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Narrativa Diária

Não escrever um romance na «horizontal», com a narrativa de peripécias que entretêm. Escrevê-lo na «vertical», com a vivência intensa do que se sente e perturba. Vergílio Ferreira

Narrativa Diária

Sex | 26.07.19

A greve dos Motoristas de Matérias Perigosas

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Os sindicatos Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e Independente dos Motoristas de Mercadorias entregaram já um pré-aviso de greve para dia 12 de agosto, em pleno período férias dos portugueses.

 

O pré-aviso de greve foi apresentado, alegadamente, porque o SNMMP entende que o aumento devia ser de cerca de 300 euros em 2020 e mais 200 euros em 2021 e 2022. No entanto, a contraproposta da ANTRAM é de um aumento de cerca de 300 euros apenas para 2020. Não discuto as suas reivindicações, discuto apenas o procedimento.

 

Em qualquer setor, uma greve causa sempre constrangimentos, mas esta pode mesmo paralisar o país. Recorde-se que a greve de abril de três dias, com elevada adesão, surpreendeu todos, incluindo o próprio sindicato, e deixou sem combustível grande parte dos postos de abastecimento do país.

 

Ora, como se percebeu, os motoristas têm grande poder reivindicativo e usam-no no sentido de complicar as férias aos portugueses, travar a vinda de turistas que por essa altura pretendem visitar Portugal e dificultar ao máximo o funcionamento de alguns setores vitais para o país, sempre acompanhado de enorme visibilidade mediática que os meios de comunicação social exploram até à exaustão, entrevistando a toda a hora veraneantes e turistas descontentes. O populismo é uma consequência do caldo cultural deste nosso tempo. Está em todo o lado, nas redes sociais, nos reality shows, nos meios de comunicação e também nas lutas sindicais.

 

Por muito que os portugueses possam concordar com esta greve, ficam com a sensação que os motoristas estão dispostos a tudo sem pensar nas consequências sociais, bem como com o sentimento de que estes profissionais pretendem complicar-lhes a vida e sobretudo as suas queridas férias para as quais trabalharam um ano inteiro. Com isso os motoristas e os sindicatos perdem cada vez mais a solidariedade dos portugueses e começam a ficar isolados.

 

Entretanto, o Governo foi dando sinais contraditórios quanto à forma de lidar com a greve: se, por um lado, de manhã, o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, aconselhou os portugueses a abastecerem as viaturas o quanto antes, à tarde afirmou que os serviços mínimos estarão assegurados e terão dimensão razoável, sendo necessário manter a calma.

 

Julgo que a maioria absoluta em outubro pode-se jogar muito com esta greve. As circunstâncias oferecem ao Governo o impulso que precisava para o efeito. Se conseguir, de preferência ao cair do pano, resolver o caos que se anuncia com esta greve, e se o fizer de forma eficiente e eficaz, poderá desferir o cheque mate e conquistar mesmo a maioria absoluta. Esperemos que os incêndios não borrem a pintura!

Qui | 25.07.19

O extravagante Boris Johnson

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Tem ascendência turca e estudou nas melhores escolas inglesas. Foi um jornalista polémico antes de enveredar pela política, onde vingou como figura extravagante e pró-Brexit. Boris Johnson foi eleito líder do partido conservador britânico, esta terça-feira. O ex-ministro dos Negócios Estrangeiros sucede a Teresa May e será o próximo inquilino do n.º 10 de Downing Street.

 

Diz quem o conhece (um jornalista reformado da Lusa) que Boris é «um tipo muito inteligente, culto, arrogante, com notável sentido de humor, extremamente ambicioso e extremamente desonesto. Mente com a maior das facilidades, torce a verdade de forma a que ela se enquadre no que lhe der jeito no momento. Inventava notícias com a maior das facilidades, sempre para pôr em causa as instituições europeias.

 

Um traste, mas um traste educado em Eton e em Oxford, onde foi um dos melhores alunos. Absolutamente irresponsável e indigno de confiança. O tipo é um diabo, inteligente e culto, mas completamente amoral. Por isso mesmo muito perigoso!...».

 

Enquanto Boris Johnson discursava na sua tomada de posse, esta quarta-feira, ouviam-se os ruídos de fundo dos protestos contra o novo chefe do Governo britânico. Mas isso não impediu Johnson de se apresentar com a toda a confiança para «concretizar o Brexit em 99 dias» e reavivar o patriotismo britânico. A promessa de sair a 31 de outubro pode ser difícil de manter, por Boris não ter a maioria no Parlamento e estar sempre sob a ameaça de uma moção de censura. Além disso, a União Europeia não parece mais disposta a reabrir o acordo de saída do que mantinha com May e a hipótese de um Brexit sem acordo é rejeitada pela maioria dos deputados.

 

Por isso a prioridade imediata para o novo primeiro ministro é, como afirmou May, «completar a saída da União Europeia de uma forma que funcione para todo o Reino Unido», mas lá além do Brexit, o novo primeiro-ministro tem outras prioridades no campo internacional. Tem os EUA e a instabilidade da relação entre ambos os países, afetada recentemente pela demissão do embaixador britânico nos EUA após a publicação de documentos contra Trump. Do outro lado, Johnson tem de tomar partido em relação à escalada que está a acontecer entre o Irão e EUA.

 

Se está ou não preparado para fazê-lo ninguém poderá antecipar, mas não deixa de ser preocupante que alguém que mostra um desrespeito tão veemente para com o órgão de soberania que representa o povo tenha sido eleito pelos seus pares como líder do partido e do governo.

 

Tem sido interessante ver alguma Direita sair em sua defesa, como Paulo Portas há dias na TVI. Boris Johnson até poderá ser um dos políticos mais cultos da Europa, mas isso, por si só, não será suficiente para fazer dele um bom primeiro-ministro.

Seg | 22.07.19

Novamente os incêndios!

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Todos os anos por esta altura o flagelo dos incêndios assola o nosso país. Basta a temperatura aumentar um pouco e o cenário repete-se. Em 2017, a situação assumiu uma dimensão de verdadeira calamidade pública, devido à onda de calor atípica que se fez sentir. Os sistemas de proteção civil, prevenção e combate aos incêndios não tiveram capacidade de resposta e nalguns casos entrou-se em rutura. Morrerram pessoas e arderam muitas casas. Problemas estruturais e conjunturais, não sendo propriamente novidade, foram nesse ano colocados em causa. A área ardida foi a maior de sempre em Portugal. Este ano os fogos vieram mais tarde também porque a temperatura registou valores anormalmente baixos para a época.

 

Os fogos em Portugal acontecem basicamente porque temos uma floresta dominada pela monocultura do pinheiro e do eucalipto, espécies altamente combustíveis. Acresce que temos um espaço rural e florestal em processo acelerado de  despovoamento e abandono rural, com populações envelhecidas, por força da migração para as cidades. Daqui decorrem três consequências inevitáveis que contribuem para a vulnerabilidade ao fogo: primeiro, os terrenos dedicados à agricultura de subsistência deram lugar a manchas contínuas de matos ou floresta; segundo, as matas da orla florestal deixaram de ser usados para lenha e gado; terceiro, desapareceu a primeira linha de prevenção e combate aos incêndios que eram as populações das aldeias e, finalmente o número de profissionais da floresta é manifestamente insuficiente e os diversos serviços públicos com intervenção in loco sofrem de falta de meios humanos, materiais, preparação e coordenação.

 

A prevenção, embora tenha melhorado nos últimos anos, continua a ser insuficiente. Os fogos postos são frequentes, com duas origens principais: os pirómanos e os interesses económicos ou pessoais. Porém, na maior parte dos incêndios florestais que ocorrem anualmente em Portugal, estes acabam por não ter causa determinada ou são classificados como ocorrências nulas. Isto deve-se sobretudo à dificuldade de constituição de prova. Além da corrupção, a ignição pode ser cometida por atos acidentais ou negligentes. É frequente, por exemplo, os fogos florestais terem origem em queimadas, pontas de cigarro acesas, lançamento de foguetes ou fogueiras mal apagadas. Os dispositivos de combate aos incêndios florestais também não funcionam devidamente e são sempre escassos.

 

O clima está a mudar e no nosso país esta alteração traduz-se na maior frequência de fenómenos meteorológicos extremos, incluindo secas e ondas de calor. A probabilidade de propagação dos incêndios cresce drasticamente quando ocorrem temperaturas acima de 30°C.

 

Pelos factos acima descritos, verifica-se que Portugal sofre de  uma situação estrutural de vulnerabilidade aos incêndios florestais, com tendência para se agravar se o processo não for revertido. 

 

«O que fazem os outros países de diferente? De uma forma genérica, investiram em meios e estruturas de combate a incêndios profissionalizados e apostaram também em programas musculados e persistentes de prevenção (educação, informação, patrulhamento, auto-protecção de aglomerados, gestão de matos e silvicultura). (...) Assim, ao nível político, é preciso começar por fazer o óbvio, isto é, por reconhecer que combater só o problema não resolve as suas causas e que se desejamos ter florestas e aldeias menos vulneráveis ao fogo, há que operacionalizar a prevenção. (...) Por exemplo, deve-se evitar a dispersão das habitações em espaço florestal, tal como estimular a gestão activa de propriedades abandonadas recorrendo a mecanismos fiscais/legais/patrimoniais que canalizem poupanças para uma economia da prevenção. (...) Sem gestão florestal, o investimento supostamente feito para defender a floresta esfuma-se a combater chamas em torno de povoações, edificados e parques industriais, enquanto o fogo escapa, destruindo mais umas centenas de hectares até à próxima povoação» (Tiago Oliveira e José Miguel Cardoso Pereira, "Incêndios florestais: Como foi criado um problema e como podemos sair dele", Revista XXI, nº 3, 2014, pp. 176-181).

Sab | 20.07.19

Foi há 50 anos!

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Há meio século, nesta data, teve início a missão espacial Apollo 11, a mais importante de toda a história. O mais poderoso foguetão da história, Saturno 5, levava para o espaço três homens. Pouco mais de três dias, após o lançamento, a nave alcançou a Lua.


Estávamos então em plena guerra fria. Em 1959, a União Soviética, que já havia lançado o primeiro satélite artificial da Terra dois anos antes, alcançou a superfície da Lua por meio de uma nave não tripulada, a Luna 2. Em 1961, o primeiro homem a deixar o planeta e viajar pelo espaço foi o cosmonauta soviético Yuri Gagari que retornou em segurança, após dar uma volta em torno da Terra.

 

Como resposta ao crescimento da União Soviética como potência espacial, os americanos intensificaram seu trabalho, com o ambicioso objetivo de enviar a primeira missão tripulada à Lua até o final da década. Em 1961, o então presidente dos Estados Unidos, John F. Kennedy, anunciara que a chegada do homem à Lua era um objetivo nacional. Não chegou a assistir a esse feito, dado que foi assassinado em 1963. Porém, a vontade persistiu e a NASA perseguiu este objetivo.


A missão foi preparada ao milímetro para que nada falhasse e na manhã do dia 16 de julho de 1969, os astronautas Neil Armstrong, Buzz Aldrin e Michael Collins decolaram do Kennedy Space Center, na Flórida. Quatro dias mais tarde, Armstrong tornava-se o primeiro homem a pisar a superfície lunar.


Pela televisão, mais de 600 milhões de pessoas assistiam incrédulas ao grande momento em que Armstrong deixava a sua pegada em solo lunar. A fim de marcar o momento, os astronautas deixaram uma bandeira dos Estados Unidos que ainda hoje lá se encontra que também tem algo de português, já que foi uma portuguesa, Maria Isilda Ribeiro de seu nome, quem coseu as bainhas da bandeira. Foi nesse instante que Armstrong proferiu a mítica frase: «Este é um pequeno passo para o homem, mas um salto gigantesco para a humanidade». Logo depois, Buzz Aldrin também caminhou pela superfície lunar, enquanto Michael Collins pilotava o módulo de comando e serviço. Aldrin e Armstrong passaram duas horas e quinze minutos fora da nave e coletaram 22 kg de material para trazer de volta à Terra.


O presidente americano Richard Nixon fez a mais importante chamada da sua vida para os homens que estavam na Lua, através de um radiotelefone. Os três astronautas foram recebidos em festa por um mundo estupefacto e comovido.


A reentrada na Terra aconteceu no dia 24 de julho daquele ano, encerrando a jornada que havia começado em 16 de julho de 1969, com o lançamento do foguete da missão Apollo 11 e entrou para a história como a primeira missão espacial tripulada a pousar na Lua e retornar ao planeta.

Sex | 19.07.19

Deitar beatas para o chão dá multa

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A partir de agora, atirar uma ponta de cigarro para o chão vai passar a custar pelo menos 25 euros. E o valor pode chegar aos 250 euros. É que a Assembleia da República aprovou o projeto de lei do PAN (Pessoas-Animais-Natureza) que aplica coimas a quem deitar pontas de cigarro no chão, prevendo a existência cinzeiros em estabelecimentos e instituições e punindo com multas a partir dos €9 mil euros as empresas que não cumprirem a nova regulamentação.

 

Nada contra. Até porque como bem sabemos 30% dos incêndios começam com um cigarro mal apagado. Acresce que as beatas dos cigarros são altamente tóxicas porque contêm químicos como arsénico ou chumbo que contaminam as águas, sendo depois levadas pelo vento e chuva para as sarjetas. As águas pluviais que vêm das sarjetas transportando milhares de beatas que não são tratadas terminam nos rios, oceanos ou praias.

 

Porém, esta lei, só por si, em nada contribui para resolver a questão de fundo, ou seja, manter um meio ambiente menos poluente e mais sustentável. Poder-se-ia ter ido mais longe. Julgo que o problema não se resolve com medidas avulsas, mas como a implementação de uma estratégia completa e concertada para sensibilizar, regular e punir as inúmeras situações de atentados contra o bem-estar dos cidadãos, nomeadamente nos espaços públicos.

Qua | 17.07.19

Parabéns, Campeões!

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Portugal sagrou-se campeão mundial de hóquei em patins, em Barcelona. Fui no domingo ao vencer a Argentina no desempate por grandes penalidades, num jogo em que o guarda-redes Ângelo Girão foi o herói na baliza, fazendo defesas de altíssimo nível.

 

A seleção portuguesa quebrou um jejum de um título que lhe fugia há 16 anos. Na chegada da comitiva ao aeroporto de Lisboa, centenas de portugueses receberam os campeões mundiais da modalidade em êxtase. Ângelo Girão disse ter sonhado várias vezes com esta conquista, mas que «o sentimento superou as expetativas».

 

Os campeões do mundo de hóquei em patins foram recebidos ontem à tarde no Palácio de Belém pelo Presidente da República que condecorou os jogadores e a equipa técnica com a Grã-Cruz da Ordem do Mérito pela conquista alcançada em Barcelona.

 

Marcelo Rebelo de Sousa deixou palavras de agradecimento à equipa nacional num discurso no qual sublinhou a importância da «crença», fator indispensável também a outras áreas da sociedade.

Qua | 10.07.19

Foi há 3 anos!

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Foi um dia histórico para Portugal e será recordado para o resto das nossas vidas. Foi muito bom para todos nós e para o nosso país. E Éder foi o herói improvável deste Euro 2016, mas de um modo geral, todos tiveram em bom plano.

Seg | 08.07.19

Sobre o artigo de Fátima Bonifácio

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O artigo de opinião de Fátima Bonifácio publicado no jornal Público , sob o título “Podemos? Não, não podemos!”, motivou uma onda de críticas. A historiadora defende que não podemos «integrar por quotas», manifestando-se contra este tipo de procedimento para negros e ciganos. Ora, é na sua argumentação que reside toda a polémica.

 

Diz Bonifácio que «As mulheres, que sem dúvida têm nos últimos anos adquirido uma visibilidade sem paralelo com o passado, partilham, de um modo geral, as mesmas crenças religiosas e os mesmos valores morais: fazem parte de uma entidade civilizacional e cultural milenária que dá pelo nome de Cristandade. Ora isto não se aplica a africanos nem a ciganos. Nem uns nem outros descendem dos Direitos Universais do Homem decretados pela Grande Revolução Francesa de 1789». Ou, «os ciganos, sobretudo, são inassimiláveis», são alguns dos argumentos utilizados no referido artigo.

 

E não me venham com a justificação estafada da ‘liberdade de expressão’ defendida pelo diretor do jornal Público. O editorial do Público  não é sustentável, porque continua a defender que o racismo e xenofobia de Fátima Bonifácio é opinião ao abrigo da liberdade de expressão.

 

Não, não é. O racismo e a xenofobia não são opiniões ou pontos de vista pessoais, são julgamentos sociais. Dar espaço a artigos como o de Fátima Bonifácio na imprensa escrita é contribuir para difundir estas ideias, dar voz e força a partidos que as defendem e contribuir, assim, para a a sua disseminação.

 

Como refere o Embaixador Seixas da Costa no seu blog «A gravidade desta publicação prende-se, essencialmente, com o seu caráter exemplar. Há bastante quem pense como (ou pior do que) Fátima Bonifácio, mas muitos, quiçá cientes da baixeza daquilo que pensam, temem em dizê-lo alto. Agora, ao verem aquela que é tida como uma figura da intelectualidade a proferir aquelas barbaridades, podem sentir-te confortados para poderem vir a terreiro expressar esses mesmos sentimentos. Esse é o principal risco.

 

Aquilo a que iremos seguramente assistir, nas próximas horas ou dias, por parte de alguma extrema-direita que, pela nossa imprensa, se faz passar apenas por conservadora, vai ser o reclamar do direito à liberdade de expressão. Como se esse direito pudesse alguma vez ser invocado para a propagação de ideias que promovem o desprezo pela diferença, a discriminação e o ódio.

 

O texto de Bonifácio tem o mérito de poder servir como um bom separador de águas. Veremos quantos, oriundos do seu lado do espetro das ideias, têm a coragem (e, essencialmente, a decência) de dela se afastarem de forma clara. E a “clara” é muito claro: é não utilizarem um “não, mas”, relativizante, subtilmente cobarde, com medo de, ao criticarem demasiado Bonifácio, correrem o risco de poderem ser vistos a atravessar a trincheira.

 

Há hoje por aí a emergir um Portugal miserável nos princípios, bilioso no caráter, arrogante na atitude, onde alguma argumentação soez surge revestida com ares intelectuais. Vamos chamar os bois pelos nomes: está aí a surgir um proto-fascismo. Nos últimos tempos, a luta desesperada contra as esquerdas adubou-lhes a raiva e revelou-lhes o íntimo. Ora esse é um país que é imperioso combater, sem tibiezas, denunciando profilaticamente uma deriva que pode colocar em causa o equilíbrio do nosso futuro coletivo, o qual, para ser decente e pacífico, deve ser de tolerância e de compreensão. Tudo o contrário do mundo de Fátima Bonifácio.».

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