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Narrativa Diária

Não escrever um romance na «horizontal», com a narrativa de peripécias que entretêm. Escrevê-lo na «vertical», com a vivência intensa do que se sente e perturba. Vergílio Ferreira

Narrativa Diária

Ter | 06.03.18

Festival da Canção 2018

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A canção do Salvador e o formato escolhido desde o ano passado pela RTP veio  conferir alguma dignidade ao Festival da Canção. Depois de um interregno nos palcos da Eurovisão, o Festival ganhou novo fôlego.

 

Salvador e Luisa Sobral não só nos ofereceram uma canção lindíssima, como conseguiram o feito notável de ganhar a Eurovisão e por os portugueses a falar do Festival. Até demais, na minha opinião. Nas redes sociais e nos blogs criticam-se as letras, as músicas, os arranjos, os compositores, as vozes, os cabelos, os vestidos, enfim…tudo e mais alguma coisa, para não falar da questão do plágio.

 

Depois da polémica com a música de Diogo Piçarra, acusado de plagiar uma canção da IURD, surgem agora novos rumores: ‘O Jardim’ composto por Isaura e defendido por Cláudia Pascoal, a canção que irá representar Portugal no festival Eurovisão, também é um plágio, dizem alguns.

 

Não sei se é se não é, mas as canções do festival obedem a regras bem definidas e, como muito bem explicou Samuel Úria, a ideia é criar uma canção original mas que soe a familiar, por isso corre-se facilmente o risco de compor uma melodia que já existia anteriormente ou seja «inventarmos aquilo que já nos parece existente».

 

Agora o realmente importa é que está encontrada a finalista que representará Portugal na Eurovisão e desta vez até jogamos em casa!  Esta música, á semelhança da canção do Salvador não é uma música 'festivaleira'. É uma música muito simples, mas com alma, que transborda de emoção.

 

Não sei se vamos ganhar nem sequer se vamos ficar bem classificados, sei é que é esta a canção que nos vai representar e é esta a canção que devemos apoiar.

Dom | 04.03.18

Sporting afastado do título

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O Sporting ficou na passada 6º feira definitavemente fora da disputa do 1º lugar do campeonato, por muito que Jorge Jesus e Sérgio Conceição digam o contrário. O  resumo do jogo que aqui reproduzo é descrito de forma clara, mas verdadeira, pelo Mestre de Cerimónias no blogue «Artista do Dia» e que espelha bem o que tem sido o Sporting esta época. Sinceramente não diria melhor:

 

«O Sporting ficou ontem afastado pela luta pelo primeiro lugar no campeonato após a derrota no Dragão. No entanto, não foi por causa da derrota no Dragão que ficámos afastados da luta pelo primeiro lugar. Colocámo-nos a jeito para sermos afastados ontem quando perdemos na Amoreira e quando empatámos em Setúbal e em Moreira de Cónegos. O futebol português atual é assim: não se podem perder pontos contra adversários da segunda metade da tabela. Ou melhor, o Sporting não pode perder pontos contra adversários da segunda metade da tabela porque não tem a mesma folga para errar que os rivais. Os motivos que me levam a escrever esta última frase são diversos, mas não é este o momento para os detalhar.

 
O Sporting fez ontem o seu melhor jogo da época contra os rivais, e não merecia ter saído derrotado do Dragão. Não só não foi inferior ao Porto, como teve a agravante de, mais uma vez, ter de jogar num campo inclinado: fez metade das faltas do Porto e acabou com os mesmos amarelos; Doumbia foi travado em falta na área, Soares Dias viu a repetição, mas aparentemente acha normal que um defesa trave um avançado com a canela sem tocar na bola; e o árbitro pareceu ainda ter pressa em acabar o jogo, dando apenas cinco minutos de descontos que se consumiram maioritariamente com interrupções. Caricato, também, o facto de ter havido um elemento do INEM a fazer teatro para tentar que Coentrão fosse expulso. Desde que um apanha-bolas enfiou a bola na baliza em dia de nevoeiro - curiosamente, também num Porto - Sporting - que não se via coisa semelhante.
 
Quanto ao jogo jogado, as duas equipas dividiram os períodos de domínio entre si. Obviamente que o Sporting esteve mais tempo por cima na segunda parte, já que tinha de procurar o empate. Jesus mexeu bem na equipa. Leão não podia ter entrado de melhor forma, e Rúben Ribeiro teve o seu melhor jogo desde que foi contratado. Inversamente, Sérgio Conceição mexeu mal na equipa: apostou demasiadas fichas para explorar o contra-ataque e desguarneceu o meio-campo, entregando-o ao Sporting e permitindo um domínio territorial que foi mais ameaçador do que esperaria. Da mesma forma que a lesão de Doumbia foi um mal que veio por bem - no sentido estrito de ter levado à entrada de Rafael Leão, que teve um rendimento bastante superior -, também a lesão de Marega permitiu a Conceição reequilibrar o meio-campo com a entrada de Reyes. Ainda assim, acabaria por ser a falta de eficácia na finalização do Sporting a ditar o desfecho de ontem.
 
Para além dos já referidos Rúben Ribeiro e Rafael Leão, é justo também destacar pela positiva as exibições de Bruno Fernandes, Bryan Ruiz e William Carvalho. Acuña, Coentrão, Battaglia e Doumbia estiveram abaixo das exigências, e Ristovski devia ter feito bem melhor no segundo golo do Porto.
 
Pouca eficácia concretizadora e momentos fatais de desconcentração defensiva. Foi principalmente por isto que perdemos três pontos ontem e desperdiçámos outros preciosos pontos em ocasiões anteriores, o que demonstra que falta muito de italiano a este Sporting para que essa seja uma abordagem com boas hipóteses de sucesso num campeonato como o português. A maior parte das equipas que defrontamos agradecem um futebol menos intenso, a tranquilidade da equipa em trabalho defensivo em momentos de maior pressão deixa bastante a desejar, e também não temos suficientes finalizadores de qualidade para garantir que um par de oportunidades flagrantes chega para ganhar um jogo. De italiano, na realidade, só isto: o campeonato è finito.».

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