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Narrativa Diária

Não escrever um romance na «horizontal», com a narrativa de peripécias que entretêm. Escrevê-lo na «vertical», com a vivência intensa do que se sente e perturba. Vergílio Ferreira

Narrativa Diária

Ter | 24.07.18

Os Maias de Eça

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«Os Maias vão deixar de ser leitura obrigatória no secundário» e cai o Carmo e a Trindade.

 

Lê-se melhor a notícia e percebe-se que Os Maias já não são obrigatórios há uns anos, mas a leitura de Eça continua a fazer parte do programa curricular de Português do ensino secundário.

 

O que o ministério da Educação veio propor é que os professores tenham a possibilidade de escolher uma obra de Eça em vez de impor a leitura de Os Maias ou de A Ilustre Casa de Ramires.

 

Este clássico da literatura portuguesa de Eça de Queirós conta a história de três gerações da família Maia, dando especial enfoque à relação amorosa de Carlos da Maia e Maria Eduarda.

 

A obra é um pretexto para o autor fazer uma crítica e análise social à situação decadente do país e à alta burguesia lisboeta oitocentista. Um  retrato perfeito da sociedade da época, onde está patente a grandiosidade literária de Eça de Queirós: o estilo de narração e a descrição alicerçada numa observação sagaz, a que se alia o humor, o realismo e a crítica mordaz.

 

É um livro delicioso para se ler e reler, porque a cada leitura vamos sempre descobrindo coisas novas. Contudo, penso que com 17 ou 18 anos ainda não se terá a maturidade suficiente para entender o livro na sua plenitude e falo por mim que no 11º ano depressa me desinteressei do livro e recorri, como a maior parte dos alunos, aos resumos dos clássicos da literatura muito mais acessíveis para se entender a obra.

 

Mais tarde tive então oportunidade de ler o livro e apreciá-lo convenientemente. É um livro que releio de quando em vez.

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