Os cortes não são para todos
(fonte:henricartoon)
Na mesma altura em que foram anunciados, pelo ex-líder do PSD, Marques Mendes, novos cortes na despesa para o próximo ano, entre 1,5 milhões e 1,7 milhões de euros, o jornal i destaca hoje que só os três membros da comissão instaladora do novo Banco do Fomento vão receber quase meio milhão de euros/ano em salários.
O despacho assinado pela ministra das Finanças e publicado na sexta-feira em Diário da República, fixa o ordenado de Paulo Pereira da Silva (administrador do BCP) em 13 500 euros por mês, o da vogal Carla Chousal (vice presidente do BPI Gestão de Ativos) em 12 515 euros e o do vogal Nuno Ferreira Soares (diretor da banca de investimento do BCP) nos 8034 euros.
Coloca-se por um lado em causa a “obscenidade” desta medida para muitos portugueses que sofrem mensalmente duros cortes nos seus salários de mil euros, 900 euros ou 600 euros, e por outro questiona-se a pertinência de um novo banco público quando já existe um banco estatal. O Governo entendeu que a Caixa Geral de Depósitos não servia os propósitos de gestão dos programas comunitários, coisa difícil de perceber, e decidiu, assim, criar um novo banco público, revelando uma desconfiança na atual CGD e no seu modelo institucional.