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Narrativa Diária

Não escrever um romance na «horizontal», com a narrativa de peripécias que entretêm. Escrevê-lo na «vertical», com a vivência intensa do que se sente e perturba. Vergílio Ferreira

Narrativa Diária

Qua | 12.05.21

Campeão Nacional de Futebol

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O Sporting Clube de Portugal sagrou-se ontem campeão português, ao vencer o Boavista por uma bola a zero, ao conquistar o seu décimo nono título no futebol, quebrando um jejum que durava desde 2002.

E a festa fez-se nas ruas da capital. A emoção foi muita, dentro e fora do relvado, antes e depois do jogo. Dos mais velhos aos mais novos - muitos sem nunca terem visto o Sporting campeão - as ruas da capital pintaram-se de verde e branco para uma noite de festa como há muito não se via. A distância de segurança, nem sempre foi mantida e infelizmente houve confrontos com a polícia e desrespeito pelas regras sanitárias.

O Sporting foi um justo vencedor, foi a equipa mais regular do campeonato, teve jogos menos conseguidos, mas conseguiu um percurso quase perfeito, chegando à 32.ª jornada invicto, com defesa menos batida, e estando praticamente todo o campeonato em primeiro lugar com uma margem muito confortável fave aos principais adversários.

Este campeonato fica a dever-se a Frederico Varandas, Hugo Viana e claro a Rúben Amorim. O treinador do sporting soube, com mestria, construir um plantel com uma mescla de jovens da formação com jogadores mais experientes, criando um balneário unido, como há muito não se via na equipa de futebol do sporting.  O pragmatismo da equipa ao longo da época foi proporcional ao discurso do treinador leonino que colocava o foco única e exclusivamente no jogo seguinte e só assumiu ser candidato a ganhar o campeonato na última jornada, quando o Sporting estava apenas a três pontos do título.

O capitão Coates é claramente a grande figura do Sporting desta época e provavelmente o melhor jogador do campeonato, um central intransponível, com exibições memoráveis contra Benfica, FC Porto ou Braga, personificando a grande vontade de vencer deste conjunto. Pote foi muitas vezes o elemento decisivo, com 18 golos, enquanto a solidez de Palhinha no meio campo defensivo, a tranquilidade e experiência de Adán na baliza e a enorme qualidade de Nuno Mendes e Pedro Porro também foi determinante. Gonçalo Inácio, Feddal, Matheus Nunes, Daniel Bragança, João Mário, Nuno Santos, Jovane ou Paulinho tiveram igualmente momentos de destaque e protagonismo, e que em muito contribuíram para o sucesso desta equipa.

As bancadas sem adeptos, que muitas vezes usavam tarjas depreciativas e apupavam a equipa, ajudaram a tirar pressão durante os jogos e o não apuramento para a Liga Europa que na altura foi vista como um objetivo não atingido pelo rombo nas finanças do clube, foi afinal benéfica, porque as atenções viraram-se apenas para o campeonato nacional e, como se viu, deram frutos.

Ontem, em Alvalade, fez-se história: nasceu um novo campeão e reiniciou-se um novo ciclo, com uma aposta clara em jovens talentos formados na Academia, o que é sempre vantajoso porque evita comprar jogadores, sem critério, como no passado, às vezes com menor qualidade que os da formação, assim como rentabilizar jogadores que podem trazer grandes receitas para os cofres leoninos.

O futuro afigura-se risonho e há muitas razões para voltar a acreditar neste clube.

Viva o Sporting!

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