Foi declarada oficialmente a pandemia do Coronavírus
A Organização Mundial de Saúde declarou o surto de Covid-19 como pandemia à escala global. Esta declaração surge na sequência do número de países afetados, ou seja, boa parte da humanidade está potencialmente exposta ao vírus.
O último balanço dá conta de 61 casos confirmados em Portugal. O Governo decide hoje o fecho de escolas , uma medida preventiva que pode afetar 1,5 milhões de alunos. Há 83 pessoas a aguardar resultado laboratorial em Portugal. Pelo resto do mundo, o novo coronavírus fez 4251 mortos e infetou mais de 118 mil pessoas.
Parece-me que as pessoas ainda não tomaram consciência da gravidade da situação instalada e da complexidade que o vírus tem. Há falta de responsabilidade social e de cidadania. Tem havido um enorme esforço por parte das entidades competentes para travar uma doença que insiste em disseminar-se e que lançou o planeta numa luta ainda sem tréguas. E, ainda assim, as imagens que circulam nas redes sociais mostram a praia de Carcavelos e jardins de Lisboa repletos de gente que devia estar em quarentena.
Um apelo à consciência coletiva: a ideia é o isolamento social, ou seja, a ideia não é ir de férias, socializar com os amigos ou ir para o shopping ou o quer que seja. A ideia é ficar em casa, na medida do possível. “Quarentena não são férias”. Todos temos que ser responsáveis e não apenas pensar em nós ou nos nossos, mas no coletivo, no País. Parafraseando John Kennedy: «Não pergunte o que o seu país pode fazer por si. Pergunte o que pode fazer pelo seu país».
Esta situação é séria, mas é tudo uma questão de nos protegermos, mantendo comportamentos adequados e ter cuidados de higiene em vez de correr para os supermercados, açambarcar comida e produtos desinfetantes. A ignorância mata muito mais que qualquer vírus! Para as pessoas que correm aos hipermercados, permitam-me recordar que o açambarcamento de bens essenciais ou de primeira necessidade, em quantidade manifestamente desproporcionada às suas necessidades, é um crime punido com pena de prisão até 6 meses (DL n.º 28/84, de 20/1).
Macau está há mais de um mês sem novos casos e, ainda assim, não baixam a guarda. São bastante conscientes e responsáveis! Quando esta epidemia rebentou ainda não havia casos registados em Macau e foi de imediato acionado um plano de emergência, não se ficou à espera do primeiro caso para começar a agir, porque, segundo eles, “mais vale prevenir que remediar”.
Termino, recordando a forma como ontem Rodrigo Guedes de Carvalho fechou o Jornal da Noite, na SIC: «nesta fase estamos todos no mesmo barco, não sabemos para onde vai, não sabemos qual a dimensão do perigo que espreita. Em Portugal, e até novas ordens, podemos fazer a nossa vida», começou por frisar. «Mas com uma atenção suplementar: reduzir os nossos contactos físicos ao estritamente necessário, evitar aglomerações sempre que possível, manter uma higiene vigilante e respeitar o espaço dos outros», acrescentou.
«É bom que os portugueses percebam que esta não é daquelas que se resolvem a pensar 'isto só acontece aos outros'. Dito isto, vamos manter a esperança e o ânimo porque a tempestade vai passar com a ajuda de todos nós, do país e do mundo», sublinhou o jornalista da SIC.