A 90 minutos de sermos felizes
O jogo do próximo sábado, no Estádio José Alvalade, frente ao Vitória de Guimarães, reveste-se de um carácter especial e decisivo, porque que pode coroar o Sporting como Bicampeão Nacional.
Todos sonhamos com o Marquês de Pombal pintado a verde e branco. Mas, como bem diz o ditado, “cautelas e caldos de galinha nunca fizeram mal a ninguém”. Por isso, os festejos antecipados de alguns adeptos, embora compreensíveis, pareceram-me prematuros. A taça ainda não está nas nossas mãos – há ainda um jogo difícil para disputar e, do outro lado, estará uma equipa competente, que tem realizado uma campanha meritória e que ainda luta pela consolidação do 5.º lugar e determinada em roubar pontos ao Sporting. Não nos podemos esquecer disso.
Neste contexto, o apoio dos sportinguistas será absolutamente crucial para que a vitória se concretize. A atmosfera em Alvalade pode — e deve — funcionar como o 12.º jogador a motivar e a empurrar a equipa para a vitória.
Se vencermos o Vitória de Guimarães, como antevejo e sinceramente desejo, este título terá um sabor ainda mais especial do que o do ano passado. A época foi tudo menos tranquila: a saída inesperada de Rúben Amorim, a aposta falhada em João Pereira e uma onda de lesões que afastou, a dada altura, oito jogadores em simultâneo — tudo isto num momento em que a equipa vinha de uma série imaculada de 11 vitórias consecutivas.
A chegada de Rui Borges devolveu estabilidade e confiança ao grupo, graças à sua forma de liderança, à sua personalidade inspiradora e à forma humana como trata os jogadores. De forma gradual, os lesionados foram regressando, o equilíbrio foi restabelecido e o Sporting reencontrou o seu rumo. Agora, estamos a apenas a 90 minutos de fechar esta jornada com chave de ouro — um título que, a acontecer, será mais do que justo.
Num campeonato onde o nosso rival foi a equipa que mais se reforçou, sobretudo no mercado de janeiro, com um plantel mais profundo e repleto de soluções, o Sporting acabou por ser o plantel que mais tempo liderou, que mostrou maior consistência e resiliência. Isso não foi obra do acaso — foi o resultado de trabalho, convicção e de união de todos que a equipa se fortaleceu e que se superou a cada desafio— e é precisamente por isso que o Sporting merece ser campeão.