Novo Acordo Ortográfico
Quem por aqui passa, já deve ter percebido que escrevo “de acordo com o Novo Acordo Ortográfico”. Na verdade, razões profissionais ditaram a minha adaptação a esta nova grafia. A escrita é uma convenção mas é também um hábito, e a língua (falada e escrita) é um meio de comunicação, cujas regras são suscetíveis de serem mudadas (dentro de certos limites). As línguas para além de serem um instrumento poderoso de comunicação, são vivas, representando um dos nossos maiores legados para a cultura universal. Existem, em todo o mundo, 225 milhões de lusófonos e nós, em Portugal, somos apenas 10 milhões (o Brasil tem 200 milhões). O nosso grande património é termos uma língua comum com o Brasil, com Angola e com Moçambique. Tudo o que pudermos fazer no sentido de unificar a grafia dos vários países, só nos trará benefícios: primeiro, porque facilita a aprendizagem e o ensino do português e depois porque permite, por exemplo, que um único documento represente todos os países da CPLP e, consequentemente, fortaleça o incremento da língua portuguesa no panorama mundial. Acresce a tudo isto que a língua deve ser simplificada e aproximação da oralidade à escrita reforçada. Sem esquecer a sua matriz etimológica, deve expurgar-se de elementos desnecessários, só mantidos para conservar a história das palavras, defendida, obstinadamente, pelos eruditos do grego e do latim e pelos puristas da língua. A resiliência manifestada por alguns é, sobretudo, um problema de conservadorismo e de nacionalismo.