«Novo Banco. Um bom começo»?!
«Novo Banco. Um bom começo». Foi o lema da campanha de comunicação que o Novo Banco escolheu para o arranque, de acordo com as instruções do regulador, decorrentes da separação do antigo BES em dois bancos, um ‘Mau banco' e um ‘Novo Banco’.
De facto, não se vislumbra melhor começo que um buraco de 3.900 milhões de euros e um Conselho de Administração demissionário, dois meses após ter tomado posse. É, na verdade, um começo auspicioso!
No meio deste tumulto que se instalou com a demissão da equipa de Vítor Bento há algumas questões que Carlos Costa e o Governo deviam responder, a fim de tranquilizar os portugueses: a primeira é quais os custos que estas soluções têm para os contribuintes; outra é que impactos terão estas decisões para o banco em si e para a economia, já que se trata de um banco com profunda ligação à economia real (há grandes empresas que têm o ex-BES como acionista bem como milhares de pequenas e médias empresas). Ora, vivendo os bancos essencialmente da confiança, tudo o que seja perturbar a estabilidade do sistema financeiro agrava inevitavelmente os fatores de incerteza e cresce o receio que este caso possa contaminar fortemente a economia.
Ninguém sai bem deste filme. Nem a equipa demissionária, nem o regulador, nem o executivo.