França mostra cartão alaranjado a Hollande

Os socialistas gauleses foram esmagados na 2ª volta das eleições municipais de domingo. Um dos piores resultados eleitorais da história do PS. O símbolo desta derrota política é a cidade de Limoges, governada pelos socialistas há mais de cem anos e que, desta vez, votou no candidato da direita. Os números foram realmente esmagadores e nem a vitória em Paris conseguiu minorar o quadro negro .Claro que eleições locais não passam disso mesmo e, por isso mesmo, valem o valem. Mas não há dúvida de que a perda de mais de 160 cidades socialistas foi um golpe de protesto contra o governo e contra o próprio presidente François Hollande.

Hollande percebeu claramente os sinais e não esperou nem 24 horas para destituir o primeiro-ministro e nomear um novo gabinete chefiado pelo ministro do Interior, Manuel Valls, o político socialista mais popular do país. De origem espanhola, naturalizado francês, é considerado um social-liberal. Fez parte da «La Deuxième gauche», uma corrente dentro do PS francês alternativa à esquerda de François Mitterrand. É considerado com sendo a ala direita do PS. A esquerda socialista é que não terá certamente ficado contente. Considera Valls, «um Blair à francesa». Ao proceder a esta escolha, Hollande percebeu, no entanto, que é fundamental conquistar novamente o eleitorado do centro e o eleitor de base, que se sente preterido, e, por isso mesmo, foi tentado pelo voto ultranacionalista de Marine Le Pen.