Morreu o ator Filipe Duarte (1973-2020)
Ainda em choque com a notícia da morte inesperada de Filipe Duarte, vítima de um enfarte do miocárdio fulminante.
Era um dos atores mais brilhantes da atualidade e um dos maiores atores portugueses da sua geração. A sua carreira dividiu-se entre cinema, teatro e televisão. No teatro, colaborou com companhias como o Teatro Meridional e o Teatro do Vestido, mas foi sobretudo no cinema e em televisão que construiu a carreira.
No cinema entrou em mais de trinta filmes, entre curtas-metragens, telefilmes e longas-metragens, entre comédia, drama e romance e trabalhou com Luís Filipe Rocha, António-Pedro Vasconcelos, Manuel Mozos, Margarida Cardoso, Tiago Guedes e Vítor Gonçalves, entre outros.
Destaca-se o filme “A outra margem” (2007), de Luís Filipe Rocha, no qual interpreta o travesti amargurado com a vida e que lhe valeu o prémio de melhor ator no Festival de Cinema de Montreal, no Canadá. É ainda de recordar a participação em “A costa dos murmúrios” (2004), de Margarida Cardoso ao lado de Beatriz Batarda, rodado em Moçambique.
Mais recentemente entrou no filme "Variações", o filme português mais visto em 2019, onde interpretou o papel de Fernando Ataíde, companheiro do cantor António Variações e um dos fundadores da discoteca lisboeta Trumps e ainda o "Mosquito", de João Nuno Pinto — onde protagonizou um militar em África, durante a Primeira Guerra Mundial que estreou no início de março. Fica ainda por assitir a sua presença em Nothing Ever Happened, o novo filme de Gonçalo Galvão Teles.
Em televisão, o seu trabalho com maior visibilidade foi como Luís Bernardo Valença na série "Equador", transmitida em 2008/9. Mas foram muitas as séries e telenovelas que puderam contar com o talento deste grande ator, como "A Febre do Ouro Negro", "Fúria de Viver", “Bastidores” "A Ferreirinha”, “João Semana", "Belmonte" e "Terapia".
Pode ainda ser visto na telenovela Amor de Mãe, atualmente exibida na SIC, a qual marcou a sua estreia na televisão brasileira Globo e na qual contracena com Adriana Esteves.
Aos 46 anos, no auge da vida, ninguém merece partir. Portugal perde hoje um dos seus maiores talentos na área da representação. Na nossa memória será sempre recordado como um grande ator e um homem muito bonito.
Que descanse em paz.