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Narrativa Diária

Não escrever um romance na «horizontal», com a narrativa de peripécias que entretêm. Escrevê-lo na «vertical», com a vivência intensa do que se sente e perturba. Vergílio Ferreira

Narrativa Diária

Dom | 04.02.18

Ainda a iInvestigação do MP a Centeno

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O Ministério Público quis dar um sinal de que atua independentemente de quem são os visados, e de que ninguém está acima da lei, mas cobriu-se de ridículo, não há outro modo dizer isto.

 

O facto de Mário Centeno ser presidente do Eurogrupo fez o caso ganhar proporções internacionais. Vários jornais noticiaram a investigação e o PPE apresentou uma proposta para que o assunto fosse discutido no Parlamento Europeu. Foi o próprio António Costa a afiançar, em Bruxelas, que o assunto «está encerrado» e  «só por má informação o PPE tinha pedido que o tema fosse debatido» e, quando foi esclarecido da irrelevância do tema, tomou ele próprio a iniciativa de o retirar. Não é assunto».

 

Não fossem as repercussões que o caso teve a nível internacional, eu diria: ainda bem que o MP investigou Mário Centeno, caso contrário as suspeitas ridículas manter-se-iam para sempre. Seria uma mancha que ficaria agarrada à pele do ministro para todo o sempre. Deste modo, o MP vasculhou o gabinete e o computador do chefe de gabinete do ministro das Finanças, para concluir em 6 dias que o que parecia ridículo era, de facto, ridículo e arquivou o processo.

 

Neste processo o Ministério Público sai mal na fotografia porquanto: mostrou insensatez ao seguir a pista de um tabloide que só pensa em vender jornais, sem se preocupar com a veracidade dos factos, e mostrou  incompetência ao desconhecer que o alegado perdão fiscal ao filho Luís Filipe Vieira, não se trata de um perdão, mas de uma isenção automática que não depende do Ministério das Finanças, tutelado por Mário Centeno, mas de um parecer da Câmara de Lisboa.