Angela Merkel
A chanceler alemã, Angela Merkel, integrou a CDU, após a queda do Muro de Berlim. Foi ministra de Helmut Kohl, até ser eleita líder do partido em 2000. Cinco anos depois chegava a chanceler, concorrendo contra Gerhard Schröder. Anunciou agora que não irá recandidatar-se à presidência da CDU, depois de 18 anos à frente do destino do partido, mantendo-se, no entanto, no governo do país até ao final do mandato.
O anúncio surge após a CDU ter assegurado uma vitória nas eleições no estado federado de Hesse, mas tendo obtido o pior resultado em mais de 50 anos, com apenas 28% dos votos, e permitido a entrada da extrema-direita na assembleia regional.
Numa Europa conturbada, também a Alemanha e Angela Merkel viram-se a braços com uma perda da popularidade. A crise de refugiados nos últimos anos, a que a chanceler alemã não virou costas, dividiu opiniões.
Os últimos dois mandatos de Merkel espelham bem como pode ser antagónica a imagem interna e externa de um líder político. Se na crise europeia a chanceler viu a sua popularidade internacional cair a pique para agradar à opinião pública alemã, o tema dos refugiados granjeou elogios depois de Merkel ter decidido abrir as fronteiras a cerca de um milhão de refugiados sírios, enquanto outros responsáveis políticos europeus, lhes fechavam as portas.
Esta atitude da chanceler colocou a sua popularidade interna em risco, sujeitou-a às críticas da direita mais extremista, viu uma força xenófoba ganhar terreno eleitoral, mas não abdicou dos princípios humanitários em que sempre acreditou.
Foi a Time que em 2015 a elegeu Personalidade do Ano, chamando-lhe a «Chanceler do mundo livre», a CNN apelidou-a da «líder moral do Ocidente».
Admirada por quem já a contestou, criticada por quem já a elogiou, mas respeitada por quase todos, ninguém duvida que Angela Merkel terá lugar garantido na História Mundial.