A sequela de Jardins Proibidos
A novela que marcou o início da ficção nacional de sucesso, o primeiro produto a ultrapassar as audiências das produções da Globo, vai ter uma sequela. A novela escrita por Manuel Arouca e Tomás Múrias volta 14 anos depois aos écrans da TVI e conta novamente no elenco com Vera Kolodzig e Pedro Granger como protagonistas: naturalmente mais velhos e com novos dramas para prenderem o público português ao ecrã.
Ontem assisti ao primeiro episódio da sequela de Jardins Proibidos anunciada com grande pompa e circunstância pela TVI. Apesar de prometer vir a persistir nos inevitáveis triângulos amorosos e tensões interclassistas, Jardins Proibidos começou com perspicácia, abordando grandes temas sociais da atualidade: abriu com a uma manifestação de um milhão de descontentes, seguiu-se uma cena de praxes humilhantes, mostrou-nos um mecenas despótico, adolescentes rebeldes e viciados em telemóveis e redes sociais, miúdos com os pais no desemprego, e um país, apesar de tudo, lindíssimo.
Fico satisfeita por várias razões: porque a indústria das telenovelas dá trabalho a muita gente e parece próspera; porque prefiro que os portugueses consumam histórias portuguesas a histórias brasileiras; porque é uma forma de promoção do País e dos produtos nacionais e por ver retratados na ficção portuguesa temas sociais tão pertinentes e atuais.