Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]

Narrativa Diária

Não escrever um romance na «horizontal», com a narrativa de peripécias que entretêm. Escrevê-lo na «vertical», com a vivência intensa do que se sente e perturba. Vergílio Ferreira

Narrativa Diária

Dom | 20.10.19

Joker


joker2-1-1024x576.jpg

A história centra-se na cidade de Gotham, no início anos 80, submundo americano. A cidade está cheia de lixo, devido uma greve no serviço de recolha. A criminalidade impera e as pessoas com dificuldades económicas sobrevivem como podem, numa sociedade que ignora os mais vulneráveis.


Arthur Fleck (Joaquin Phoenix) ganha a vida com pequenos trabalhos como comediante. Vive com a mãe, dependente e delirante, de quem é cuidador. Humilhado e enganado por todos, Fleck torna-se num homem perturbado, com um distúrbio mental que lhe provoca ataques de riso incontroláveis, mesmo nos momentos mais impróprios, num processo que o transforma no psicótico e violento vilão e que o levam a assumir a personalidade do mítico Joker, o vilão de Batman.

 

Joker é no fundo a gargalhada irónica de uma vida desgraçada, por mais absurdo que isso possa parecer. 


O filme realizado por Todd Phillips é emocionalmente violento. Uma história desconcertante sobre a fragilidade, a loucura e a crueldade de um personagem, muitíssimo bem retratada por um excelente argumento, e pela soberba e memorável interpretação de Joaquin Phoenix que acaba por ser o próprio filme. Tudo o resto é periférico, apesar de essencial, como causa ou consequência da evolução dessa mesma personagem que culmina no Joker.


Aguarda-se a entrega do óscar de melhor ator a Joaquin Phoenix.