Até sempre, Buffon!
Será a primeira vez, que me lembre, que não verei a Itália num Mundial de Futebol. É algo de estranho, um Mundial sem a presença da Squadra Azurra, tetracampeã mundial. Mas ainda mais estranho é, saber que ontem foi o último jogo internacional de Gianluigi Buffon. Após o jogo frente à Suécia, que ditou a ausência da Itália no Mundial 2018, o guarda-redes de 39 anos anunciou o adeus à seleção italiana, após 175 internacionalizações.
No final do encontro, Bufon foi o primeiro a ir cumprimentar e dar os parabéns aos suecos, depois foi consolar os seus colegas, um a um. Já o tínhamos visto fazer o mesmo quando jogou pela Juventus contra o Sporting. Um senhor, este guarda-redes que conforta os perdedores e elogia adversários, sem qualquer problema.
O quase quarentão que já ganhou quase tudo, sobre a sua despedida e sobre a eliminação de Itália, disse: «Não tenho pena por mim mesmo, mas sim por todo o futebol italiano. Falhámos em algo que poderia ter um significado também a nível social. Lamento por tudo terminar assim, não pela passagem do tempo. Aqueles que jogaram sabem o quão duros são estes jogos. Não fomos capazes de nos exibirmos ao nosso melhor nível. Faltou-nos capacidade para marcar. Os playoffs são decididos em detalhes e, hoje, os detalhes estiveram contra nós», e concluíu: «sabemos o que temos de fazer para nos levantarmos, como sempre fizemos. A culpa é para ser distribuída por todos. Não pode haver bodes expiatórios. Ganhamos juntos; perdemos juntos. Estou a deixar uma Itália que saberá falar por si mesma. Abraços a todos, especialmente para aqueles que partilharam esta maravilhosa jornada comigo».
Ontem, ao vê-lo chorar senti que, de facto, o futebol é cruel, até para as lendas. O homem que carregou a Itália às costas no Mundial de 2006, acabou ontem derrotado e disse adeus à sua carreira na Seleção Italiana.
Ciao, Italia! Até sempre, Buffon!