A hora de António Costa
As eleições europeias, como bem sabíamos, foram encaradas como um teste decisivo à liderança de António José Seguro. Ontem uma sondagem divulgada pela TVI sobre a intenção de voto dos portugueses nas legislativas, colocava o PS à frente do PSD, por apenas 0,4% e este facto deve certamente ter feito “soar campainhas”. Hoje o artigo de Mário Soares no DN foi mais um aviso à navegação: «Mas a "vitória" do PS, infelizmente, foi uma vitória de Pirro...».
António Costa analisou os resultados eleitorais, a vitória pífia do Partido Socialista, o discurso delirante do seu secretário-geral, e motivado por pressões internas, resolveu avançar como alternativa à liderança de Seguro. Costa percebeu que não há tempo para mais esperas e indefinições, o discurso da solidariedade e da tolerância tem que ter lideranças fortes e responsáveis, numa altura em que a extrema-direita avança perigosamente por toda a Europa
António Costa tem feito um excelente trabalho à frente da Câmara Municipal de Lisboa, mas neste momento faz mais falta na liderança do PS e será, sem dúvida, um líder mais forte e mais carismático do que o tem sido António José Seguro. Por isso chegou a altura de ir a Jogo e, em boa hora o fez. Contudo, antes de deitarmos foguetes e de apanharmos as canas, haverá certamente um caminho a percorrer. Isto porque se antevê uma certa resistência de Seguro em abandonar o barco. É certo que António Costa tem apoios de peso, mas Seguro também tem consigo grande parte do “aparelho”, por isso, meus amigos, não vão ser “favas contadas”. É esperar para ver. Mas de uma coisa estou certa: será mais difícil António Costa ganhar no PS que ganhar no país!