Foi há 30 anos!
A queda do Muro de Berlim, um marco do fim da Guerra Fria e símbolo do desmantelamento do bloco socialista do leste europeu, completa hoje 30 anos.
O Muro de Berlim foi construído no ano de 1961. Em agosto desse ano houve uma migração do lado oriental da Alemanha para o ocidental em busca de melhores oportunidades de vida. A fim de prevenir o êxodo dessa parte da população, o governo da Alemanha Oriental decidiu construir um muro, de forma a separar definitivamente as duas Alemanhas, proibindo a sua passagem. Com 156 km de extensão, o muro separou famílias e amigos e deixou a parte oriental com menos recursos e poucos investimentos, enquanto a parte ocidental tinha forte injeção de capital americano e crescimento económico.
Angela Merkel vivenciou todos estes períodos de reunificação da Alemanha. Apesar de ter nascido na Alemanha Ocidental acabou por se mudar, com poucos meses de vida, para a República Democrática Alemã. m 1989, ligou-se a movimentos pró-democracia na Alemanha de Leste e, em abril de 1990, iniciou a sua carreira política como porta-voz do único governo democraticamente eleito no seu país, antes da reunificação. Merkel resolveu, entretanto, ir viver para o setor ocidental de Berlim e ingressou na União Democrata Cristã (CDU), liderada por Helmut Kohl, que a convidou para ministra da Mulher e da Juventude logo em 1990, imediatamente a seguir à reunificação alemã.
O desmantelamento do muro marcou o fim de um ciclo na Europa e no mundo. Terminou com a barreira física entre a parte ocidental e oriental da Alemanha. Contudo a reunificação alemã não deixou de evidenciar uma Alemanha dividida em matéria de desenvolvimento económico, uma vez que a parte anteriormente comunista deparava-se com fracos níveis de progresso. Com a reintegração, a ex-RDA é introduzida na Comunidade Económica Europeia, atual União Europeia (EU), após o Tratado de Maastricht.
A queda do muro e a consequente abertura a Ocidente, bem como o colapso do sistema comunista do leste Europeu, permitiram que as fronteiras internas europeias fossem abertas. Esta abertura possibilitou o alargamento ao leste da Europa que apontava como objetivo uma maior coesão económica e social. Ficaria assim consolidado o mercado único, que em 1993 seria o mais importante acontecimento da UE. Com o desaparecimento das barreiras físicas, pessoas, mercadorias, serviços e capitais passariam a circular na Europa tão livremente como se de um único país se tratasse.
Outra consequência da queda do muro e da implosão do império soviético foi a independência de vários países. As jovens democracias foram auxiliadas pela UE, de modo a reconstruírem as suas economias e implementarem as reformas políticas necessárias. Em Junho de 1993, a declaração do Conselho Europeu de Copenhaga possibilitaria aos países associados da Europa Central e Oriental a tornarem-se membros da União. Países como a Estónia, Letónia, Lituânia, República Checa, Hungria, Polónia e Eslováquia, antigos países que integravam ou eram aliados da União Soviética, juntar-se-iam à União Europeia em 2004, após cumprirem os critérios definidos pelo Conselho Europeu, critérios esses que passavam por medidas políticas e económicas. Três anos mais tarde, em 2007, a Bulgária e a Roménia também haveriam de aderir à UE.