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Narrativa Diária

Não escrever um romance na «horizontal», com a narrativa de peripécias que entretêm. Escrevê-lo na «vertical», com a vivência intensa do que se sente e perturba. Vergílio Ferreira

Narrativa Diária

Qui | 31.12.20

Balanço de 2020

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Chegámos ao último dia do ano. Tempo de balanços e de análises. O ano que agora termina, talvez tenha sido o ano mais duro das nossas vidas, enquanto sociedade, enquanto país, fruto de uma pandemia da COVID-19, à escala global,que nos colocou grandes desafios, obrigando-nos a mudar atitudes e comportamentos.

Perante um vírus altamente contagioso, que se transmite com base no nosso comportamento, foram implementadas medidas (como o confinamento, o dever de recolhimento cívico, o número máximo de pessoas num determinado espaço ou o distanciamento físico) que, indiretamente, influenciam direitos, liberdades e garantias que dávamos como garantidos.

Não passámos apenas a usar máscara, a lavar mais frequentemente as mãos e a manter o distanciamento social. Esta experiência mudou a forma como nos relacionamos, como exercemos a parentalidade e a cidadania, como trabalhamos e nos organizamos (individual e socialmente).

Perderam a vida cerca de 7000 pessoas em Portugal, neste ano, vítimas da Covid19 e a atividade económica sofreu um rude golpe. No período entre abril e junho do confinamento e do Estado de Emergência o produto interno bruto (PIB) de Portugal registou uma contração de 14,1%, face aos três meses anteriores A perda de postos de trabalho e o aumento do desemprego comprometeram gravemente os meios de subsistência de muitas famílias. As medidas políticas adotadas pelo governo, como o lay off e as moratórias, bem como as iniciativas a nível da UE, contribuíram para atenuar o impacto da pandemia nos mercados de trabalho.

A pandemia confrontou-nos com a nossa fragilidade. A pandemia introduziu um grau incomum de imprevisibilidade, interferindo com a nossa possibilidade de fazer planos e a nossa perceção de controlar a nossa vida. Apesar da nossa vulnerabilidade ter sido ser posta à prova, revelámos uma grande capacidade de adaptação e de superação.

Apesar de todas as consequências negativas da pandemia, os momentos de crise e adversidade também contribuíram para impulsionar a resiliência e a aprendizagem. Em cerca de dez meses, a pandemia veio introduzir mudanças e a revelar o melhor de nós. Aprendemos muitas coisas e, muitas outras, foram colocadas em evidência. 

Passamos a valorizar ainda mais a importância do SNS e todos os profissionais de saúde que desde a primeira hora estiveram e estão na linha da frente a lutar e a zelar pela saúde de todos nós.

O distanciamento social criou uma nova forma de relacionamento social. Ligámos mais vezes a familiares e amigos, participámos em encontros virtuais e estamos mais disponíveis para partilhar histórias ou vivências pessoais.

As imposições da pandemia revelaram ser possível existirem outras formas de organização do trabalho e realidades profissionais. Por exemplo, a modalidade de teletrabalho pode constituir uma opção que veio para ficar, porque traz potenciais benefícios para as organizações e colaboradores, nomeadamente a melhoria do equilíbrio entre a vida pessoal e profissional.

A experiência generalizada do ensino à distância, em diferentes níveis e sistemas de ensino, abriu possibilidades a novas formas de ensino-aprendizagem e de relação entre estudantes e professores, escola e família.

Os nossos comportamentos individuais e coletivos tiveram um impacto imediato e visível na melhoria da qualidade do ambiente. Por exemplo, o confinamento conduziu a uma diminuição global das emissões de gases com efeito de estufa. Podemos, de facto, consumir energia de forma mais responsável e sustentável.

E no meio de tudo isto, em menos de um ano, as primeiras vacinas para a covid-19 foram aprovadas e já começaram a ser administradas aos profissionais de saúde em Portugal. O ARN mensageiro, molécula que no organismo está envolvida na síntese de proteínas, foi trabalhado em laboratório para instruir células saudáveis a fazerem cópias da proteína-chave do coronavírus, estimulando o sistema imunológico a gerar anticorpos neutralizadores do SARS-CoV-2, com selo de garantia da imunidade conferida e taxas de eficácia anunciadas superiores, na maioria dos casos, a 90%.

O balanço de ano novo representa o fim de um ciclo e o início de uma nova fase que chega para trazer esperança renovada. Parece que, finalmente, depois da tempestade virá a bonança . Tenho quase a certeza que, logo à noite, quando soar a primeira badalada, toda a gente, em todo o mundo, pedirá o fim da pandemia! A esperança num futuro melhor será o sentimento transversal que estará presente no começo do novo ano.

Por isso é dia de comer à meia-noite as 12 passas e pedir os 12 desejos para 2021. Entrar com o pé direito no novo ano e deixar 2020 para trás!

Feliz Ano Novo 2021! Que todos os vossos desejos e sonhos se concretizem.

Qua | 23.12.20

Boas Festas!

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Aproveitando a época festiva que atravessamos,  gostaria de expressar aqui os meus desejos de um Bom Natal e de um Feliz Ano de 2021, com saúde, paz alegria, esperança e fé no futuro melhor.

Neste ano atípico que vivemos, as festas desta quadra vão com certeza ser diferentes. Não vamos poder juntar toda a família como em outros anos, não vamos poder abraçar aqueles de quem mais gostamos, não vamos poder celebrar o Natal como gostaríamos.

Espero sinceramente que no próximo ano isso mude. Que as novas vacinas sejam um sinal de esperança para toda a humanidade.

Boas Festas para todos!

Ter | 22.12.20

Entrevista de Marcelo à TVI

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Marcelo Rebelo de Sousa deu uma entrevista à TVI, enquanto (re)candidato, conduzida por Anselmo Crespo, no âmbito das eleições presidenciais.

Da entrevista destacam-se duas notas fundamentais:

Primeiro, ficou claro que para o Presidente da República(PR) que o titular da pasta da Administração Interna não tem condições para se manter no cargo, depois de serem conhecidos os contornos do caso da morte de Ihor Homeniuk por agentes do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF). O PR acabou por fazer um paralelo com o pedido de exoneração da antecessora no cargo, Constança Urbano de Sousa, por causa dos incêndios, afirmando perentoriamente: «não conheço o pedido de exoneração nem proposta de exoneração", referindo-se a Eduardo Cabrita.

Depois, considerou que os «portugueses foram enganados» sobre a vacina da gripe que não chegou na quantidade suficiente para a procura, numa clara responsabilização da ministra da Saúde, Marta Temido, no falhanço no que concerne ao plano de vacinação da gripe para 2020.

Do que se pode concluir que, na opinião do PR, existe um ministro que já devia ter sido demitido e uma ministra que não tem margem de erro para falhar: Eduardo Cabrita só continua no cargo porque não tem a coragem de se demitir e porque Primeiro-Ministro teima em não o afastar. Quanto à Ministra da Saúde que enganou os portugueses quanto às vacinas para a gripe, fica um sério aviso de que não pode haver erros com as vacinas contra o Coronavírus.

Depois do que o PR disse sobre o ministro da Administração Interna, a autoridade primeiro-ministro sai fragilizada, já para não falar da inusitada audiência ao Diretor da PSP em Belém.

Dado que Marcelo já não é comentador,  as suas palavras deviam ter consequências.

Por motivos semelhantes, outros ministros colocaram o seu lugar à disposição, a saber Jorge Coelho (2001), devido à queda da Ponte Entre-os-Rios, Constança Urbano de Sousa (em 2017) devido às mortes causadas pelos incêndios ou até mesmo os Secretários de Estado (em 2017) - Jorge Costa Oliveira, Fernando Rocha Andrade e João Vasconcelos - demitidos por causa das viagens e dos bilhetes aquando do Euro 2016.

Qua | 16.12.20

Natal é quando um homem quiser!

Na ausência da Dra. Graça Freitas, o subdiretor-geral da Saúde, Rui Portugal, avisa que é necessário «planear com cuidado» as épocas festivas e «nos adaptarmos aos novos tempos e à situação pandémica em que nos encontramos» e propõe algumas medidas.

Pela voz de Rui Portugal ficamos a saber que a tradição da ceia de Natal é dispensável, podendo-se comemorar o Natal ao almoço ou mesmo  ao pequeno almoço. O sudiretor-geral da saúde sugere ainda «visitas rápidas no quintal» ou no «patamar da escada» com uma troca simbólica de presentes de Natal, «como compotas feitas por cada um».

Muito obrigada, DGS! Afinal sempre suspeitamos que o Natal é quando um homem quiser!

Sex | 11.12.20

O Sporting de Rúben Amorim

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Em março, escrevi que era um risco a contratação de Rúben Amorim, não pelo treinador em si, que já apreciava, mas porque naquele momento o Sporting era um clube sem uma estratégia delineada. Limitava-se a navegar à vista.

Esta contratação de risco assumido, e muito criticada, mas feita com os pés assentes na terra foi a base de toda a mudança na estrutura do futebol do sporting.

Rúben Amorim desde logo impôs um sistema e um modelo de jogo em que acredita e que lhe dão garantias de sucesso. Do sistema coletivo aos papéis individuais, em cada posição o que se tem visto são ideias e princípios de jogo muito próprios e consistentes. 

Esta época com contratações cirúrgicas, o Sporting melhorou substancialmente e isso é mérito do treinador. O salto qualitativo de uma temporada para a outra é colossal. As entradas de Pedro Gonçalves, Nuno Santos, Pedro Porro, Palhinha e João Mário elevaram o nível da equipa de forma decisiva e mesmo Coates e Luís Neto estão motivados e a jogar a um nível muito superior que na época transacta. 

Somos a defesa menos batida do campeonato, o que significa que temos uma defesa eficaz e um meio campo com Matheus Nunes e João Mário que acrescentam critério à equipa, na qualidade da posse, na visão de jogo e João Palhinha que é um jogador fundamental na estratégia de Rúbem Amorin, quer no processo ofensivo, quer no processo defensivo, funcionado como trinco, pela sua capacidade de pressão, recuperação de bolas, de reação à perda e pelo equilíbrio que dá à equipa, trazendo, inegavelmente, mais qualidade ao plantel leonino.E na frente, Pedro Gonçalves, o melhor marcador do campeonato, com doze golos que nos vem enchendo as medidas, jogo após jogo.

Para além do plano técnico e tático, há duas coisas que eu gosto em Ruben Amorim: a primeira, é a forma como lê o jogo. A forma como “mexe” na equipa é sempre de forma extremamente inteligente, por vezes até arriscada, mas sabemos que quem entra no jogo irá sempre melhorar a equipa. Depois é a forma como comunica, algo que é fundamental nos dias de hoje, ter um treinador que saiba comunicar bem com a comunicação social e com os jogadores é um passo para o sucesso.

Rúben Amorim comunica de forma clara, competente e assertiva, de modo a que todos percebam a mensagem que quer transmitir. Acresce que o seu discurso é consistente e realista, o que transmite confiança e este é um dos aspetos elementares em qualquer equipa.

No final do jogo, nas conferências de imprensa, é hábil em tirar a pressão aos jogadores, a maioria jovens atletas, mas sem deixar de ter uma comunicação eficaz e motivacional para dentro, mostrando que ele é o líder e que ninguém tem lugar garantido na equipa.

Quando questionado sobre qual o segredo do atual Sporting, ao contrário de grandes egos que indiretamente colocariam a tónica no treinador, Amorim prefere destacar sempre a equipa, referindo a união e a qualidade dos jogadores.

Apesar de tudo, bem sabemos, que o Sporting não pode lutar com as mesmas armas que os seus rivais. Primeiro porque Amorim teve 17 milhões para gastar, ao contrário de outros clubes que dispuseram de maiores recursos financeiros (Conceição cerca de 22 e JJ mais de 100 milhões) e depois tem ainda que lutar contra inimigos internos e inimigos externos. Só assim se entende que Rúben Amorim seja, à nona jornada, o treinador mais penalizado com expulsões do campeonato português. Em dois jogos, como o mesmo árbitro, esta época, o Sporting foi penalizado em quatro pontos e Ruben Amorim duas vezes expulso.

Mas já se percebeu que este Sporting, com a liderança de Rúben Amorim, tem atitude e estofo mental para lutar com todas estas adversidades até para quando aparecerem alguns resultados negativos, que como sabemos vão aparecer. Todos unidos no espírito «onde vai um vão todos».

Todos os sportinguistas devem continuar a acreditar no trabalho da equipa técnica e dos jogadores. E depois estar na liderança e mantermo-nos lá, ajuda a ganhar confiança e vontade de querer ir sempre mais longe.

Porém, não podemos esquecer que estamos no início de um caminho, que irá ser duro. O campeonato é longo, cheio de obstáculos, e não sabemos como vai terminar. O que sabemos é que há ambição, motivação e muita garra.

O futebol é o momento, e este é um momento é de grande satisfação para os sportinguistas pelo trabalho que está a ser realizado.

Qui | 10.12.20

Homenagem da FNAC a Sara Carreira

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Após a morte de Sara Carreira, a FNAC colocou à venda um CD da malograda artista, em lugar de destaque, a preços mais baixos, como forma de a homenagear e de publicitar o seu trabalho.

De imediato, nas redes socias choveram criticas: “Falta de respeito...mundo este....”; “Abutres”; Vale tudo em nome do lucro”; “Estão a aproveitar-se do momento triste. Que nojo” e outras pérolas do género, o que levou a FNAC a emitir um comunicado:

«Agradecemos a todos as mensagens e alertas recebidos durante o dia de hoje relativos à publicação de um cartaz em loja relativo a uma homenagem à Sara Carreira. Quando colocámos esta comunicação nas nossas lojas não era nossa intenção estar associada à venda do seu álbum, mas sim uma simples forma de prestar homenagem a Sara Carreira. Foi feito sem maldade e sem antecipar a conotação negativa que poderia ter por estar junto da sua obra. Por esse motivo, a comunicação em causa foi imediatamente retirada. A nossa principal prioridade é mostrar a nossa solidariedade com a família e os amigos de Sara Carreira neste momento tão doloroso, pelo que vimos pedir desculpas pela forma como foi prestada esta homenagem.».

Ora, quem frequente as lojas da FNAC sabe que, quando uma artista parte, colocam a obra desse artista em destaque. Aliás, é o que acontece em todo o mundo quando alguém conhecido morre e deixa obra, ela é destacada e promovida. Para mim, não existe forma mais digna de homenagear um artista.

Todo o artista, seja em vida ou após a sua morte, quererá que a sua obra seja ouvida e não esquecida. Ter um lugar de destaque numa loja especializada, acho algo perfeitamente normal. Se estão interessados em ganhar dinheiro? Certamente que sim, não trabalham pro bono!

A não ser que seja um pedido expresso da família, a obra da Sara Carreira deve continuar a ser mostrada e difundida. Foi para isso que ela trabalhou: para colocar o seu trabalho à venda e para os seus fãs o adquirirem.

O que me choca mais é ver que, quem critica, são os mesmos que estiveram horas e horas a ver a CMTV que explorou a notícia, sem pudor, até à exaustão e com isso conseguiu audiências nunca antes vistas, ou que vão a correr comprar revistas para puderem ler os detalhes da morte, do funeral, as relações sociais, familiares e amorosas que teve, mas criticam a FNAC por vender um CD que é literalmente o legado que ela deixa e o único que ficará para a posteridade.

Pobre país este!

Sex | 04.12.20

40 anos da morte de Sá Carneiro

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Comemoram-se hoje 40 anos sobre a trágica morte de Sá Carneiro.

Aos 46 anos, no dia 4 de dezembro de 1980, Francisco Sá Carneiro, fundador e líder do PSD e primeiro-ministro de Portugal, morreu em Camarate, quando um bimotor de um Cessna, onde viajava se despenhou.

Em consequência da queda da avioneta, morreram todos os seus ocupantes: dois pilotos e três acompanhantes, incluindo Snu Abecassis, a mulher por quem se apaixonou; o ministro da Defesa, Adelino Amaro da Costa, considerado um dos melhores parlamentares dos primeiros anos da democracia e a alma do CDS, bem como o chefe de gabinete de Sá Carneiro, António Patrício Gouveia, quando o Cessna caiu um minuto após ter descolado do aeroporto da Portela em direção ao Porto, para participar no comício de apoio à candidatura do General Soares Carneiro à Presidência da República.

Até hoje paira a dúvida: acidente ou atentado? Inicialmente, o motivo foi atribuído a um acidente, pela irrefutabilidade das provas e pelo facto de o avião Cessna ter já um histórico conhecido de problemas técnicos.

Porém, anos mais tarde, após várias comissões parlamentares de inquérito, ganhou força a tese de atentado, embora tais comissões nunca tenham sido conclusivas, não existindo provas cabais para incriminar os suspeitos da alegada sabotagem da aeronave.

Ter | 01.12.20

Eduardo Lourenço (1923-2020)

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Faleceu Eduardo Lourenço aos 97 anos.  Ensaísta, filósofo e crítico literário, foi um dos mais ilustres pensadores da cultura portuguesa que marcou durante mais de meio século o pensamento português, com especial relevo no pós 25 de Abril, fruto da sua «capacidade de ser portador de um olhar sempre diferente e inquietante sobre os problemas de que se ocupa», espantando pela «pluralidade de interesses, a imensidão de uma cultura que não se entrincheira em redutos de erudição, o jogo ilimitado das referências», conforme escreveu Eduardo Prado Coelho em Eduardo Lourenço: Um Rio Luminoso, in "A Mecânica dos Fluidos" (1984).

Em 2017, Eduardo Lourenço, em entrevista ao jornal Público, afirmou:

«Nunca sabemos o que verdadeiramente nos move. Gostava de acabar os dias reconciliado com o mundo, e sobretudo saber que mundo foi este em que vivi e o que é a vida. Sei disso tanto agora que tenho quase cem anos como quando tinha dois anos

«Tudo me parece mais enigmático do que aquilo que eu pudesse sonhar que fosse. Estamos confrontados com qualquer coisa para a qual não há espécie nenhuma de resposta, ou se há é de uma outra natureza que as pessoas têm pudor de confessar, aquilo que não pode ser dito

Ao longo da sua carreira foi agraciado com o Prémio Camões (1996) o Prémio Virgílio Ferreira (2001) e o Prémio Pessoa (2011). Em 2011 foi candidato ao Prémio Príncipe das Astúrias das Ciências Sociais.

Era Grande Oficial da Ordem Militar de Sant’Iago da Espada, de que também possuía a Grã-Cruz, assim como da Ordem do Infante D. Henrique e da Ordem da Liberdade. Era Oficial da Ordem Nacional do Mérito, Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras e da Legião de Honra de França. 

Natural da Beira Interior, do concelho de Almeida, foram várias as autarquias da região que o homenagearam, caso da Câmara Municipal da Guarda que atribuiu o seu nome à biblioteca local.