Dérbi adiado por questões segurança
A Autoridade Nacional da Proteção Civil, prevendo esta situação, fez um apelo, veiculado várias vezes durante o dia de ontem na comunicação social, pedindo para que as pessoas ficassem em casa, referindo inclusivamente que permanecer fora casa depois das 18 horas representava um comportamento de risco.
Indiferente a todos os avisos e apelos a Direção do SLB manteve o agendamento do dérbi, entre Benfica-Sporting, para as 18 horas de ontem, fazendo deslocar ao estádio da Luz cerca de 60 mil pessoas.
Diz quem esteve no Estádio, que poucos «minutos antes do início da partida ouviu-se um ruído intenso na cobertura, começou a soltar-se a tal lã de vidro». «Todos falavam na lã a voar pelo estádio, mas, olhando para cima, viam-se as placas de metal a abanarem constantemente. Ou seja, era uma questão de minutos até alguma se desprender por completo (e depois da primeira, as outras sairiam com mais facilidade). Com início marcado para as 18:00, não houve nenhuma comunicação aos adeptos no estádio para justificar o atraso». Ora, mesmo não sabendo ainda se existiam ou não condições para a realização do jogo, o mínimo que deviam ter feito era ter informado os adeptos presentes no estádio do que se estava a passar.
Estando numa das zonas de perigo, alguns adeptos resolveram, à cautela, sair mais cedo, enquanto ainda se avaliava se existiam condições para a realização do jogo. A decisão de adiamento do jogo e consequente evacuação do estádio demorou mais de meia hora. As placas caíram 7 minutos depois da evacuação.
O dérbi foi adiado para terça-feira. Felizmente, tudo correu bem e houve apenas danos materiais a registar. Mas se tivesse havido vítimas de quem era a responsabilidade?
Parce-me que ninguém saiu bem nesta fotografia. O Benfica, em primeiro lugar, pela irresponsabilidade em não adiar, atempadamente, o jogo, pelas falhas de organização e de comunicação e porque pela segunda em vez, num espaço de um ano, voltar a apresentar o mesmo problema no seu estádio. O Sporting por que aceitou adiar o jogo para a próxima 3ª. Feira, sem ter a garantia de que estarão reunidas todas condições para a sua realização. O SCP deveria exigir das entidades competentes, garantias expressas de que o recinto se encontra em perfeitas condições de segurança, não colocando em risco não só os seus atletas e dirigentes como também os seus adeptos. Caso esta situação não esteja salvaguardada, penso que o próprio clube não devia comparecer para disputar o jogo. Se o recinto não tem as condições de segurança, haverá certamente alternativas, agora o SCP não pode é pactuar com esta situação.
Num ano em que o estádio da Luz irá acolher uma evento como a Final da Liga dos Campeões resta-nos esperar que haja bom senso para resolver até lá os problemas estruturais do recinto para que os incidentes de ontem não se repitam.