O juiz Carlos Alexandre
O juiz Carlos Alexandre é o magistrado de que se tem mais ouvido falado nos últimos tempos. Foi responsável por processos como a Operação Furacão, BPN, Máfia da Noite, Face Oculta, Remédio Santo, CTT, Freeport, Submarinos, Apito Dourado, Portucale e Monte Branco.
Desde a semana passada, tem nas mãos a Operação Labirinto, a investigação à atribuição de vistos gold e mais recentemente a Operação Marquês que envolve o antigo primeiro-ministro, José Sócrates.
Quando há necessidade, na fase de investigação, de ouvir um arguido, pelo menos nestes megaprocessos mais mediáticos, recorre-se, invariavelmente, no Tribunal Central de Instrução Criminal, ao juiz Carlos Alexandre. Parece que há uns tempos atrás era mesmo o único juiz do TIC.
Ora, quem sou eu, que nem sequer tenho formação jurídica, para avaliar se as medidas de coação aplicadas pelo magistrado são adequadas ou não?
Agora, o que eu sei, por uma questão de bom senso, é que todas a decisões tomadas carecem previamente de muita ponderação, de alguma maturação e de leituras aturadas das peças processuais que são imensas!
Por muita capacidade de memorizar que tenha, por muito workaholic que seja, e ao que parece é, penso que existe um limite. Caramba! Afinal somos todos humanos e as nossas capacidades não são inesgotáveis!
Por isso, sem nunca pôr em causa as decisões tomadas, a competência e a coragem demonstradas pelo meritíssimo juiz, certo é que há muito deixei de acreditar em super-homens, exceto na ficção.
Ora se um mesmo juiz está em simultâneo com vários processos, ininterruptamente, sem um fim de semana sequer para descansar, corre o risco de exaustão que necessariamente influenciará as decisões tomadas e correr esse risco, parece-me, é pernicioso para o funcionamento do sistema judicial.