Não escrever um romance na «horizontal», com a narrativa de peripécias que entretêm. Escrevê-lo na «vertical», com a vivência intensa do que se sente e perturba.
Vergílio Ferreira
«O melhor ponto de partida para se construírem compromissos em torno do serviço nacional de saúde é reconhecer que ele tem problemas e que apesar do reforço de recursos humanos destes últimos anos e do aumento de atividade (consultas, cirurgias, etc.) há sérios problemas que persistem e têm de ser enfrentados. Há um envelhecimento médio dos médicos, o que cria uma pressão acrescida para as urgências. Continua a haver dificuldade de fixação de médicos fora dos grandes centros urbanos. Continua a haver carência de certo tipo de especialistas, nalguns casos tendo um efeito negativo a “jusante” (e.g. a falta de anestesistas que atrasa as cirurgias). Continua a haver alguma sangria do tempo de médicos e enfermeiros, do público para o privado. No caso dos médicos jovens, com contrato individual de trabalho, é mais atrativo as horas extra e as urgências serem realizados em privados caso a alternativa exista. Os médicos mais velhos, em particular aqueles que têm funções de direção e que podem passar o seu saber aos mais novos, estão assoberbados de tarefas administrativas, têm pouco pessoal auxiliar e estão muitas vezes em serviços pouco organizados.
Um problema essencial do SNS é o desgaste de muitos dos seus profissionais, alguma falta de motivação, devido a problemas que persistem e que só uma elevada dedicação ao serviço público, uma contenção do sector privado, e uma melhoria na gestão pode resolver. Fala-se muito nas questões remuneratórias como determinantes das opções de vida de médicos e enfermeiros. Decerto que elas são relevantes, mas as questões de organização e previsibilidade da organização de trabalho também o são e estas têm a ver com gestão. A razão pela qual certas unidades hospitalares privadas são mais eficientes e melhor organizadas que algumas públicas é fácil de explicar. A gestão e administração dessa unidade privada é em geral mais estável, não depende de ciclos políticos, e as regras de funcionamento são determinadas para essa unidade e não estão sujeitas a regras (de contabilidade pública, de recursos humanos na dupla modalidade de lei geral de trabalho em funções publicas ou contrato individual de trabalho) comuns a muitas outras dezenas de entidades como acontece no SNS.
Há três tipos de argumentos para defender a melhoria da prestação de cuidados de saúde e solução dos seus problemas. Uma, que sintetizo como a posição de PCP e BE, chamemos-lhe legalista e administrativa, é considerar que o sector social e privado, são a causa de todos os males no SNS, e impedir qualquer tipo de parcerias público-privadas (PPP). Obviamente não resolve os problemas, apenas os confina ao sector público.
A outra, que posso designar como de concorrencial, defendida por PSD e CDS, é o de acreditar que é possível uma efetiva “concorrência” entre sector público e privado no sector da saúde. Como tentei demonstrar em artigo anterior é uma perspetiva herdeira de uma teoria económica ultrapassada pré anos 60, em que ainda não se tinham identificado os problemas da regulação em mercados com informação assimétrica, neste caso entre Estado e prestador privado.
Finalmente, há quem defenda (tem sido a posição do PS) que o SNS deve ter os seus alicerces no sector público, mas que deve cooperar com os prestadores do sector social e privado, nomeadamente nas áreas em que o público não consegue dar resposta, inclusive na gestão de unidades de saúde de forma supletiva e temporária. O conceito chave aqui é o de complementaridade e não o de concorrência entre os vários sectores dado o valor social e constitucional da saúde como direito. Aquilo que tem faltado ao PS são duas coisas. Primeiro, consistência estratégica e táctica com a sua posição doutrinária, começando por falar à esquerda, depois à direita e neste final de semana novamente à esquerda. Segundo, compreender que não existe sustentabilidade desta “complementaridade” entre sectores na saúde, sem uma reforma da gestão do SNS e significativos ganhos de eficiência no setor público.
A nova lei de bases da saúde deveria ser aprovada pois seria um passo na direção certa. Porém, dificilmente o será a menos que o PS, para reconquistar o voto de PCP e BE, aceitasse erradicar as poucas PPPs existentes na saúde, e com elas a possibilidade de comparabilidade de modelos de gestão e de inovação na gestão hospitalar. Sem ou com nova lei de bases o problema essencial do SNS é o mesmo: como melhorar a gestão pública para, com poucos recursos adicionais, motivar os seus profissionais?».
Os Censos 2021 não irão incluir uma pergunta sobre a origem étnico-racial dos cidadãos, não obstante a larga maioria dos membros do Grupo de Trabalho (GT) criado no ano passado pelo Governo, para avaliar essa hipótese e produzir um documento para que o Conselho Superior de Estatística, tivesse decido em sentido contrário. Houve quatro elementos contra, nove a favor e uma abstenção.
O GT defende que resposta do Censos será um instrumento «fundamental e incomparável» para avaliar as desigualdades étnico-raciais no país: porque tem uma cobertura nacional; pelo universo da população; pela sua multisectorialidade; pelo carácter sistemático e longitudinal da recolha; pelo rigor dos protocolos pelos quais se recolhe e trata os dados.
Acresce que, segundo aquele GT, o uso destas categorias já é feito na vida quotidiana e em várias instituições e que são «os objetivos políticos e sociais» da recolha e utilização dos dados que definem a sua legitimidade.
Sublinham que traz vantagens face ao uso de outras categorias como “naturalidade”, “naturalidade dos pais” e “nacionalidade” — uma das alternativas apresentada pelos elementos contra do GT em substituição da pergunta direta.
Isto porque, defendem os que tiveram mais votos, usar a nacionalidade e naturalidade, em vez de fazer a pergunta direta, reforça «uma noção excludente do imaginário nacional, que entende as populações racializadas como imigrantes ou estrangeiros na sociedade portuguesa».
Além disso, não abarca as gerações de afrodescendentes negros cujos pais nasceram em Portugal, nem a quase totalidade da população cigana. «A opção por indicadores desse tipo contribui para menorizar a relevância do combate às desigualdades e à discriminação de base ‘étnico-racial’, diluindo-a na questão da imigração».
Acrescentam ainda que esta informação criada pelo Censos permitirá avaliar a eficácia de medidas públicas na promoção da igualdade étnico-racial em diferentes domínios.
A questão é complexa, sem dúvida, e percebo, em abstrato, que haja quem ache a pergunta absurda. É o caso de Rui Pena Pires, sociólogo, pessoa que muito respeito, que defende que, numa Europa assolada pelo regresso da extrema-direita, teme a legitimação da categorização racial.
Contudo, julgo perceber, a não ser que haja algo que me tenha escapado, que a pergunta tem somente o objetivo preciso de saber quantos residentes em Portugal afirmam a sua pertença a determinados grupos. Como frisa a ONU no programa de ação da Década dos Afrodescendentes, de 2015 a 2024, o conhecimento estatístico é um dos passos essenciais para combater a discriminação. Porque ao contabilizarmos quantos portugueses se assumem como negros, ciganos, asiáticos, implica reconhecer a sua existência e, a partir daí, aferir a dimensão da sua exclusão na escola, na sociedade, nas profissões de prestígio e desenhar políticas de integração.
Portugal é hoje uma sociedade multicultural com pessoas de diversas origens. Assim de repente não estou a ver outro meio melhor para se poder colher dados para conhecer melhor esta realidade, para depois se poder atuar com politicas públicas adequadas para combater a discriminação e desigualdades que de facto existem na sociedade portuguesa.
Michel Platini, antigo futebolista e líder máximo da UEFA entre 2007 e 2015, ano em que foi afastado pelo Comité de Ética da FIFA, foi hoje detido pelas autoridades francesas, em Nanterre, nos subúrbios de Paris, sob fortes indícios de corrupção relativamente à atribuição da organização do Campeonato do Mundo de 2022 ao Catar.
A FIFA e a UEFA tornaram-se, num determinado período, duas instituições com contornos mafiosos. As indústrias do futebol, a par do tráfico de armamento, do tráfico de drogas, da extração de minérios e do tráfico de pessoas, constituem hoje atividades imorais que andam braço dado com o crime financeiro.
No caso de o futebol a falta de vergonha atingiu o seu auge, aquando da atribuição dos mundiais de 2018 à Rússia e de 2022 ao Catar.
Em particular, o mundial do Catar foi talvez das coisas mais vergonhosas da história do futebol mundial. Aliás, se ainda restasse algum pingo de dignidade ao organismo que tutela a gestão do futebol, o próximo Mundial de Futebol não teria lugar no Catar, mas sim em outro país melhor preparado, com sentido de ética e já agora com um clima mais propício para a prática do futebol.
Cá estou, depois de umas miniférias nos Açores, com passagem pelas ilhas de S. Miguel e Terceira, no Arquipélago dos Açores. Uma experiência inesquecível.
As Ilhas açorianas são conhecidas reconhecidas como Património da Humanidade pela UNESCO. A revista National Geographic Traveler elegeu o arquipélago dos Açores, em Portugal, como as segundas melhores ilhas do mundo, atrás das ilhas Faroé, na Dinamarca.
Na verdade esta ilhas proporcionam experiências incríveis. Numerosos miradouros permitem vistas deslumbrantes. Montanhas e vales tranquilos, cobertos de exuberante vegetação, lagoas de enorme beleza alojadas em crateras de vulcões extintos, fumarolas nascentes de água quente, picos imponentes e cavernas misteriosas, a contrastar com campos cuidadosamente cultivados, conferem ao arquipélago uma variedade paisagística rara. Devido a uma atmosfera única, sem poluição, a paisagem adquire tonalidades invulgares, num ambiente de grande tranquilidade e beleza.
Da conjugação de todos estes fatores resulta uma suavidade de clima que conjugado com a particular natureza do solo, origina uma fertilidade de terra que se traduz na presença das mais variadas e exóticas espécies vegetais.
Nas águas do Arquipélago são frequentes a visualização de espécies, como o golfinho, o cachalote e a baleia. Este é um espetáculo muito apreciado pelos turistas.
A ilha de S. Miguel, considerada por muitos a mais bonita, é, sem dúvida, a mais diversificada ilha dos Açores e não será de admirar, pois, que muitos turistas optem por iniciar a exploração deste magnífico arquipélago em São Miguel, a principal ilha dos Açores. Não há um único visitante que não fique impressionado com as diferentes tonalidades de verdes exibidas nas suas vastas paisagens, com vaquinhas, campos de bananas e ananases, plantações de chá, bem como com a abundância de cores que esta ilha tem para oferecer... sempre tão agradáveis à vista.
Cobrindo uma área de, aproximadamente, 747 km2 (65 km de comprimento e 16 km de largura), São Miguel é a que tem a maior densidade populacional dos Açores, com cerca de 135,000 habitantes - representando mais de metade da população total do arquipélago. Com o epíteto de 'ilha verde', merecido pela sua extraordinária fertilidade.
São Miguel é, indiscutivelmente, o centro económico, político e intelectual do arquipélago. A sua capital, Ponta Delgada, é a sede da presidência da Região Autónoma dos Açores, contando também com o mais importante porto de pesca e comércio do arquipélago, com a única universidade existente nesta região e com um dos três aeroportos internacionais existentes neste conjunto de ilhas.
Os habitantes de São Miguel vivem maioritariamente na costa Sul, sobrevivem predominantemente da agricultura - sendo as principais culturas o milho, os figos, as laranjas, o ananás, o chá, o tabaco e o vinho - da criação de gado, da pesca, do comércio e do turismo, este último sendo mais evidente aqui do que nas outras ilhas. O verdadeiro ambiente açoriano são os prados verdes cheios de “vacas felizes”.
A visita às estufas que albergam as plantações de ananás são sobretudo surpreendentes. Por exemplo, quantos de nós sabíamos que todo o processo de produção demora cerca de 24 meses?
Na passagem pela Ribeira Grande vale a pena parar para visitar a Fábrica de licores "Mulher de Capote". Aqui percebemos como se fazem, conhecemos muitas variedades e ainda nos dão a provar vários tipos de licor.
De origem vulcânica, bem como o resto do arquipélago, esta ilha montanhosa é caracterizada por dois maciços vulcânicos separados por uma cadeia de cones basálticos, atingindo Alturas entre os 200 e os 500 m no centro Oeste. As impressionantes crateras das Sete Cidades, do Fogo e das Furnas transformaram-se em misteriosas lagoas no meio das montanhas que representam uma das principais atrações turísticas.
Na capital de São Miguel, a movimentada cidade de Ponta Delgada, respira-se história e romantismo. Um passeio pelas ruas apertadas ou pelos seus românticos jardins vão dar à bela Igreja Matriz, aos vários antigos conventos, ao Forte de São Brás e, claro, as emblemáticas Portas da Cidade.
A par do ritmo insular, a capital tem crescido e apelado à modernidade, por exemplo, na Marina, onde não falta animação nos muitos bares, cafés e restaurantes, com turistas, embora não se sinta, ainda, aquele turismo massificado sentido em outros pontos da Europa.
Desde o século XV, erupções vulcânicas e tremores de terra assolaram a ilha em diversas ocasiões - o mais grave, que devastou grande parte de São Miguel, ocorreu em 1522 – e, ainda hoje, se encontram manifestações de atividade vulcânica, tais como fontes de água quente e fumarolas, particularmente evidentes nos vales das Furnas, perto da costa Sul, e da Ribeira Grande, perto da costa Norte. Em alguns lugares, a terra está tão quente que o típico cozido pode ser invulgarmente cozinhado numa panela debaixo do solo durante várias horas - um prato muito apreciado pelos turistas e apenas confecionado desta forma nos Açores.
O famoso cozido das Furnas tem um cheiro muito característico e nada agradável, mas apenas se sente quando nos aproximamos das fumarolas. O cozido desiludiu-me: é seco, desenxabido, não me pareceu nada de especial e prefiro mil vezes o cozido do Continente. Mas, o encanto da localidade das Furnas está nas poças de água quente: a Poça da Dona Beija e a do Parque Terra Nostra. Com água a cerca de 38ºC tão relaxante que só experimentando é que se pode compreender verdadeiramente. E, claro, o Parque Terra Nostra. O parque é grande jardim botânico com uma variedade enorme de plantas e árvores, além de contar com lagos, riachos e uma piscina de água quente termal ferruginosa. Este é um dos motivos que leva milhares de visitantes a acorrer a este local e a desfrutar de fantásticos banhos de água quente.
A Caldeira Velha é uma zona com várias piscinas naturais que vale sempre a pena visitar, onde também há água deliciosamente quente para se banhar, rodeada de natureza.
Na ilha de São Miguel há praias muito agradáveis. Em vários locais encontramos baías onde existem nascentes hidrotermais submarinas que tornam a água do mar tépida em qualquer altura do ano. É bom exemplo disso a Praia do Fogo, na Ribeira Quente.
Vale a pena, ainda, uma visita a praia de Santa Bárbara, na Ribeira Grande, uma das mais extensas e bem equipadas a nível de infraestruturas; a praia do Pópulo, uma piscina natural e onde o acesso ao mar é feito por escadas. A origem vulcânica do arquipélago faz com que a areia das praias seja escura ou de calhau negro.
As Festas do Senhor Santo Cristo dos Milagres acontecem cinco semanas depois da Páscoa. A figura do Senhor Santo Cristo é alvo de uma enorme devoção nas ilhas dos Açores e, por esta altura, a sua imagem é levada do convento de Nossa Senhora de Esperança, durante horas em procissão pelas ruas de Ponta Delgada. A par das festividades religiosas, à noite as ruas enchem-se de barraquinhas de comes e bebes e concertos de música ao vivo. Durante três dias é animação garantida.
(Monte Brasil - Terceira)
A Ilha Terceira está localizada no grupo central do arquipélago dos Açores onde se encontram também as ilhas da Graciosa, São Jorge e Pico. Esta é a terceira maior das nove ilhas que compõem o arquipélago, com um pouco mais de 400km2, e, é a segunda mais povoada (atrás de S. Miguel) com perto de 60 mil habitantes. De origem vulcânica e com mais de 500 anos de povoamento, a Terceira destaca-se pelas paisagens onde predomina a cor verde.
A capital é Angra do Heroísmo. O planalto preenche grande parte do interior da ilha e pode ser avistado a partir da Serra do Cume. Um cenário perfeito para um registo fotográfico.
A ilha Terceira exibe paisagens naturais, marcadas por vulcões, torrentes de lava, vegetação endémica e um diversificado património espeleológico.
O litoral oferece cenários de rara beleza, marcados pela penetração da lava no oceano e por cones vulcânicos. O Monte Brasil é o mais imponente vulcão litoral do Açores que teve origem em erupções submarinas que ocorreram há menos de 22 000 anos ao largo da ilha. Nos ilhéus observamos espécies vegetais endémicas e autênticos santuários de aves marinhas que repousam nos restos de antigos vulcões submarinos.
A paragem na zona dos Biscoitos (pedras) é refrescante. Mergulhamos nas piscinas naturais, originadas por erupções vulcânicas antigas. Na verdade, não são únicas, uma vez que ao redor da ilha podemos encontrar inúmeras piscinas naturais com estas características.
Por pastagens e caminhos, ladeados de hortênsias e matas selvagens, somos transportados até ao Algar do Carvão. Quem visita a Ilha Terceira não pode deixar de conhecer a Gruta do Algar do Carvão, um mergulho literal nas profundezas na terra, descendo 200 degraus. Esta impressionante gruta exibe inúmeras estalactites e estalagmites de sílica amorfa, nas cavidades vulcânicas dos Açores e é das estruturas mais exuberantes, raras e belas existentes no mundo (apenas existe outra semelhante na Indonésia).
Alcatra é o prato típico da ilha e uma refeição obrigatória para todos que por ali passam. O nome “alcatra” não se refere a um corte de carne de vaca, mas sim a um prato cozinhado durante 12 horas numa espécie de alguidar de barro.
Na Terceira também se faz sentir fortes tradições populares, como o caso das danças e cantares, as touradas à corda, bem como convicções religiosas muito enraizadas que se traduzem nas inúmeras igrejas e nas procissões ao longo de todo o ano, fazem parte da vivência do povo açoriano.
As Festas do Espírito Santo celebram-se um pouco por todas as ilhas dos Açores, com algumas variações. Acontecem sete semanas depois da Páscoa e para além das procissões religiosas que enchem as ruas, enchem a barriga e a alma as famosas Sopas do Espírito Santo, com muito pão e carnes variadas! Há muita música e bailaricos pelos vários “Impérios” das freguesias da ilha.
Chegou ao fim uma viagem de cinco dias por estas duas ilhas e ficou ainda muito por ver e por explorar. Estas duas ilhas são maravilhosas, tudo muito verde, tudo muito bem tratado e cuidado, com flores nos canteiros. As casas caiadas de branco contrastam com as calçadas portuguesas de rocha negra basáltica. São o lugar ideal para relaxar e aproveitar ao máximo a natureza. Uma viagem imperdível para os sentidos!
Tive ainda muito sorte com o tempo. Apanhei dias ótimos, apenas um com chuva miudinha, mas que não impediu de cumprir o programa destinado para aquele dia. Esta semana parce que o tempo por lá está agreste. Com chuva intensa.
A decisão da comissão executiva da TAP em atribuir 1,171 milhões de euros em prémios a 180 colaboradores, após o grupo TAP ter apresentado um prejuízo de 118 milhões de euros no exercício de 2018, não foi bem recebida pelo governo.
A determinação partiu da comissão executiva da TAP, presidida por Antonoaldo Neves, que, segundo o Governo, não terá informado o conselho de administração.
O Governo e os representantes do Estado no Conselho de Administração da TAP «tomaram conhecimento desta decisão, já consumada, com o processamento dos salários referentes ao mês de maio, pela comunicação social». Recorde-se que a operação de reprivatização da TAP foi finalizada em junho de 2017 pelo Governo de António Costa, tendo o Estado passado a deter 50% do capital social da TAP e recuperado o controlo estratégico da companhia aérea.
Num comunicado enviado às redações, o Ministério das Infraestruturas e da Habitação, tutelado por Pedro Nuno Santos afirma que o programa de mérito foi criado «sem ter sido dado conhecimento prévio ao Conselho de Administração da TAP da atribuição dos prémios e dos critérios subjacentes a essa atribuição».
O Governo afirma que não se revê na conduta da Comissão Executiva que agiu em desrespeito dos deveres de colaboração institucional que lhe são conferidos e pediu uma reunião do Conselho de Administração, com caráter de urgência, para esclarecimento de todo o processo e para análise do dever de informação a que estão obrigados nos termos do acordo parassocial.
O procedimento por parte da Comissão Executiva da TAP «constitui uma quebra da relação de confiança entre a Comissão Executiva e o maior acionista da TAP, o Estado português».
Para Antonoaldo Neves, a cultura de meritocracia é o que faz a empresa crescer e gerar rendimento em Portugal, sendo para este gestor uma aposta para continuar, porque acredita que a atribuição do programa de prémios não ameaçará a paz social na empresa porque os trabalhadores e os sindicatos compreendem esta aposta.
«A segurança que temos em relação à paz social é muito grande», disse o gestor, insistindo que não há «um trabalhador na TAP que se possa queixar de não ter tido melhoria das suas condições financeiras no ano passado».
Para o Administrador, os prémios foram a recompensa pela componente individual e desempenho dos departamentos que fizeram um trabalho extraordinário, referiu, lembrando as adversidades que afetaram a empresa, nomeadamente ao nível da escalada do preço do petróleo.
Portugal derrotou, ontem, a Suíça, por 3-1, com Cristiano Ronaldo a fazer um hat trick, o sétimo pela Seleção, que garante a presença da Portugal na final da Liga das Nações, onde irá encontrar o vencedor da partida que se irá realizar hoje entre a Inglaterra e a Holanda.
O resultado não espelha as dificuldades que a seleção teve frente a uma Suíça muito bem organizada, com muita posse de bola e excelentes jogadores.
Alem da exibição de Ronaldo, destaque para 4 exibições: Ruben Dias; William Carvalho; Bernardo Silva; Ruben Neves; e CR7 claro, o homem do jogo.
CR7, enorme, mais uma vez. Aos 34 anos, o capitão da seleção nacional dá uma lição de profissionalismo, de ambição e de auto estima aos colegas mais novos.
Temos talvez a melhor seleção dos últimos anos! Sobretudo em quantidade de bons jogadores. Contudo, a tática escolhida tinha tudo para correr mal! Ofensivamente jogamos pouco, muito pouco. Equipa mal-arrumada a jogar fora das suas posições habituais.
Se na seleção não houvesse a pressão de colocar João Félix a titular, Ronaldo estaria no eixo do ataque, com Guedes à esquerda, Bernardo teria atuado pela direita, Bruno Fernandes jogaria a "10" e Ruben Neves e William jogariam mais atrás, num 4-3-3 provavelmente ideal para as características dos atletas que temos.
Assim, a coisa foi salva pelo talento de Bernardo e pelo génio de Cristiano, jogadores que, como se sabe, vieram jogar à equipa do João Félix (aquele dos 120 milhões).
A visita de Donald Trump ao Reino Unido ficou marcada por protestos em várias cidades, sobretudo em Londres, em que a atração foi um balão de seis metros, representando Trump de fralda e um telemóvel na mão, em que os promotores pretenderam mostrar a personalidade de "um sujeito zangado com um ego frágil e mãos minúsculas".
Morreu Agustina Bessa-Luis. Tinha 96 anos. A escritora nasceu em Vila Meã, Amarante, a 15 de outubro de 1922. O nome de Agustina Bessa-Luís tornou-se mais conhecido em 1954, com a publicação do romance A Sibila, que lhe valeu os prémios Delfim Guimarães e Eça de Queiroz e que constam de uma lista de galardões que inclui igualmente o Grande Prémio de Romance e Novela, da Associação Portuguesa de Escritores em 1983, pela obra Os Meninos de Ouro, prémio esse que voltou a receber em 2001, com O Princípio da Incerteza.
Em 1991 foi lançado o Vale Abraão, da sua autoria e levado à tela por Manoel de Oliveira, em 1993, tendo sido um dos seus maiores sucessos do realizador e revelado a atriz Leonor Silveira no papel principal. A Ronda da Noite, publicado em 2006, foi o último romance da escritora e dá continuidade a uma das suas paixões antigas – a escrita baseada em pinturas famosas –.
Agustina foi distinguida pela totalidade da sua obra com o Prémio Adelaide Ristori, do Centro Cultural Italiano de Roma, em 1975, e com o Prémio Eduardo Lourenço, em 2015. A escritora recebeu ainda os Prémios Camões e Vergílio Ferreira, ambos em 2004.
Foi condecorada como Grande Oficial da Ordem de Sant’Iago da Espada, de Portugal, em 1981, elevada a Grã-Cruz em 2006, e o grau de Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras, de França, em 1989, tendo recebido a Medalha de Honra da Cidade do Porto, em 1988.
Venceu mais de 20 prémios e foi agraciada com diversas condecorações, entre as quais a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada de Portugal, que recebeu em 2016.
Embora sempre ligada à produção literária, exerceu o cargo de Diretora do jornal O Primeiro de Janeiro e foi Diretora do Teatro Nacional D. Maria II. Pertenceu à Academia de Ciências de Lisboa, Classe das Letras, tornou-se membro da Alta Autoridade para a Comunicação Social, da Academie Européenne des Sciences, des Arts et des Lettres de Paris e da Academia Brasileira de Letras.