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Narrativa Diária

Não escrever um romance na «horizontal», com a narrativa de peripécias que entretêm. Escrevê-lo na «vertical», com a vivência intensa do que se sente e perturba. Vergílio Ferreira

Narrativa Diária

Dom | 25.07.21

Otelo Saraiva de Carvalho (1936-2021)

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Morreu Otelo Saraiva de Carvalho aos 84 anos. Homem corajoso, idealista, sonhador e polémico. Joga a seu favor o papel fulcral que teve na Revolução dos Cravos, como o estratega que dirigiu as operações do 25 de Abril, a partir do posto de comando clandestino instalado no Quartel da Pontinha.

Após a revolução, Otelo foi Comandante da Região Militar de Lisboa e Comandante do COPCON, tendo pertencido ao Conselho da Revolução. Fica responsável pelo sector operacional da Comissão Coordenadora do MFA, tendo sido afastado do cargo e substituído por Vasco Lourenço, na sequência da tentativa de golpe do 25 de novembro de 1975, em que esteve envolvido, e cujo fracasso resultou no fim do PREC.

Candidatou-se como independente às eleições presidenciais de 1976 e às de 1980, ano em que criou o partido Força de Unidade Popular (FUP), tendo, pelas duas vezes, sido derrotado por Ramalho Eanes.

Em 1984, foi acusado e julgado por ser o líder das FP-25, responsável por vários atentados e mortes. Foi condenado a 15 anos de prisão. Esteve preso cinco anos, tendo sido libertado por indulto da Assembleia da República em 1991, e cinco anos depois foi amnistiado a pedido do então presidente da República, Mário Soares.

Como afirmou o Presidente da Republica, será porventura cedo para a história julgar a sua coragem, o seu voluntarismo, o seu arrebatamento e os seus erros, com a “devida distância”, porém, não obstante todas os excessos que cometeu, ficará na nossa memória, pelo menos na minha, como figura maior do 25 de Abril.

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