Não escrever um romance na «horizontal», com a narrativa de peripécias que entretêm. Escrevê-lo na «vertical», com a vivência intensa do que se sente e perturba.
Vergílio Ferreira
A Comissão Europeia vai, ao que tudo indica, propor o fim da mudança da hora no espaço europeu e adotar o horário de verão. A notícia foi dada pelo presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker.
A decisão anunciada por Juncker surge na sequência da vontade expressa pela maioria dos cidadãos europeus, que votaram pelo fim da mudança de hora entre verão e inverno, em resposta a um inquérito. Segundo os dados recolhidos entre 4 de julho e 16 de agosto, 80% dos inquiridos votaram a favor do fim da mudança da hora, o que é significativo.
Benjamin Franklin foi o percursor desta alteração, em 1784 que ficou conhecida por ‘Daylight Saving Time’. Na altura, o objetivo era poupar em velas.
Após a I Guerra Mundial vários países aderiram ao chamado horário de verão, começando pela Alemanha, Império Austro-húngaro, sendo, logo depois, seguidos pelo Reino Unido e pela França. Todos estes países estavam intimamente envolvidos na guerra. Depois de terminada a I guerra vários foram os países que deixaram cair o horário de verão. No entanto, em 1939, com a II Guerra Mundial tornou-se um hábito adotar estas mudanças de horário tendo em conta os confrontos bélicos existentes.
Só na década de 70 é que o Daylight Saving Time foi uniformizado, principalmente em 1974, quando os Estados Unidos e vários países europeus foram confrontados por um embargo no petróleo, depois da crise energética de 1973.
Nos EUA, por exemplo, houve limitações ao consumo de gasolina e à velocidade a que se conduzia nas autoestradas, para, mais uma vez, haver poupança de recursos, tal como havia acontecido em 1916.
Atualmente já não há um impacto económico, mas apenas social no ajustamento dos horários de trabalho e dos horários escolares com a luz solar.
Em Portugal, em 1992, o Governo, chefiado por Cavaco Silva adotou o horário da Europa central, mas a opção foi muito contestada, porquanto no verão era dia até às 22h00 e no inverno o sol nascia muito tarde. A partir de 1996, o Governo chefiado por António Guterres repôs a hora que ainda hoje vigora. Contudo a questão nunca foi pacífica em Portugal e foram muitas as pressões para se manter a hora inalterada.
Sou favorável a que não se mude de hora, contudo penso que se devia manter o horário de inverno, até porque está é a hora mais próxima da hora solar.
No verão, Portugal está desfasado da hora solar 1 hora e 37 minutos e, com o acerto dos relógios no inverno, a diferença passa a ser de apenas 37 minutos. E realmente a partir da Primavera já não precisamos na verdade de mudar hora para termos os dias mais compridos.
Acresce que o horário de inverno faz mais sentido em termos dos nossos ritmos circadianos, que regulam, por exemplo, os horários do sono, sendo este o exemplo mais óbvio da sua importância para o funcionamento do organismo humano.
Pedro Santana Lopes continua a andar por aí. O ex-primeiro-ministro não quer sair da política, mesmo depois de ter sido derrotado internamente por Rui Rio.
Santana procura manter-se politicamente à tona de água e desta vez lança para cima da mesa a cartada de um novo partido do centro direita, pondo fim a 40 anos de militância no PSD.
Aliança foi o nome escolhido o que nos remete imediatamente para a Aliança Democrática, o partido fundado por Sá Carneiro e Freitas do Amaral nos idos de 79.
O novo partido, segundo afirmou Santana Lopes ao semanário Expresso, será «personalista, liberalista e solidário. Europeísta, mas sem dogmas, sem seguir qualquer cartilha e que contesta a receita macroeconómica de Bruxelas».
A recolha de assinaturas para a constituição do partido começou esta segunda-feira, online, estando igualmente disponível a declaração de princípios assente no «personalismo, liberalismo e solidariedade». O novo partido já tem símbolo de cor azul e propõe, ainda, a «criação do Senado, com a representação das diferentes regiões do país» com o objetivo de aproximar os eleitos dos eleitores.
Santana Lopes não revela para já outros nomes que fazem parte da nova organização, mas adianta que a página do partido será lançada dentro em breve.
Mas não se julgue que esta ideia é inovadora. Já em 1996, Santana Lopes teve semelhante ideia: a criação do Partido Social Liberal, que correspondia às suas iniciais. Mais tarde explicaria o facto de não ter passado de um desabafo natural de quem está muito desiludido. «Muitas vezes, quando temos histórias de amor ou relacionamentos de amizade, às vezes zangamo-nos, estamos cansados e podemos ter desabafos», justificou.
Santana continua, portanto, igual si próprio.
Miguel Sousa Tavares comparou a Aliança à candidatura de Mário Soares às presidenciais de 2006, no sentido de constituir um desastre anunciado que só o próprio não consegue prever. Veremos, pois, o que acontecerá daqui a um ano, sendo certo que um novo partido à direita é uma ameaça sobretudo para o PSD e CDS, mas também para o PS.
No mesmo dia em que Madonna, a Rainha da Pop, celebra o seu 60º aniversário, morre aos 76 anos a cantora e compositora americana Aretha Franklin, considerada a Rainha do Soul.
Aretha Franklin teve uma carreira de mais de 60 anos, durante a qual ganhou 18 Grammy e foi a primeira mulher a entrar para o Rock and Roll Hall of Fame em 1987, tendo figurado inúmeras vezes nas listas dos melhores cantores de sempre. «Respect» «You make me feel like a natural woman», «Day Dreaming», «Jump to It», «Freeway of Love» ou «A Rose Is Still A Rose» foram alguns dos seus maiores hits.
A sua ultima aparição aconteceu em novembro passado, em Nova Iorque, na gala que assinalou o 25º aniversário da Fundação criada por Elton Jonh para apoiar programas de prevenção do HIV.