Os polémicos cartazes do PS vão ser retirados
Os cartazes de campanha do PS para as legislativas, da autoria de Edson Athaíde, estão a gerar polémica e vão ser retirados, depois de terem sido alvo de troça nas redes sociais (onde os cartazes chegaram a ser comparados com a propaganda da IURD – Igreja Universal do Reino de Deus) e, gerado grande controvérsia dentro do partido.
Os socialistas adiantam, contudo, que não foram as críticas que surgiram nas redes sociais que levaram a que os cartazes fossem retirados. Pelo contrário, consideraram até que essas reações ditaram o seu sucesso. A decisão de retirar os cartazes garante Ascenso Simões, diretor da campanha socialista, surge depois do PS ter percebido que os cartazes já haviam cumprido a função a que se propunham e que a sua retirada «já estava prevista desde o início» e dá como exemplo a recente campanha eleitoiral no Reino Unido em «que as mensagens políticas em imagem vão criando novas formas de reação. Atrás de um processo de maior irritação/aceitação há depois processos de maior aproximação. Também são formas de chegar mais rápido às pessoas».
Aliás, como explica Edson Athaíde, «falem mal ou bem o que importa é que falem». E resultou. A polémica bateu recordes de comentários nas redes sociais e até surgiram montagens com o anterior secretário-geral António José Seguro, com António Costa e com José Sócrates.
Mas, se o cartaz foi alvo de grande gozo nas redes socias, não o foi menos no interior do partido, designadamente pela ala «segurista» e as críticas dentro do PS não tardaram. António Galamba, apoiante de António José Seguro, foi um dos que deu a cara pelas críticas, depois de ter ficado fora das listas para as legislativas, escreveu na sua página de facebook: « (…) os cartazes têm estado muito aquém do exigível, têm sido validados politicamente. Como quem os valida não é reciclável, não se pode mudar, é alterar a outra variante. Sem humilhantes anúncios e fugas para a imprensa que são indignos. Fazer uma campanha eleitoral em 2015 não tem nada a ver com o fazer uma campanha eleitoral em 1995. (…) A responsabilidade maior é de quem escolheu não de quem foi escolhido. Em vez de notícias com base em fontes, é resolver o assunto». Mas, nem todos os antigos apoiantes de Seguro foram tão cáusticos. Carlos Zorrinho, por exemplo, escreveu sobre o cartaz: «Primeiro estranha-se e depois entranha-se, ou não? Eu também estranhei o último cartaz do PS mas a verdade é que agora todos falam dele».