A despedida de Marcelo da TVI
Sem surpresa, estava escrito nas estrelas que o mediático «Professor Marcelo» havia de ser candidato a Belém e nem foi preciso Cristo descer à Terra!
A TVI despediu-se de Marcelo Rebelo de Sousa com pompa e circunstância, promovendo uma sessão panegírica, a fim para homenagear o seu comentador preferido que durante 15 anos preencheu as noites de domingo no Jornal Nacional com as suas famosas «homilias» em que dissertava sobre tudo e mais um par de botas. José Alberto Carvalho, Judite Sousa e Sérgio Figueiredo foram os anfitriões de serviço.
Antigos pivôs, que ao longo dos anos conduziram os comentários semanais também juntaram-se à festa e compartilharam o que viveram em estúdio e atrás das câmaras com o Professor Marcelo. Contaram histórias bizarras que foram ocorrendo ao longo destes anos, tendo vindo à baila os famosos telefonemas que Marcelo fazia a cada um a desoras.
Sempre hilariante, Marcelo declarou que foi há muito pouco tempo que decidiu a sua candidatura. Que ponderou muito bem a sua vida pessoal e profissional e explicou os enormes sacrifícios que a candidatura representa para si. «Há muitos fatores políticos, familiares e profissionais a equacionar. É um encerrar de um ciclo. São 40 e tal anos de ensino e comentário. E mudar de vida após 40 e tal anos dá que pensar», dizia Marcelo.
José Alberto Carvalho terminou dizendo: «tenho a perfeita noção de que este momento foi muito pouco ortodoxo em televisão, mas, pronto, com ele encerramos este capítulo.»
Veio-me então à memória uma frase sábia de Emídio Rangel que um dia, nos tempos em que a SIC era líder incontestável de audiências, afirmou sobre o poder de uma estação de televisão: «uma estação que tem 50% de share vende tudo, desde um sabonete até um Presidente da República!».