Ainda o Novo Acordo Ortográfico
Volta não volta vem à baila o Acordo Ortográfico (AO). Já aqui manifestei a minha opinião aqui e aqui, e, sinceramente já cansa ver os opositores e peticionários usarem, em vez de argumentos científicos, fundamentações que se prendem com a identidade, património linguístico.
Note-se que o facto de estar a favor do AO não significa de forma alguma que o considere perfeito. Longe disso. Há até algumas regras que estou em profundo desacordo, designadamente quando se menciona a indiferenciação gráfica entre ‘para’ (preposição) e ‘pára’ (forma verbal) ou a descrepância entre ‘Egito’ e ‘egípcios’ – não compreendi a lógica destas opções.
Contudo, penso que a língua tem que ser simplificada, para que se adapte às várias pronúncias, como tal deve se expurgada de símbolos gráficos mudos, apenas mantidos para conservar a história das palavras defendidos pelos eruditos linguistas.
Há já vários anos que a nova ortografia é utilizada em documentos oficiais, nos manuais escolares e no ensino, e há já algumas gerações de alunos que aprenderam o português utilizando a nova ortografia. Retroceder agora seria problemático.
Não foi o primeiro AO e não será certamente o último, porque as línguas não são estáticas. Portugal é o berço da língua portuguesa, mas a língua não é exclusiva de Portugal. É partilhada por 260 milhões de pessoas e deve ser vivida na sua diversidade.
Penso que a adesão e aceitação do AO é uma questão de tempo. Dentro em breve, o problema ficará pacificado, como aconteceu das vezes em que foram aprovados os anteriores Acordos.