Os erros de Crato
Após a recente polémica em torno da decisão do Ministério da Educação e Ciência (MEC) de acabar com a obrigatoriedade do inglês como oferta das Atividades de Enriquecimento Curricular, tema que já havíamos dado conta, o ministro da Educação reconsiderou e quer agora que todos os alunos do 1º ciclo passem a ter inglês como disciplina curricular obrigatória, tendo pedido até ajuda ao Conselho Nacional de Educação para pensar como fazer a mudança. Sinceramente a imagem de Crato não sai nada bem na fotografia. O que transparece é um total desnorte do MEC. Esta medida é apenas uma das muitas trapalhadas do ministro Crato.
O arranque do ano escolar foi o que se sabe: legislação aprovada em julho e agosto interferindo com a organização já estabelecida para Setembro, criando o caos nas escolas. A não colocação atempada de professores; a situação de inúmeros docentes em mobilidade com horários zero em condições perfeitamente insólitas; o decréscimo do número de turmas e o consequente aumento de alunos por classe; a substituição de manuais escolares em cima da hora e em cima do joelho; a redução de funcionários da Ação Educativa; a diminuição de técnicos de Educação Especial; a ideia assombrosa do cheque-ensino; o fim dos cursos profissionais nas escolas públicas; a seleção das empresas que patrocinam os famosos exames de inglês e last but not least, a nomeação da mulher para integrar o conselho científico das Ciências Sociais e Humanidades da Fundação para a Ciência e Tecnologia. Enfim, a lista é infindável e mostra bem a desorganização e a incompetência que grassa naquele Ministério.