As mulheres e a política
Esta semana, através da comunicação social, ficamos a saber que uma invisual integrava a lista do PS por Lisboa e que uma transsexual fazia parte das listas do BE por Setúbal em lugar elegível. Perante tais notícias fico dececionada que as deputadas em causa sejam notícia por possuírem estas características e não pelo seu curriculum ou pelo seu mérito.
O mesmo critério aplica-se à integração de mulheres nas listas eleitorais. Saúdo naturalmente a iniciativa, agora o que me entristece é que as mulheres sejam escolhidas não pelo seu valor, não pelas provas dadas e pelo seu mérito, mas apenas pelo facto de serem mulheres. Não quer com isto dizer que não haja mérito nas mulheres deputadas da Assembleia da República. Aprecio várias em todos os partidos políticos com representatividade na AR.
Eu não quero é ter no Parlamento deputadas que os partidos escolhem para as suas listas com intuitos meramente eleitoralistas ou decorativos. Quero pessoas que, independentemente da cor da sua pele, das suas características físicas, das suas crenças, das suas religiões ou da sua orientação sexual, tenham ideias, saibam afirmar-se e defender intransigentemente os direitos dos cidadãos, sirvam condignamente o país, independentemente do género a que pertençam.