A crise no Sporting
Bruno de Carvalho não escondeu o desagrado pela derrota (2-0) do Sporting em Madrid, diante do Atlético e reagiu no facebook, criticando os jogadores, nomeadamente a dupla de centrais (Coates e Mathieu) pelos erros cometidos nos golos colchoneros e Fábio Coentrão e Bas Dost, amarelados, que por faltas inescusadas vão falhar a segunda mão em Alvalade.
Obviamente que os jogadores leram e não gostaram de terem sido repreendidos em público . Ao que consta, foi o treinador Jorge Jesus a “deitar água na fervura”, numa reunião com o plantel, que terminou com dois cenários em aberto: o boicote ao treino deste sábado ou um comunicado conjunto e público de todo o plantel.
Ao início de tarde de ontem, os danos causados por este conflito pareciam controlados, mas por volta das 18h00 os capitães Rui Patrício e William Carvalho publicaram um comunicado nas respetivas contas de Instagram, tendo de imediato sido seguidos por outros elementos do plantel, onde manifestavam todo o seu desagrado para com o presidente leonino, salientando que «não existem equipas perfeitas» e que não se «pode pensar apenas no 'Eu', mas sim no 'Nós' e sempre na equipa».
Os jogadores foram mais longe e frisaram que o plantel está descontente com as declarações do líder máximo dos leões: «Em nome de todo o plantel do SCP, espelhamos neste texto o nosso desagrado, por vir a público as declarações do nosso Presidente, após o jogo de ontem, no qual obtivemos um resultado que não queríamos... a ausência de apoio, neste momento..., daquele que deveria ser o nosso líder», começando por dizer, acrescentando que culpar publicamente não é a atitude que deve ser tomada. «Apontar o dedo para culpabilizar o desempenho dos atletas publicamente, quando a união de um grupo se rege pelo esforço conjunto, seja qual for a situação que estejamos a passar, todos os assuntos resolvem-se dentro do grupo», pode ler-se no comunicado.
Pouco depois, novamente via Facebook, Bruno de Carvalho, no seu estilo habitual veio reagir, apelidando os jogadores de «meninos amuados» e «mimados» e anunciando medidas disciplinares a todos os atletas que subscreveram o comunicado.
O caldo estva entornado e corria-se o risco de o SCP ter que jogar com a equipa B e com os jogadosres que não tinham subscrito o comunicado.
Não tinha muitas dúvidas que tudo se iria resolver e amanhã o SCP entraria em campo com a equipa principal. Mas tudo isto era perfeitamente dispensável. A reprimenda teria que ser dada sim, mas no recato do balneário.
Bruno Carvalho quando foi eleito parecia ser o Presidente que vinha trazer a estabilidade que o Sporting necessitava. Mas o tempo veio demonstrar o contrário. Ele é o verdadeiro foco de instabilidade e tem arrastado o Sporting para várias polémicas sem sentido, como esta que estamos a viver agora, nunca antes vista no mundo do Futebol. Há já quem diga que tudo isto, não passa de uma manobra ardilosa que tem como propósito forçar uma reação do treinador para lhe mover um processo disciplinar e, com isso, promover o despedimento, invocando justa causa. A ver vamos.
Não obstante todas as fragilidades do Sporting ainda está em luta em três competições. Difícil? Certamente, mas duas delas estão perfeitamente ao nosso alcance: a taça de Portugal e a a passagem às meias finais da Liga Europa.
Agora, a melhor respota deverá ser dada dentro do campo.