Má despesa pública
Nos tempos em vivemos o Estado deveria ser o primeiro a dar o exemplo e assumir uma maior austeridade no seu funcionamento interno, mas não. Ficamos a saber pelo Prof. Luís Valadares Tavares, ontem no programa Olhos nos Olhos da TVI 24, que a despesa das administrações públicas, de 2011 para 2012, aumentou dois mil milhões de euros, numa altura em que o País passa por várias dificuldades económicas e se pede enormes sacrifícios aos portugueses. Valadares Tavares justificou estes números com a «aquisição de bens e serviços, como informática, automóveis, viagens, serviços de segurança e limpeza», tendo por base dados do Ministério das Finanças. Isto no ano em que as despesas com pessoal diminuíram consideravelmente, devido aos cortes efetuados nos salários e nas pensões.
Segundo o professor do Instituto Superior Técnico, «o problema está nos institutos e empresas públicas», porque se trata de uma «administração menos controlada e com maior autonomia». Se tal aumento não tivesse acontecido provavelmente o défice podia ter sido menor, concluiu. Na perspetiva de Valadares Tavares falta no nosso país, à semelhança do que acontece em países nórdicos e anglo-saxónicos, um organismo autónomo da DGO, responsável pela gestão da despesa pública e da reforma do Estado como existe por exemplo na Irlanda, o que obriga a que os gastos com as aquisições de bens e serviços tenham que ser muito bem fundamentados.