Mirós ficam em Serralves
O governo de Passos Coelho preparava-se para leiloar a coleção de 85 quadros Joan Miró, na posse do Estado desde a nacionalização do BPN, através da leiloeira Christie's, em Londres. A decisão como se sabe não foi pacífica e o coro de críticas não tardou. Foram interpostos processos pelo Ministério Público contra a saída das obras de Portugal e a leiloeira recuou.
A Christie´s avaliou este conjunto de obras de pintura e desenho em cerca de 36 milhões de euros líquidos, considerando-a «uma das mais extensas e impressionantes ofertas de trabalhos do artista que alguma vez foi a leilão». O BPN comprou as obras a um japonês em 2006 por 34 milhões. Aquando da nacionalização do banco, o Estado ficou com a coleção. Ou seja, cada português pagou perto de quatro euros para ficar com os Mirós.
Quando António Costa tomou posse, ficou decidido que a coleção não sairia das mãos do Estado, tendo sido anunciado mais tarde pelo Ministério da Cultura que a coleção ficaria sedeada na Porto.
Sabe-se agora que a coleção Miró vai ficar em permanência na Casa de Serralves. O argumento é que a Casa é ela própria modernista e, por isso, adequada às obras de Miró.
A câmara do Porto irá custear as obras de adaptação da Casa de Serralves para receber em definitivo a coleção.
Hoje, em Serralves, os primeiros-ministros de Portugal e de Espanha, juntamente com o Presidente da República e Rui Moreira inauguraram a exposição do pintor catalão: «Joan Miró: Materialidade e metamorfose», que integra as 85 obras daquele artista.