Bravo, Munique
A Hungria aprovou a 15 de junho uma lei, proibindo a promoção da homossexualidade junto de menores de 18 anos, que desencadeou uma revolta por parte dos defensores dos direitos humanos, numa altura em que o Governo de Viktor Orbán alarga as restrições à comunidade LGBT.
Na sequência desta decisão, treze países da UE enviaram uma carta à Comissão Europeia onde apelavam esta instituição a utilizar todos os instrumentos ao seu alcance de modo a garantir o respeito pelos direitos europeus, perante uma lei húngara considerada lesiva e discriminatória para a comunidade LGBT.
Portugal ficou de fora. A secretária de Estado dos Assuntos Europeus. Ana Paula Zacarias, afirmou que Portugal não subscreveu a carta devido ao "dever de neutralidade" que tem enquanto assume a Presidência do Conselho da EU, o que não se compreende quando estão em causa direitos fundamentais e o compromisso assumido explicitamente no próprio programa da Presidência Portuguesa de “combater todas as formas de discriminação”. Como argumentou Fabíola Cardoso, do BE "há uma linha que separa a neutralidade da cumplicidade e essa linha são os direitos humanos".
Em protesto com a lei de Orbán, o município de Munique, pretendia iluminar a Allianz Arena com as cores do arco-íris, símbolo associado à comunidade LGBTI, no jogo entre alemães e húngaros, a UEFA rejeitou, alegando em comunicado que “pelos seus estatutos, a UEFA é uma organização política e religiosamente neutra”.
As criticas a esta decisão não tardaram, quer por parte de cidadãos, clubes, adeptos ou responsáveis europeus. O Governo alemão, por exemplo, saudou a pretensão de usar de símbolos arco-íris pela Mannschaft durante o Euro 2020, enaltecendo o empenho contra a discriminação.
O arco-íris foi-se disseminando pelas redes sociais e a Federação Portuguesa de Futebol, num gesto de solidariedade com luta contra a discriminação, utilizou as cores do arco-íris, associadas à comunidade LGBT no perfil das suas páginas oficiais nas redes sociais.