Até sempre, Zé Pedro!
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Morreu Belmiro de Azevedo, um dos grandes empresários portugueses e um dos homens mais ricos do país. Dono de uma personalidade e frontalidade única, exemplo de criatividade e inovação e com uma visão bem à frente do seu tempo, Belmiro de Azevedo foi e será sempre uma verdadeira referência no panorama empresarial, tanto a nível nacional como internacional.
Construiu o maior grupo empresarial português e tornou-se o maior empregador privado do País. Através do Grupo Sonae estendeu a sua atividade a áreas dos hipermercados (Continente e Modelo), das comunicações (jornal Público), e telecomunicações (Optimus). Posteriormente, o grupo procurou expandir-se internacionalmente e apostou no retalho especializado.
Em 1991, criou a Fundação Belmiro de Azevedo, que desenvolve a política de mecenato da empresa. Em 2007, depois de 18 anos na direção da Sonae, transferiu a liderança para o seu filho Paulo de Azevedo, atual presidente executivo da Sonae SGPS e reservou para si o cargo de presidente do conselho de administração.
Orgulhava-se de ter construído o seu império sem quaisquer ajudas do Estado e nunca se eximiu de criticar o poder político o que lhe trouxe alguns amargos de boca.
Belmiro queixava-se que os governos que lhe haviam travado alguns dos maiores negócios, como a OPA sobre a PT, lançada em fevereiro de 2006, assumida como «a maior operação da sua vida» foi um negócio hostil e que falhou. Zeinal Bava fazia parte da comissão executiva da PT e foi um dos que se opôs à OPA lançada por Belmiro de Azevedo. Alegadamente o governo de Sócrates deu instruções para que a Caixa Geral de Depósitos votasse contra a OPA da Sonae. Desde aí, Belmiro cortou relações com José Sócrates e criticou-o fortemente.
A Assembleia da República aprovou ontem um voto de pesar pela morte do empresário, manifestando solidariedade à família e amigos, com o voto contra do PCP. Quando se trata de ditadores como Fidel Castro ou Maduro os comunistas votam a favor. É da sua essência. Afinal para o PCP, um empresário é sempre um capitalista, mesmo que crie riqueza e diminua o desemprego criando muitos postos de trabalho, como foi o caso.
O PS supostamente havia acordado, na passada sexta-feira, com o Bloco de Esquerda, uma proposta que visava taxar as empresas produtoras de energias renováveis, através da qual o Estado arrecadaria 250 milhões de euros. Na proposta do BE, esta contribuição solidária incidiria «sobre a diferença entre o preço médio da eletricidade no dia da venda e o valor da tarifa garantida e paga que se repercutiu na fatura».
Contudo, no dia da votação os socialistas recuaram e chumbaram a proposta. Em entrevista à SIC, o líder parlamentar do PS explica as razões que levaram o partido a mudar o voto na questão da taxa sobre as energias renováveis, na votação do Orçamento do Estado. Carlos César diz que seria precipitado adotar a contribuição sem um debate mais amplo sobre as eventuais consequências jurídicas.
Segundo o BE faltaram «nervos de aço ao Governo para enfrentar as empresas produtoras de energia».
Do alto do palanque, a deputada do BE Mariana Mortágua condenou o volte face e a deslealdade do PS quanto à contribuição sobre as renováveis, acusando os socialistas de cederem perante o «poder das elétricas».
Nas palavras da deputada Marina Mortágua, este «é o retrato de um poder político que cede perante a ameaça e força do poder económico, e que muitas vezes foi cúmplice desse mesmo poder. E é também o melhor argumento para explicar porque é que a EDP não deveria ter sido nunca privatizada».
Mas, o que a deputada omitiu foi que a proposta de extensão da contribuição especial de energia ao setor das energias renováveis traria custos significativos para o país: primeiro porque lesava os direitos contratuais dos investidores que aplicaram os seus capitais na presunção de condições de rendibilidade assegurada e iriam certamente reclamar indemnizações; depois porque contrariava a aposta nacional nas energias renováveis, que como se sabe é fundamental para reduzir a dependência energética do País e, finalmente, porque a aplicação de uma taxa teria seguramente repercussões nos preços da eletricidade. Alguém teria de arcar com este imposto e seriam certamente os consumidores que veriam a sua fatura inflacionada no final de cada mês. Daí que o custo-benefício da medida seria residual.
A pretensão do BE em taxar quem investe na produção de energias renováveis a bem da sustentabilidade energética não se compreende, é apenas puro populismo, certo é que na sexta-feira os socialistas tinham votado a favor da medida, ontem deram o dito por não dito, talvez por bom senso, mas pecaram pela incoerência.
«Pedro, isto já não vais ler. Já não me importo tanto. Vão ler as pessoas que te amam. Estou aqui para lhes dizer quanto tu as amavas. Não te calavas com a tua mãe, Maria João. Éramos os dois apaixonados pelas nossas mães: havia meninos mais mimados pelas mães? Eu nunca conheci.
Chegavas tu. Passávamos horas a contar histórias das nossas mães e não era naquele género competitivo da tua mãe ser melhor do que a minha. Reconhecíamos que, a partir do mais alto nível, as mães não podem ser melhores do que já são.
Passávamos horas a falar nos nossos filhos. O António Maria é um orgulho nacional desde pequeno - todo ele é (só para começar) honra, inteligência, dedicação, generosidade, abertura, entusiasmo e sabedoria — mas o teu amor por ele ultrapassava toda a justiça. Tu punhas-nos todos a amá-lo também.
Vão ter saudades de ti, Pedro. Tu eras uma criança nos teus afectos, puro como se só os sentimentos contassem. Àqueles que amavas perdoavas tudo. Esse perdão já faz falta. Já faz falta o teu amor. Tudo o que tu davas, de tão bonito e verdadeiro, ficou dado para sempre. Mas era tão bom receber o teu amor directamente, de ti.
As mortes são uma merda mas a tua parece a pior de sempre. Nunca fizeste as coisas pela metade, raios te partam. Tinhas de ser surpreendente até ao fim, mesmo sendo o fim que tão tristemente nos surpreendeu.
Fizeste-me tão feliz, Pedro, tantas vezes. A tua felicidade — amar a família, as pessoas, as coisas, os jornais, as músicas, as discordâncias, os amigos — sobrava para a nossa.
Como é que conseguiste? Como é que vamos viver sem ti? O que é que eu faço aos nossos planos? E agora? Com quem é que eu não vou almoçar todas as quartas-feiras? Já nem disso consigo rir-me, por não estares aqui para te rires comigo.
Tu eras o riso, a aventura de fazer e de andar para a frente, a coragem de bater o pé e insistir, o brio de levantar o queixo e seguir por onde nos desse na real telha.
Teu era o espírito aberto, a alma aberta ao acaso, a abertura do mundo para quem o mundo ama, o ponto de partida multiplicado por cada veneta que se tem, a maneira de amar e ser amado como se o amor fosse a coisa mais fácil e abundante desta vida.
Contigo era. Contigo é e continua a ser. Obrigado por nos teres deixado a melhor coisa que há: o teu amor. Era mútuo, como tu muito bem sabias. Ainda bem que sabias isso e que nada que eu digo aqui seja novidade para ti.
Ao menos isso, Pedro, fica para sempre.
Fica para sempre, Pedro. Espera por nós. Guarda-nos um lugar perto de ti, ouviste?»
Miguel Esteves Cardoso - Público
Assinala-se hoje meio século sobre as cheias de novembro de 1967. Foi na madrugada de 25 para 26 que a chuva intensa dizimou cerca de 700 pessoas e que o governo do Estado Novo tentou ocultar a todo o custo. Oficialmente, foram 462 vítimas.
Recuperando testemunhos de época, o documentário O Tempo Que Faz, da autoria de Helena Matos, exibido ontem pela RTP1, reconstituiu uma das maiores catástrofes ocorridas em Portugal, quando a chuva ultrapassou todos os limites e a água deixou um rasto de morte e destruição. Bairros e aldeias nos arrabaldes de Lisboa foram levados pelas cheias e pela lama, 20 mil casas ficaram danificadas, os prejuízos foram incalculáveis.
Perante a letargia do governo, foram os estudantes universitários que se dispuseram a ajudar as vítimas. Um movimento que marcou definitivamente uma geração. Para muitos estudantes, as cheias de 67 foram um momento de tomada de consciência das desigualdades e da injustiça social, tornando-se um momento de viragem.
E como era miserável o país há 50 anos!
Como já aqui escrevi não gosto da Black Friday, esta espécie de tradição americana que nós adotámos, pela simples razão que não gosto de locais com muita gente, de grandes enchentes nas lojas e de confusão no trânsito, causa-me alguma claustrofobia.
Acresce que não tenho tempo nem paciência para enfrentar filas gigantes para efetuar pagamentos e muito menos para descontos que muitas vezes são fictícios, muito embora reconheça que há obviamente descontos que valem mesmo a pena (o El Corte Inglês, por exemplo, tem neste dia e até domingo desconto de 50% em toda a loja).
Por isso, hoje, vou evitar lojas e espaços comerciais. Para mim será uma sexta feira como todas as outras.
E já agora deixo-vos um conselho: se quiserem beneficiar de alguns descontos deste dia, estejam atentos (muitas lojas aumentam o preço dos produtos dias antes para poderem baixar neste dia) e de preferência comprem online, é prático e é cómodo.
Finalmente, a chuva apareceu! Que bom! Que falta nos estava a fazer! Gosto muito de sol e do tempo mais quente, mas estavamos a precisar que chovesse,depois de tantos meses de seca severa!
Por isso esta chuva, mais do que uma dádiva dos céus, é uma bênção, face à generalizada escassez de água.
Pois que chova «cães e gatos».
A greve dos professores e as negociações com os sindicatos e o Governo, em vésperas da aprovação do orçamento, marcaram a agenda política da semana.
A proposta de orçamento para 2018 previa que não fosse contabilizado o trabalho realizado entre 31 de agosto de 2005 e 31 de dezembro de 2007, nem entre janeiro de 2011 e 31 de dezembro de 2018 dos docentes, porque, segundo o Governo, a contagem desse tempo de serviço iria pôr em causa a sustentabilidade dos próximos orçamentos, uma vez que teria um custo total de cerca de 600 milhões de euros.
Os professores desagradados com esta medida resolveram avançar para uma greve em defesa da contagem integral do tempo de serviço e concentraram-se em frente à Assembleia da República, no dia em que foi discutido o orçamento da educação no Parlamento.
Entretanto sabe-se que algumas das revindicações dos professores foram acolhidas já que a recuperação do tempo de serviço e o início da reposição salarial será efetuada ainda nesta legislatura.
Encorajada pelas negociações do governo com os sindicatos de professores, a Associação Sindical dos Profissionais da Polícia enviou uma carta, assinada por Paulo Rodrigues, presidente da associação sindical, ao primeiro-ministro, onde se podia ler: «Não me passa pela cabeça que o Governo vá tratar de forma diferente os profissionais da polícia. Se houver uma porta aberta para os professores tem de haver para nós, caso contrário seria um caos em termos de revolta entre os profissionais da polícia».
As exigências podem estender-se ainda aos militares, que também querem as mesmas condições para progredir nas carreiras.
Também o presidente do Sindicato Independente dos Médicos, Roque da Cunha, declarou hoje que quer que os médicos sejam também abrangidos pela solução que o Governo propôs aos professores quanto aos descongelamentos.
Como era de esperar, abre-se aqui uma caixa de pandora, porque à semelhança dos professores, outras classes profissionais vêm agora exigir um tratamento semelhante nas suas carreiras, com impactos imprevisíveis na conflitualidade social e nas Finanças Públicas.
Não as podemos condenar, porque uma coisa é certa: 'o Sol quando nasce é para todos'.
Há 50 dias na Presidência, João Lourenço exonerou Isabel dos Santos e retirou a gestão da televisão pública aos filhos de José Eduardo dos Santos.
o presidente angolano exonerou, ainda, as administrações do Banco Nacional de Angola e de empresas estatais nomeadas pelo anterior chefe de Estado. Igualmente surpreendente foi a exoneração de Carlos Sumbula do cargo de presidente do Conselho de Administração da Empresa Nacional de Diamantes de Angola (Endiama), a segunda maior empresa nacional que já este ano tinha sido reconduzido nas funções por José Eduardo dos Santos.
Recorde-se que João Lourenço foi eleito o terceiro chefe de Estado angolano em agosto, nas eleições gerais que o MPLA voltou a vencer, sucedendo a 38 anos de liderança de José Eduardo dos Santos que, no entanto, permanece como presidente do partido que lidera Angola desde 1975.
Algo parece estar a mudar em Angola. Esperemos que não seja só de boys.
Será a primeira vez, que me lembre, que não verei a Itália num Mundial de Futebol. É algo de estranho, um Mundial sem a presença da Squadra Azurra, tetracampeã mundial. Mas ainda mais estranho é, saber que ontem foi o último jogo internacional de Gianluigi Buffon. Após o jogo frente à Suécia, que ditou a ausência da Itália no Mundial 2018, o guarda-redes de 39 anos anunciou o adeus à seleção italiana, após 175 internacionalizações.
No final do encontro, Bufon foi o primeiro a ir cumprimentar e dar os parabéns aos suecos, depois foi consolar os seus colegas, um a um. Já o tínhamos visto fazer o mesmo quando jogou pela Juventus contra o Sporting. Um senhor, este guarda-redes que conforta os perdedores e elogia adversários, sem qualquer problema.
O quase quarentão que já ganhou quase tudo, sobre a sua despedida e sobre a eliminação de Itália, disse: «Não tenho pena por mim mesmo, mas sim por todo o futebol italiano. Falhámos em algo que poderia ter um significado também a nível social. Lamento por tudo terminar assim, não pela passagem do tempo. Aqueles que jogaram sabem o quão duros são estes jogos. Não fomos capazes de nos exibirmos ao nosso melhor nível. Faltou-nos capacidade para marcar. Os playoffs são decididos em detalhes e, hoje, os detalhes estiveram contra nós», e concluíu: «sabemos o que temos de fazer para nos levantarmos, como sempre fizemos. A culpa é para ser distribuída por todos. Não pode haver bodes expiatórios. Ganhamos juntos; perdemos juntos. Estou a deixar uma Itália que saberá falar por si mesma. Abraços a todos, especialmente para aqueles que partilharam esta maravilhosa jornada comigo».
Ontem, ao vê-lo chorar senti que, de facto, o futebol é cruel, até para as lendas. O homem que carregou a Itália às costas no Mundial de 2006, acabou ontem derrotado e disse adeus à sua carreira na Seleção Italiana.
Ciao, Italia! Até sempre, Buffon!