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Narrativa Diária

Não escrever um romance na «horizontal», com a narrativa de peripécias que entretêm. Escrevê-lo na «vertical», com a vivência intensa do que se sente e perturba. Vergílio Ferreira

Narrativa Diária

Seg | 31.05.21

Final da Champions no Dragão

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A final da Liga dos Campeões, realizada no sábado no Dragão, levou a que os adeptos ingleses se deslocassem à cidade Invicta, nomeadamente à Ribeira do Porto, o que causou vários ajuntamentos e incumprimento das regras sanitárias obrigatórias em Portugal, por parte dos ingleses.

Quando se soube que a final da Champions League iria ser jogada no Estádio do Dragão, Rui Moreira, apressou-se a dizer: “Não vamos ter (no Porto) o que aconteceu em Lisboa"; "Os adeptos virão todos testados e com bilhetes. Serão separados por fan zones, de onde irão diretamente para o Estádio do Dragão, e dali para o aeroporto" e a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva sossegou os portugueses: os adeptos vão chegar ao Porto e permanecer em "situação de bolha".

Não foi assim que aconteceu, foi bem pior que os festejos dos Sporting. É por demais evidente que os ingleses são loucos por futebol. Neste contexto, com um tempo propício, bastou somente uns copos de cerveja ou de vinho para se cometerem vários excessos.

Não se entende porque é que a final entre equipas inglesas, ainda que uma final europeia, em contexto de pandemia, não tivesse sido jogada na Grã-Bretanha. Evitar-se-ia com esta opção uma série de problemas logísticos, designadamente a deslocação dos adeptos.

Percebo que um evento como este traga ganhos superlativos à economia nacional e particularmente à cidade do Porto, mas não pode valer tudo em nome de interesses económicos.

Como afirmou o Presidente da República, “não é compreensível permitir-se aquilo que não se permite à generalidade dos cidadãos deste país". A permissividade que houve para com os adeptos ingleses é incompreensível e retira toda a legitimidade à autoridade do estado para forçar cidadãos nacionais a cumprir medidas sanitárias, como as das praias, por exemplo, que na minha opinião são até exageradas.

Temo que o respeito pelas medidas sanitárias por parte dos cidadãos portuguses tenha sofrido um revés irremediável.

Sex | 28.05.21

supermercado sem caixas

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A cadeia de supermercados Continente inaugurou, em Lisboa, o primeiro supermercado sem caixas de pagamento em Portugal.

Para fazer compras neste local é necessário descarregar a app Continente Labs. Depois, à entrada na loja, basta passar o código QR gerado pela app Continente Labs no leitor, recolher das prateleiras os produtos que se pretende adquirir e sair. Isto é possível, graças a uma tecnologia da start-up portuguesa Sensei que permite detetar os artigos retirados das prateleiras, gerando, automaticamente, um carrinho de compras virtual para cada cliente.

Esta crescente introdução da digitalização e novos processos de produção tecnologicamente aprimorados, conhecida por Indústria 4.0 tem vindo a ser de extrema importância no desenvolvimento de inúmeros setores e é uma realidade cada vez mais presente e inevitável.

Porém, se por um lado agiliza processos e traz uma série de benefícios e comodidades para os consumidores, por outro, é inevitável questionarmos o facto de esta transformação digital acarretar, inevitavelmente, mais desemprego e desumanização das empresas.

A era digital está a promover uma disrupção importante, melhorando e transformando modelos, processos, atividades e operações da empresa, mas os recursos humanos são peças fundamentais. Sem pessoas, as empresas perdem sentido, tornam-se desumanizadas. Ora, isso não é saudável, nem para gestores, nem para colaboradores, nem tão pouco para a sociedade em geral.

Acho que o grande desafio que se coloca daqui para a frente é saber encontrar um equilíbrio entre digitalização e humanização. Será também necessário antecipar aos desafios que esta nova realidade vai trazer e pensar em maneiras de minimizar os seus impactos negativos.

Seg | 17.05.21

Sporting soma e segue

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O Sporting venceu ontem o FC Porto e revalidou o título de campeão europeu de hóquei em patins. Com esta conquista, os leões passam a ser a equipa portuguesa com mais títulos da Liga Europeia de hóquei em patins.

Tem sido um ano fantástico para o Sporting: campeão europeu de futsal, campeão nacional de futebol e agora também campeão europeu de hóquei em patins.

Este é, definitivamente, o ano do Sporting e uma das melhores temporadas desportivas de sempre da história dos leões. E pode não ficar por aqui. Isto porque a equipa leonina de basquetebol venceu o Benfica e seguiu para a final do campeonato, com três vitórias nos três jogos das meias-finais, e agora vai discutir o título com o FC Porto.

Qua | 12.05.21

Campeão Nacional de Futebol

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O Sporting Clube de Portugal sagrou-se ontem campeão português, ao vencer o Boavista por uma bola a zero, ao conquistar o seu décimo nono título no futebol, quebrando um jejum que durava desde 2002.

E a festa fez-se nas ruas da capital. A emoção foi muita, dentro e fora do relvado, antes e depois do jogo. Dos mais velhos aos mais novos - muitos sem nunca terem visto o Sporting campeão - as ruas da capital pintaram-se de verde e branco para uma noite de festa como há muito não se via. A distância de segurança, nem sempre foi mantida e infelizmente houve confrontos com a polícia e desrespeito pelas regras sanitárias.

O Sporting foi um justo vencedor, foi a equipa mais regular do campeonato, teve jogos menos conseguidos, mas conseguiu um percurso quase perfeito, chegando à 32.ª jornada invicto, com defesa menos batida, e estando praticamente todo o campeonato em primeiro lugar com uma margem muito confortável fave aos principais adversários.

Este campeonato fica a dever-se a Frederico Varandas, Hugo Viana e claro a Rúben Amorim. O treinador do sporting soube, com mestria, construir um plantel com uma mescla de jovens da formação com jogadores mais experientes, criando um balneário unido, como há muito não se via na equipa de futebol do sporting.  O pragmatismo da equipa ao longo da época foi proporcional ao discurso do treinador leonino que colocava o foco única e exclusivamente no jogo seguinte e só assumiu ser candidato a ganhar o campeonato na última jornada, quando o Sporting estava apenas a três pontos do título.

O capitão Coates é claramente a grande figura do Sporting desta época e provavelmente o melhor jogador do campeonato, um central intransponível, com exibições memoráveis contra Benfica, FC Porto ou Braga, personificando a grande vontade de vencer deste conjunto. Pote foi muitas vezes o elemento decisivo, com 18 golos, enquanto a solidez de Palhinha no meio campo defensivo, a tranquilidade e experiência de Adán na baliza e a enorme qualidade de Nuno Mendes e Pedro Porro também foi determinante. Gonçalo Inácio, Feddal, Matheus Nunes, Daniel Bragança, João Mário, Nuno Santos, Jovane ou Paulinho tiveram igualmente momentos de destaque e protagonismo, e que em muito contribuíram para o sucesso desta equipa.

As bancadas sem adeptos, que muitas vezes usavam tarjas depreciativas e apupavam a equipa, ajudaram a tirar pressão durante os jogos e o não apuramento para a Liga Europa que na altura foi vista como um objetivo não atingido pelo rombo nas finanças do clube, foi afinal benéfica, porque as atenções viraram-se apenas para o campeonato nacional e, como se viu, deram frutos.

Ontem, em Alvalade, fez-se história: nasceu um novo campeão e reiniciou-se um novo ciclo, com uma aposta clara em jovens talentos formados na Academia, o que é sempre vantajoso porque evita comprar jogadores, sem critério, como no passado, às vezes com menor qualidade que os da formação, assim como rentabilizar jogadores que podem trazer grandes receitas para os cofres leoninos.

O futuro afigura-se risonho e há muitas razões para voltar a acreditar neste clube.

Viva o Sporting!

Seg | 10.05.21

Santana Lopes é novamente candidato à Figueira da Foz

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Pedro Santana Lopes (PSL), depois de mudar a sua residência para a Figueira da Foz, apresentou-se ontem como candidato deste município, exatamente 24 anos depois de o ter feito pela primeira vez.

A sua candidatura à Figueira da Foz não surpreendeu ninguém. Todos sabemos a sua ligação àquela terra e como gosta de se manter à tona de água.

Mas, se 1997 a Figueira ganhou notoriedade graças a Santana, não deixa de ser verdade que quando PSL saiu deixou uma Câmara completamente endividada, com um passivo de 60 milhões de euros. Deixou várias obras paradas, por falta de pagamento aos fornecedores. Fundou duas empresas municipais, e as duas deram prejuízo. O caso mais falado na altura foi o da empresa Grande Turismo, onde se verificou um prejuízo de cinco milhões de euros.

Santana Lopes tem tido um percurso pouco comum na política portuguesa. É conhecido por nunca virar a cara a um combate político, mesmo depois de ter ocupado cargos de relevo, como o de primeiro-ministro ou de presidente da Câmara de Lisboa, porém a sua candidatura à Figueira, neste momento, não deixa de ser um ato arriscado, uma vez que Santana Lopes tem mais a perder do que a ganhar. Então, como se explica que aos 64 anos tenha aceitado ser candidato de uma câmara como a Figueira? Será apenas o seu amor à terra e aos figueirenses?

A minha convicção é que para alcançar outros combates políticos, quiçá Belém, terá que percorrer o caminho das pedras, leia-se: ser líder autárquico. Poderá seguir outros caminhos, mas será sempre mais complicado lá chegar. Recordemo-nos que, depois de liderar a Câmara da Figueira da Foz entre 1997 e 2001, PSL decidiu trocar a Figueira por Lisboa, e acabou por vencer as eleições contra João Soares, muito pela notoriedade conseguida na Figueira da Foz, daí que Santana tenha acedido jogar esta cartada e voltar a um lugar que conhece bem, onde já foi feliz, para ganhar lastro para voos mais altos.

Qui | 06.05.21

Estamos na Champions!

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O Sporting Clube de Portugal atingiu ontem um recorde histórico da I Liga de futebol, ao chegar às 31 jornadas sem derrotas na edição 2020/21, e apurou-se também para a Liga dos Campeões (um dos objetivos da época). 

Com 24 vitórias e sete empates, o conjunto orientado por Rúben Amorim conseguiu o que nenhuma outra equipa de qualquer clube tinha conseguido na história da prova, sendo certo que esta é apenas a 26.ª vez, em 87 edições, que a prova tem mais de 30 rondas.

O SCP ainda não é campeão, não obstante já tenha conquistado um Taca da Liga e um apuramento para a Liga milionária. Falta-nos 4 pontos para sermos campeões, mas o que tem sido feito até aqui por esta equipa é notável: conseguir pontuar em todos os jogos com pelo menos dois ou três titulares com menos de 20 anos, jogadores emprestados, quase todos de nacionalidade portuguesa, sem grandes investimentos (excetuando Paulinho) é obra, faz-nos ter um orgulho enorme neste clube, no treinador e nestes miúdos.

Se neste momento o Sporting respira um clima de paz e tranquilidade e está a justificar amplamente o lugar que ocupa na Liga Nos deve muito a Frederico Varandas, Hugo Viana, responsáveis pela contratação de Ruben Amorim, mas sobretudo ao próprio Rúben que fez desta equipa uma grande equipa.

A inteligência de Rúben revela-se dentro e fora do campo. Dentro do campo, na forma como trabalha e monta as equipas, sem esquecer a leitura de jogo (por isso é tão importante a sua presença no banco) e fora de campo, a comunicação é claramente um dos seus pontos fortes. Há nitidamente uma empatia entre o treinador e este grupo de trabalhos que transparece e dá bons frutos. Toda comunicação de Rúben Amorim tem sido sempre virada para dentro, valorizando a equipa, a fim de tentar criar um grupo coeso – “onde vai um, vão todos”.

Esperemos que não vacilem nos próximos três jogos que faltam, sinceramente não me parece provável, acho a equipa mais coesa e confiante, sobretudo desde o jogo com o Braga, porém ‘cautelas e caldos de galinha’, como tem sido apanágio de Rúben Amorim, nunca fizeram mal a ninguém, até porque já vi o SLB perder um campeonato a duas jornadas do fim com 4 pontos de avanço sobre o segundo classificado.

Mas, tenhamos fé que vai tudo correr bem, força Sporting!