Os Maias de Eça
«Os Maias vão deixar de ser leitura obrigatória no secundário» e cai o Carmo e a Trindade.
Lê-se melhor a notícia e percebe-se que Os Maias já não são obrigatórios há uns anos, mas a leitura de Eça continua a fazer parte do programa curricular de Português do ensino secundário.
O que o ministério da Educação veio propor é que os professores tenham a possibilidade de escolher uma obra de Eça em vez de impor a leitura de Os Maias ou de A Ilustre Casa de Ramires.
Este clássico da literatura portuguesa de Eça de Queirós conta a história de três gerações da família Maia, dando especial enfoque à relação amorosa de Carlos da Maia e Maria Eduarda.
A obra é um pretexto para o autor fazer uma crítica e análise social à situação decadente do país e à alta burguesia lisboeta oitocentista. Um retrato perfeito da sociedade da época, onde está patente a grandiosidade literária de Eça de Queirós: o estilo de narração e a descrição alicerçada numa observação sagaz, a que se alia o humor, o realismo e a crítica mordaz.
É um livro delicioso para se ler e reler, porque a cada leitura vamos sempre descobrindo coisas novas. Contudo, penso que com 17 ou 18 anos ainda não se terá a maturidade suficiente para entender o livro na sua plenitude e falo por mim que no 11º ano depressa me desinteressei do livro e recorri, como a maior parte dos alunos, aos resumos dos clássicos da literatura muito mais acessíveis para se entender a obra.
Mais tarde tive então oportunidade de ler o livro e apreciá-lo convenientemente. É um livro que releio de quando em vez.