A nova telescola
Arrancou esta semana “Estudo em Casa,” na RTP Memória, uma forma que o Ministério da Educação, juntamente com a RTP, arranjou para minimizar os danos causados pelo Covid 19.
Quem diria que a velhinha telescola estava de regresso, embora num formato muito diferente e mais apelativo. Agora sem alunos em salas de aula a assistir pela televisão à matéria lecionada por professores, mas a aprender à distância, no conforto das suas casas.
Incrível como esta situação de crise pandémica abriu uma janela de oportunidade e fez com que, num curto espaço de tempo, se arranjassem boas alternativas para que os alunos não perdessem completamente o 3º período de aulas e até para quem queira reavivar alguns conhecimentos.
Já dei uma espreitadela a algumas aulas e francamente gostei. Está tudo bem organizado. O estúdio bem decorado. Os professores estão motivados e empenhados. Há algumas falhas técnicas que se prendem com a passagem dos conteúdos que não está ainda bem sincronizada, o que é aceitável. Como se afigura claro para todos, a resposta encontrada nas circunstâncias atuais, não é perfeita.
O Estudo Em Casa é a resposta possível que se encontrou para substituir e minimizar o impacto do encerramento das escolas, mas não é uma alternativa ao ensino presencial, dificilmente o seria, sobretudo para os alunos dos primeiros anos de escolaridade.
Ainda assim, penso que todos devemos umas palavras de apreço, em primeira linha, aos professores porque merecem o nosso reconhecimento, na forma como souberam adaptar-se e dar uma resposta muito positiva a este repto que lhes foi lançado. E bem sabemos o quão difícil deve ser estar frente a várias câmaras e não ter a presença dos alunos e perceber de que modo os conhecimentos estão a ser por eles apreendidos.
Em segundo lugar, uma palavra à RTP que, num prazo curto, conseguiu, unindo esforços montar esta operação de verdadeiro serviço público, só possível na televisão estatal. O sucesso do Estudo em Casa tem sido muito apreciado pela generalidade dos espectadores como comprovam as audiências. Obviamente que há sempre críticas, mas felizmente, essas, são residuais.
Finalmente uma palavra aos pais e educadores. Os tempos que atravessamos são difíceis para todos e especialmente para as crianças e adolescentes, porque os obriga a estar confinados em casa, privados de conviver com os amigos e familiares, mas também para os pais e cuidadores, que estão em casa, a tentar organizar a rotina familiar e, frequentemente, eles próprios em teletrabalho, e que se vêm ainda confrontados com a necessidade de apoiar no estudo as suas crianças e adolescentes, garantindo que continuam a aprender.
Toda esta situação de confinamento a que estamos sujeitos é uma oportunidade e uma aprendizagem para todos: professores, alunos e pais, obrigando-os a ter capacidade de resiliência para enfrentar situações imprevistas, percebendo que todos temos capacidades para encontrar alternativas e prosseguir.