A escolha de Carlos Moedas
A escolha de Carlos Moedas para candidato à Câmara de Lisboa é, sem dúvida, uma boa escolha. Com Moedas o PSD consegue apresentar um candidato capaz de unir o partido e federar toda a direita democrática (PSD o CDS e a IL) numa alternativa credível a Fernando Medina e que funciona simultaneamente como um tampão à direita mais radical.
Porém, o facto de ter estado demasiadamente associado à Troika, não ser um mobilizador de massas, nem possuir um discurso galvanizador poderão ser um handicap para a sua eleição.
Por outro lado, Fernando Medina tem sido um bom candidato, com obra feita e, por isso, parte em vantagem, mas tem aqui um osso duro de roer com o qual não contava. Se conseguir ganhar mais este duelo eleitoral, que não será coisa pouca, fica em melhor posição para defrontar o próximo com Pedro Nuno Santos à liderança do PS.
Sabemos o quão importante são as eleições autárquicas para Rui Rio, porquanto se joga aqui muito do seu futuro político. Rui Rio sacou este coelho da cartola e pode correr-lhe bem ou nem por isso.
Como já se percebeu, aos 50 anos de idade, Carlos Moedas avança para esta candidatura porque tem ambições políticas que aliás são legítimas. Não é em vão que abdica de um lugar no Conselho de Administração da Fundação Gulbenkian para se lançar a este desafio com desfecho incerto.
Mesmo que não conquiste a maior câmara do país, mas se as coisas correrrem mal nas autárquicas para o PSD, Moedas só tem a ganhar com esta corrida que lhe dará via aberta para conquistar o partido e suceder a Rui Rio na liderança.