Caso de Polícia
Uma reportagem da TVI mostrou, ontem, como Paula Brito Costa, presidente da Raríssimas - Associação Nacional de Deficiências Mentais e Raras, pode ter usado quase um milhão de euros, que recebeu do Estado em 2016, em proveito próprio.
Após a investigação ter revelado documentos que colocam em causa a gestão da presidente da Associação Raríssimas, ficámos com mais certezas de que a solidariedade dos portugueses tem sido vilipendiada, com o desvio e a má utilização de donativos, principalmente os de cariz financeiro, onde, para além das dádivas, também os subsídios do Estado tiveram destinos menos transparentes.
Está situação aqui referida é deplorável. Infelizmente sempre houve e haverá uns quantos, sem escrúpulos, que se vão enchendo à custa da generosidade e da compaixão dos portugueses.
Apesar de não podermos tomar ‘a árvore pela floresta’, sabemos que situações como esta são recorrentes. Todos nós nos recordamos de casos semelhantes, desde donativos que desaparecem, que são desviados para outros fins (por instituições do Estado), as tão famosas 'fundações', só para dar um exemplo.
É por existirem pessoas desta indole que a solidariedade coloca-nos, muitas vezes, perante o dilema, entre a confiança e a suspeita, com prejuízo para todos aqueles a quem, verdadeiramente, os fundos se destinam.
Penso que estas instituições de cariz social deveriam estar obrigadas a criar instrumentos de auto-regulação (auditorias internas) e fiscalizadas por auditores externos, independentes e complementadas com os instrumentos legais existentes (inspeções realizadas pelos órgãos de tutela), a fim de se minimizarem situações como esta.