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Narrativa Diária

Não escrever um romance na «horizontal», com a narrativa de peripécias que entretêm. Escrevê-lo na «vertical», com a vivência intensa do que se sente e perturba. Vergílio Ferreira

Narrativa Diária

Sex | 24.05.19

Eleições Europeias

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De acordo com uma sondagem feita pelo ISCTE/ICS para o Expresso e para a SIC, 69% dos portugueses não são capazes de indicar o nome de um eurodeputado português. Mais de dois terços dos inquiridos admitem não conhecer sequer um dos 21 parlamentares que Portugal tem na Europa.

 

Mais de metade dos inquiridos acredita que o país beneficia por ser um dos 28 estados membros da União Europeia e estão contra a saída de Portugal da União Europeia. Quem respondeu à sondagem, disse mesmo preferir o euro em vez de regressar ao escudo. A grande maioria dos portugueses acredita que as decisões vindas de Bruxelas têm mais impacto do que as do próprio Governo, mas mais de 50% estão insatisfeitos com o modo como funciona a democracia na Europa. Esta sondagem mostra como somos eurooptimistas, por um lado, mas como andamos mal informados sobre o questões da União Europeia, por outro.

 

Ora, se isto acontece, a responsabilidade é sobretudo de eurodeputados, eurocratas e membros das instituições europeias que falam um “europês”, leia-se dialético aparentemente técnico e limitado, que afasta qualquer um.

 

Os políticos nacionais também, já se sabe, não ajudam muito a esclarecer os eleitores sobre a Europa. Assistimos a uma campanha eleitoral pobre, recheada de problemas domésticos e soundbites que, não tenho grandes dúvidas, afasta qualquer indeciso das urnas no próximo domingo.

 

Aliás, o único tema europeu que vi abordado e porque serviu como arma de arremesso, diz respeito aos fundos comunitários. Discute-se imenso as taxas de execução dos fundos e a negociação para o próximo quadro financeiro plurianual, mas sempre na ótica de garantir maior quantidade de dinheiro para Portugal, e nunca na perspetiva de pensar o que fazer com o dinheiro ou como garantir melhor distribuição em termos europeus. Esta é uma discussão que importa ter, mas que beneficiaria de uma outra abordagem na utilização dos recursos, mais do que na sua quantidade.

 

Os ataques pessoais têm sido um ponto forte usado pelos candidatos às europeias para atacar governo e oposição sobre matérias que são competência do governo nacional e que, portanto, têm pouco que ver com as eleições que se irão disputar a 26 de maio.

 

Acontece que muitos eleitores que que vão às urnas no próximo domingo, por deconhecimento da Europa ou por convicção,  irão votar como de eleições legislativas se tratasse, o que é profundamente errado na minha opinião.

 

Sei que muitos comentadores defendem que estas eleições são uma antecâmara das legislativas. Não concordo, até porque já houve casos em que ganhou um partido nas europeias e outro nas legislativas.  Pela minha parte não vou votar nas eleições europeias como faria nas legislativas, porque considero que são eleições diferentes. Mas, por cá, este é um hábito antigo e costumeiro, que estas eleições, mais uma vez, repetem.

 

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